Germán Cano cai nas graças da torcida e se torna maior acerto de Campello

A vinda do atacante Germán Cano gerou crise na política do Vasco, mas o argentino se destacou e caiu nas graças da torcida.

Há mais um trocadilho possível com o nome do atacante argentino do Vasco, além da habitual referência às tubulações hidráulicas: com quatro gols em seis partidas, Germán tem sido canonizado pela torcida vascaína. O jogador representa até agora o maior acerto da diretoria encabeçada pelo presidente Alexandre Campello em meio à instabilidade política e financeira que atravessa.

A classificação apertada para a segunda fase da Copa do Brasil ressaltou ainda mais a importância do camisa 14. Em meio à penca de chances de gol desperdiçadas em Teresina, foi ele quem evitou uma eliminação que teria efeitos catastróficos sobre o clube.

Com dois meses de São Januário, caiu nas graças dos vascaínos, calejados pela falta de um homem-gol de números expressivos desde a temporada de 2012, quando Alecsandro fez 26 gols.

A contratação gerou desgaste ao presidente Alexandre Campello e foi apontada pelo grupo “Desenvolve Vasco” como um dos motivos da saída da gestão, mês passado. Segundo eles, o gasto gerado pela chegada do argentino ajudaria a deixar o orçamento vascaíno acima do que o clube consegue pagar.

Campello contra-argumentou que Germán Cano aumentaria a qualidade do time e os resultados em campo gerariam receita para o clube. Na primeira ocasião em que sua tese foi colocada à prova, Cano não decepcionou o presidente. Com o gol marcado, o argentino garantiu a classificação e mais R$ 1,3 milhão para os cofres combalidos de São Januário.

A dívida salarial segue grande e gerando problemas para o presidente administrar, como a ameaça de greve de funcionários. Politicamente, o cerco da oposição, liderada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, segue forte, com a ameaça de suspensão do cargo por cinco dias. O que os opositores tentam é a lista de sócios do clube, que Campello disponibiliza dentro da Colina. A oposição quer tirá-la de São Januário a todo custo.

Campello tem alegado que deve proteger os dados pessoais dos sócios do clube, e que já recebeu pedidos de associados para que informações como RG e CPF não saiam da Colina.

– Muitos conselheiros já vieram até mim pedir para que esses dados não saiam do clube, para que não tenham os dados expostos. Eu respondi oportunamente sempre os ofícios da sindicância. Eu esperei que a ata da sindicância fosse aprovada, depois comuniquei a todos que eu disponibilizava uma sala com computador e todos os documentos necessários para que verificassem o que desejassem. Existe um interesse de tirar esses dados de dentro do clube, mas eu tenho de zelar por essas informações. Ao meu ver é mais um movimento político para causar desconforto, dificuldades para a gestão, para a diretoria administrativa. Lamentavelmente sempre em um momento de dificuldade para a gestão. É o objetivo de o quanto pior, melhor – afirmou Campello na semana passada.

Extra Online

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