Futebol? Na Universidade do Chile o esporte principal é o protesto

A Universidade do Chile, instituição da qual nasceu a equipe esportiva em 1927, passa por um momento de profunda crise.

No futebol, a Universidad de Chile vive um momento glorioso. É a atual campeã chilena, disputa nesta quarta-feira, contra o Vasco, a semifinal da Copa Sul-Americana e tem um time que é chamado de “Barcelona das Américas”. Mas enquanto isso, a Universidade do Chile, instiuição da qual nasceu a equipe esportiva em 1927, passa por um momento de profunda crise. Ali, a mobilização não é por um gol ou por um título, e o adversário não é o Vasco. O rival é o governo local e o duelo tem como marca o protesto.

Há seis meses, estudantes decidiram ocupar o prédio central da Universidade do Chile, localizado no Centro de Santiago. Um grande auditório no qual se costuma condecorar professores e integrantes da elite está até hoje tomado por jovens com colchões e repleto de faixas nas quais constam palavras de ordem e metas a serem cumpridas. O objetivo principal é fazer com que a instituição, fundada em 1842, seja gratuita. Atualmente, apenas os mais bem colocados nos exames de admissão ganham bolsas de estudo.

Apenas nesta semana as aulas foram retomadas na universadade. Além disso, o governo chileno começa a discutir a questão. Por isso, para os estudantes que integram o movimento, o futebol e a equipe da Universidad de Chile passam longe da instituição que a batizou.

– Lógico que aqui há muitos estudantes que são apaixonados pelo time do La U. Mas neste lugar o futebol está em segundo plano. Para nós, o mais importante agora é fazer com que o Chile tenha educação pública, gratuita e de qualidade – afirmou Jonathan Hechenleitner, estudante de bioquímica que há seis meses vive no prédio central da universidade.

O local por enquanto é fechado a pessoas que não façam parte do movimento. A decisão de permitir visitantes e até de autorizar, ou não, fotografias são tomadas em conjunto pelos estudantes. Segundo eles, tudo para evitar pessoas infiltradas ou que entrem com o objetivo de sabotar a rebelião.

– Nossa ideia é mostrar que estamos em desacordo com a política de educação do país. Esse edifício, por exemplo, estava fechado. Era usado somente para cerimônias elitistas e que nada tinham a ver com o propósito da universidade. Queremos uma instituição para toda a sociedade e não apenas para aqueles que podem pagar – explicou Hechenleitner, conhecido como Patagon.

De fato, o time de futebol Universidad de Chile e a instituição Universidade do Chile não têm mais nada em comum. Mais especificamente, se desvincularam em 1980, quando o clube viveu o auge de sua crise no momento em que o país vivia sob ditadura militar, deixando de lado os dois emblemas. Até então, qualquer decisão do futebol precisava da anuência do reitor do local de ensino.

A partir de então, o clube se transformou na Corporação de Futebol Profissional da Universidade do Chile, mas continuou a ser chamada por seu nome original. O time superou o rebaixamento para a Segunda Divisão em 1988, mas suas finanças vinham mal até que a entidade teve falência decretada em 2006 por causa das dívidas. No ano seguinte, a Universidad de Chile ganhou a concessão, válida por 30 anos, para tornar-se uma sociedade anônima, que foi batizada Azul Azul S.A. Essa nova fase representou a conquista de títulos, e o time se transformou na maior força do futebol do país.

Fonte: globo esporte

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