Idolos que foram esquecidos pelo Vasco

Pedrinho que tem um imenso amor pelo Vasco da Gama, queria retornar ao time mais isso não aconteceu.

“O amor que o Pedrinho tem pelo Vasco é imenso e ele queria um convite que acabou não acontecendo. Agora ele vai dar os últimos passos pelo Olaria”. Estas são palavras de quem já viveu na pele o descaso, fazendo com que Felipe Jorge Loureiro afirme com propriedade que o Vasco não valoriza seus ídolos. Entretanto, deixarei o caso do camisa 6 para o fim do texto. Vamos então para a prova mais recente do desprezo à história cruzmaltina.

Na última semana, Pedrinho, o “se” mais doloroso que acompanhei nestes meus 24 anos de futebol, anunciou seu retorno aos gramados, infelizmente, não pelo Vasco, seu time de coração, mas pelo modesto clube da Rua Bariri. Ele, que desde seus primeiros toques na bola, quando chegou a São Januário com então 6 anos, fez e faz diversas declarações de amor, dentro e fora de campo, ao Vasco da Gama, evidentemente vive uma paixão platônica pelo clube da cruz pátea, que sequer o convidou para uma despedida digna.

Aos mais novos, faço questão de contar a trajetória de Pedrinho para que entendam a importância de tocar neste assunto. Do grande time do Vasco de 1997, Pedrinho foi fundamental na conquista do Campeonato Brasileiro, quando, ao lado de Ramon e Juninho, fez parte do melhor meio-campo do Brasil à época.  O futebol do menino canhoto era tão encantador que ele não deixou que a qualidade do meio-campo cruzmaltino caísse, mesmo com Juninho, recuperando-se de uma operação, no banco de reservas nas primeiras partidas da campanha do título da Libertadores de 1998. Sem citar que o meia garantiu o Vasco nas semifinais, ao marcar o gol da vitória contra o Grêmio.

E, mesmo sabendo que serei execrado por alguns, não perderei a oportunidade de abusar da ousadia e, admitindo não contar com embasamento em fatos para comprovar minha teoria, acredito que, se não fosse o covarde carrinho de Jean Elias (então no Cruzeiro) em 1998, Pedrinho seria um jogador mais promissor que Kaká, por exemplo. Com isto, como Felipe, também acredito, que embora já tenha 34 anos e problemas físicos em seu histórico, Pedrinho tem, sim, vaga no time da Colina, mesmo que no banco de suplentes. Você duvida? Eu provo.

Basta entender que os meias presentes no elenco não são decisivos sempre, até por serem alvos do “ade”. Não entendeu? Eu explico. Juninho Pernambucano e Felipe sofrem com a idade. Já Diego Souza e Bernardo pecam pela irregularidade. Diego Rosa, por não mostrar-se decisivo, é alvo da mediocridade (no sentido ‘Aurélico’ da palavra) e Leandro Chaparro nem pode ser analisado pela falta de oportunidade. Com isto, Pedrinho poderia passar sua experiência para os jovens do elenco e ser uma ótima opção para o segundo tempo, já que não esquecera de como jogar futebol, vide a conquista do título brasileiro de Showbol, em 2011, pelo Vasco, quando fora eleito o melhor jogador.

Como na maioria dos clubes brasileiros, a torcida do Vasco também paga com traição a quem lhe deu um título. Basta falar de Alecsandro, decisivo na conquista da Copa do Brasil 2011, mas hostilizado passados alguns meses. No entanto, as diretorias dos clubes são formadas por profissionais e não pela emoção de torcedores, e deveriam valorizar a história, embora o não-reconhecimento de seus ídolos parece mesmo ser algo comum em São Januário. Vale recordar a polêmica expulsão de Roberto Dinamite, maior artilheiro da história do clube, e de seu filho, da Tribuna de Honra de São Januário, em 2002, pelo então presidente Eurico Miranda.

Vale também ressaltar que nem Edmundo, responsável pelo tricampeonato Brasileiro em 1997 e Romário, herói da conquista da Copa Mercosul e da Copa João Havelange, ambos em 2000, e que marcou seu milésimo gol trajando o uniforme do clube, jamais tiveram um jogo-despedida à altura de seus feitos. Não se enganem, vascaínos, se Juninho Pernambucano prova seu amor ao receber um salário mínimo como pagamento, onde está a reciprocidade do clube que não lhe ofereceu uma proposta à altura dos grandes jogadores repatriados?

Como prometido, falemos da conturbada relação entre Felipe e Vasco. Em 2003, em seu retorno ao Brasil após temporada no Galatasaray, o camisa 6 tentou retornar ao clube onde ostenta a marca de maior vencedor de sua história, mas foi preterido pelo então presidente Eurico Miranda e acabou por vestir a camisa do arquirrival Flamengo. Apenas um ano depois, Felipe “Levantou poeira” e deu a volta por cima, sendo o algoz do time da Colina na final do Estadual. Embora o veneno tenha atingido tanto o Vasco, quanto o próprio meia, vascaíno declarado, a vingança pelo desprezo foi concretizada na bola, que pune, como diz Muricy Ramalho,  o mesmo pode acontecer com Pedrinho.

Mas o Vasco não é o único…

Para encerrar, defendo que ídolos não devam ser intocáveis, no entanto, no mínimo, respeitados pelo o que fizeram. E, embora tenha escrito sobre um caso do Vasco, não poupo outros times deste lamentável fato que parece ser um defeito do brasileiro. vide os próximos exemplos: Mesmo sendo o que foi para o futebol, Zico não foi poupado da enxurrada de críticas pelo fiasco em 1982, enquanto o italiano Baggio, que perdeu o pênalti resultante no tetra brasileiro, em 1994, não perdeu o respeito na Itália.

Injustamente, o ex-goleiro Barbosa morreu sem a paz do perdão que tanto esperava dos brasileiros e partiu sem receber merecidas honras pelo grande profissional que foi, enquanto o alemão Oliver Khan falhou em dois gols na final da Copa 2002, também contra o Brasil, e não deixou de ser visto como o maior arqueiro da história do país.

Aproveito então para parabenizar a diretoria do Botafogo que, acusem de marketing ou não, vem ensinando ao resto do país a lição de como tratar quem defendeu com louvor a camisa de um clube.

Fonte: jsports

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