Gol de bicicleta de Alecsandro já é o mais bonito do Brasileiro

A bicicleta cometida pelo vascaíno Alecsandro marcou no clássico luso-português do Canindé já pode ser considerado o gol brasileiro do ano.

Esperei até o fim da segunda rodada para decretar, mas confesso que me considerei demasiado precavido. Sem muito espaço para dúvidas, a bicicleta cometida pelo vascaíno Alecsandro marcou no clássico luso-português do Canindé já pode ser considerado o gol brasileiro do ano.

Se fôssemos usar critérios ingleses, o cicloativismo de Alecsandro poderia até aspirar a prêmios maiores. Com um estilo parecido, Wayne Rooney, do Manchester United, foi eleito o autor do gol mais bonito da história da Premier League, num jogo contra o Manchester City.

É fato, porém, que os ingleses não são famosos pelos gols de dribles sequenciais em meio time adversário, como o gol de Maradona contra a seleção deles em 1986. Inspirados pelo clima úmido e cinzento da ilha, os britânicos dedicaram anos e anos ao aperfeiçoamento do chuveirinho e das formas de arrematá-lo de primeira, até que finalmente abriram seu campeonato a formas mais evoluídas de seu produto nacional. No entanto, ainda são fãs de uma bola bem cruzada para uma conclusão no ângulo.

(É ainda de enorme cavalheirismo que o goleiro pule: o golpe de vista não acrescenta plasticidade aos lances.)

Em resumo, todo espírito de cruzar a bola na área vem da ideia de pegar um colega de frente para o gol e pronto para um único golpe decisivo. Logo, todo gol de bicicleta nasce de um cruzamento imperfeito. Exceção feita àqueles em que há um toque de ajeitamento por parte do artilheiro, como este abaixo, de Rivaldo para o Barcelona contra o Valencia em 2001, o gol de bicicleta começa numa bola alçada depois do ponto do golpe frontal.

O gol de Alecsandro se deve em parte a Raí, da Portuguesa, que ofereceu contratempos a Fagner. Como o lateral vascaíno demorou a chegar a linha de fundo, perdeu um pouco da referência de Alecsandro; enquanto isso, o centroavante decaiu em velocidade e chegada, ficando próximo da inércia dos cones. Ainda por cima, estava marcado.

Houve muitos vascaínos que lamentaram o fato de o gol ter chegado com um jogo de atraso, o que prova que Alecsandro é da estirpe dos centroavantes malditos: nascidos de costas para as unanimidades, são homens condenados a conviver com a vaia e a descrença mesmo quando levam às vitórias, resignados como o caubói justiceiro que termina o filme sabendo que deve deixar a mocinha para trás e seguir viagem.

blog márvio dos santos

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