Há 22 anos o Vasco conquistava o Bicampeonato Brasileiro

Há 22 anos, o Vascão escrevia mais um capítulo na sua rica história ao conquistar o seu segundo Campeonato Brasileiro com a vitória sobre o São Paulo por 1 a 0, em pleno Morumbi, com um gol de cabeça do atacante Sorato, no início da segunda etapa.

Para aquele ano, foram contratados jogadores experientes, como Luis Carlos Winck, Boiadeiro, Andrade e o craque Bebeto para agregarem ao grupo que já contava com atletas talentosos como o goleiro Acácio e o meia Bismarck. Não por acaso que aquele time foi chamado de “SeleVasco”.

O Campeonato Brasileiro de 1989 foi disputado por 22 equipes e em duas fases, além da final. Na primeira, os times foram divididos em dois grupos disputando um turno único. Os oito melhores colocados em cada chave se classificavam para a próxima fase. O Vasco venceu cinco jogos, empatou quatro e perdeu apenas um, somando 14 pontos, mesmo número do Palmeiras, que foi líder pelo saldo de gols.

Na segunda fase, as 16 equipes sobreviventes foram divididas em duas chaves, jogando em turno único apenas contra os times do outro grupo, sendo seus pontos somados aos conquistados na fase anterior. O Vasco ficou no grupo B, em que somou o mesmo número de pontos do Cruzeiro: 24. Com um gol a mais que os mineiros no saldo, o Gigante da Colina foi para a final enfrentar o São Paulo, primeiro colocado da outra chave.

A final tinha um regulamento peculiar. Seriam disputados, no máximo, dois jogos. A equipe com a melhor campanha na competição poderia escolher o local da primeira partida e se sagrar campeão com dois empates ou uma vitória. Assim, como o Cruz-Maltino teve a melhor campanha, escolheu decidir o título em casa com o Morumbi se tornando o palco da primeira partida, que teve milhares de vascaínos presentes.

Contudo, não haveria a necessidade do segundo jogo, pois a “SeleVasco” liquidou a fatura no estádio adversário com uma grande atuação do time. Com uma forte aplicação tática, marca do Vascão em toda a campanha, o time paulista teve dificuldades de chegar à meta cruzmaltina e quando o conseguia fazer, esbarrava no goleiro Acácio que fez, no mínimo, três grandes defesas na final.

 A zaga se mostrava um pouco nervosa, mas compensava com a entrega, colocando o coração na ponta da chuteira. O meio de campo bloqueava as investidas são-paulinas e controlava o ritmo de jogo.  O ataque, por sua vez, era composto por Bebeto aberto na ponta direita e pelo jovem Sorato, de 20 anos, caindo pelo setor esquerdo da ofensiva vascaína.

No primeiro tempo, o Vasco começou dominando o adversário por cerca de 20 minutos, quando acabou diminuindo a intensa marcação no campo ofensivo. Os donos da casa se aproveitaram disso e criaram duas oportunidades para abrir o placar, mas em ambas não superaram Acácio.

Logo aos cinco minutos da segunda etapa, o Cruz-Maltino recuperou a bola e fez uma troca de passes envolvente no meio de campo até Boiadeiro tocar para o lateral-direito Luis Carlos Winck cruzar na segunda trave para Sorato cabecear no canto de Gilmar e sair comemorando o gol em direção à torcida vascaína, que invadiu o Morumbi.

Com a vantagem, o Vasco recuou para explorar os espaços dados pelo São Paulo, que pressionava em busca do empate para forçar uma segunda partida. Os paulistas tiveram duas oportunidades claras. As duas primeiras foram em cabeçadas a queima roupa, mas Acácio operou dois milagres, salvando sua equipe que ao apito final foi comemorar com a sua torcida, que fez do Morumbi parecer São Januário. A festa se estendeu durante toda a semana.

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