Grupo do Vasco reúne velhos e novos figurões da Libertadores

O Nacional, Alianza Lima e Libertad indicam dificuldades para o Gigante da Colina.

Vasco, Nacional, Alianza Lima e Libertad poderiam sentar em um bar e trocar histórias e mais histórias sobre a Libertadores da América. Aí estão velhos e novos figurões da competição continental, todos presentes no Grupo 5.

As principais ameaças estão nos uruguaios e nos paraguaios. O Nacional pinga tradição de sua camisa. Tem três títulos da Libertadores. E tenta surfar na onda do ótimo momento do futebol charrua.

O Libertad entra na nova ordem do futebol sul-americano. É um clube onipresente na última década. Disputou as últimas dez edições do torneio – o que inclui uma ida às semifinais em 2006. Já o Alianza Lima luta contra a falência do futebol peruano. Tem mais experiência do que qualidade.

O Alianza Lima tenta usar a Libertadores como válvula de escape de uma forte crise. No ano passado, o clube deixou de pagar salários a seu elenco. Os jogadores se revoltaram. Deixaram de treinar. Afirmaram que só estavam indo a campo para o time não perder os pontos. Mesmo assim, houve punição na tabela. Desestabilizada, a equipe de Lima acabou derrotada pelo Juan Aurich na decisão.

O clube da capital perdeu poder de investimento. Tem um elenco menos vistoso do que o próprio Juan Aurich. Chegou a perder um de seus principais jogadores, o zagueiro argentino Fleitas, para o adversário.

O Alianza Lima tem em seu time titular jogadores muito experientes e apostas do futebol peruano. O capitão, Juan Jayo, tem 39 anos. Dois meias, Bazan e Hurtado, têm 20 e 21, respectivamente. Mesmo em forte crise, o clube conseguiu fazer contratações – casos do zagueiro uruguaio Walter Ibáñez e do meia chileno Fernando Meneses.

Fique de olho: o Alianza Lima joga no esquema 4-5-1. O único atacante é Jonathan Charquero, um uruguaio de 22 anos, buscado pelo clube peruano no Nacional, de Montevidéu, onde era pouco aproveitado. O jogador tem passagem por seleções de base.

Efeito caldeirão: o Alianza Lima manda suas partidas no estádio Alejandro Villanueva, conhecido como Matute. A capacidade é para 35 mil pessoas. Lotado, o estádio vira um caldeirão. Como o clube é muito popular, o público costura ser grande.

Resultados recentes: na apresentação do elenco e dos uniformes para 2012, a chamada ‘Noche Blanquiazul’, o Alianza Lima empatou por 1 a 1 com o Cerro, do Uruguai. Em amistosos, também empatou por 2 a 2 com o Zarumilla, fez 2 a 0 no Cobreloa, do Chile, levou 2 a 0 do Colo-Colo e empatou por 1 a 1 com o O’Higgins.

O Libertad é a sensação do futebol paraguaio nos últimos anos. É um clube que já acumulava relativa tradição, mas que ganhou espaço com a presença, por dez anos seguidos, na Libertadores. Até 2003, a equipe só havia participado de três edições da competição. A partir daquele ano, não ficou fora por uma temporada sequer.

E causou estragos. Em 2006, chegou às semifinais, quando fez o Inter sofrer para conseguir a classificação para a decisão. Em 2007, 2009, 2010 e 2011, foi o campeão de seu grupo. No ano passado, eliminou o Fluminense nas oitavas de final.

O Libertad tem por tradição manter boa parte de suas equipes de uma temporada para a outra. Desta vez, não foi bem assim. Do time que venceu o Tricolor por 3 a 0 em 2011, restou metade, incluindo todo o meio-campo. Bonet, de 34 anos, é o líder de um elenco que ganhou o reforço do atacante argentino Menéndez, ex-Lanús e Emelec.

Fique de olho: o técnico do Libertad é um dos principais jogadores da história do futebol argentino. Jorge Burruchaga, campeão mundial em 1986 e vice em 1990 com a seleção de seu país, chegou ao clube paraguaio este ano. Antes, comandou quatro clubes argentinos: Arsenal, Estudiantes, Independiente e Banfield.

Efeito caldeirão: o Libertad costuma mandar seus jogos no Defensores del Chaco, o principal estádio paraguaio, com capacidade para 40 mil pessoas e habitual palco de manifestações hostis das torcidas locais. O porém é que o adversário vascaíno não tem um público numeroso a ponto de lotar o estádio em partidas da primeira fase da Libertadores. O clima não deve ser de pressão.

Desempenho recente: o Libertad largou bem no Apertura paraguaio. Contra o Nacional, também presente na Libertadores, venceu por 1 a 0.

A tradição do futebol uruguaio já seria motivo de sobra para o Vasco ficar atento ao Nacional. Mas não fica nisso a argumentação pró-temores. O país bicampeão mundial vive momento de fortalecimento em seu futebol. Chegou às semifinais da Copa do Mundo, ganhou a Copa América, voltou a ter uma vaga olímpica depois de 84 anos. A própria Libertadores do ano passado foi uma prova do bom momento charrua, mas com o Peñarol, inimigo eterno do Nacional. Os carboneros levaram o Uruguai à final da Libertadores depois de 23 anos.

O Nacional é um dos maiores emblemas do futebol sul-americano. Ganhou a Libertadores três vezes, em 1971, 1980 e 1988 (nos três anos, foi tricampeão mundial). Tem 38 participações na disputa. No ano passado, caiu na primeira fase. Em 2009, chegou às semifinais.

O bom momento do futebol uruguaio, porém, não representa que o Nacional tenha um time recheado de astros. Pelo contrário. No país vizinho, o êxodo é ainda mais radical do que no Brasil. A seleção campeã da Copa América de 2011 só tinha um jogador que atuava no país. Era o zagueiro Coates, que defendia justamente o Nacional. Um mês depois do título, ele foi vendido para o Liverpool, da Inglaterra.

Mesmo assim, há jogadores de relativa fama. O principal é o meia-atacante Álvaro Recoba, de 35 anos, ex-destaque do Inter de Milão. O zagueiro Andrés Scotti, de 36 anos, com habituais passagens pela seleção uruguaia, também defende o clube de Montevidéu.

Fique de olho: o Nacional tem um ex-jogador do Vasco. Trata-se do zagueiro Jadson, de 30 anos. O brasileiro, naturalizado uruguaio, foi cedido por empréstimo ao clube de Montevidéu no início do ano passado. Em dezembro, rescindiu contrato com o Cruzmaltino. É titular do Nacional.

Efeito caldeirão: a pressão depende de onde joga o Nacional. Se é em seu estádio, o Parque Central, que passa por reformas, o adversário costuma sofrer. O gramado é grudado no alambrado. Mas se é no lendário Centenário, palco da final da Copa do Mundo de 1930, o ambiente é menos desagradável. Mesmo assim, o gigante de Montevidéu, quando lotado, impressiona os visitantes.

Desempenho recente: o Campeonato Uruguaio ainda não começou. Como preparação para a Libertadores, o Nacional jogou amistosos no Chile. Venceu o Everton por 5 a 3 e empatou por 1 a 1 com o Universidad de Chile.

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