Fred Lopes explica desejo de ser presidente do Vasco e rechaça promessas

O candidato à presidência do Vasco da Gama, Fred Lopes, rechaçou promessas e prioriza formação de time competitivo.

Vice-presidente nos mandatos de Roberto Dinamite (Patrimônio) e Alexandre Campello (Futebol), o empresário Fred Lopes, 44 anos, cansou de buscar votos para outras figuras da política do Vasco e decidiu lançar sua própria candidatura. É o terceiro concorrente anunciado ao pleito que deve ocorrer em novembro.

Empresário do ramo de material de construção, Fred se julgou maduro o suficiente para ocupar o cargo de maior responsabilidade do clube. Não à toa saiu do grupo “Identidade Vasco” e criou um batizado como “Avante, Gigante”. Motivações não faltam para buscar a eleição, mas ele não escondeu que decepções com os mandatários das gestões que integrou afloraram a vontade de ser presidente.

– A minha vontade de ser presidente do Vasco é porque me acho maduro o suficiente, já com 44 anos. Tenho capacidade, faço a gestão de três empresas no estado do Rio de Janeiro. Acredito que posso contribuir pela minha honestidade, competência e pelo amor que tenho ao Vasco. O presidente de um clube como o Vasco não é remunerado. Se não é remunerado, ele é apaixonado. Porque o cara ou está por paixão ou por outros interesses – disse, para completar:

– Estou por paixão. Por esse conjunto de fatores: experiência, capacidade e frustrações passadas, eu falei “Não vou apoiar ninguém”. Vou fazer a minha campanha para que efetivamente eu possa cumprir e entregar o que eu estou prometendo. Porque é muito ruim você prometer algo na campanha e depois que ele é eleito começam as mudanças de discurso, o que muitas vezes acaba frustrando o torcedor. Normalmente essas mudanças não são para bem, são infelizmente para mal do clube. Por isso eu decidi me candidatar.

Com um discurso bastante técnico e avesso a provocações a adversários e pirotecnias, Fred rechaçou promessas e afirmou basear a campanha nos seguintes pilares: divisão de base (ênfase no Centro de Inteligência e Análise do Vasco), plano de sócio-torcedor e a formação de uma equipe competitiva. O candidato sustentou que uma exploração eficaz da marca, principalmente das receitas oriundas dos associados, pode resultar em contratações para o futebol e ajudar na reestruturação da dívida.

Confira a entrevista abaixo:

O que o motivou a se lançar como candidato à presidência do Vasco?

São os exemplos pelos quais passei. Eu tinha, como vice de patrimônio, mais de trinta e poucas obras, e a gente estava num caminho de reconstrução do Vasco muito bacana. Não só eu, mas alguns vice-presidentes no primeiro mandato do Dinamite. E de repente a decisão do presidente por um regime muito presidencialista, dependendo da vontade dele. Muitas vezes por decisões extremamente equivocadas, se desmonta todo um trabalho.

Você acaba ficando frustrado porque empresta sua credibilidade e seu nome. Usa esse credibilidade para pedir votos para amigos e sócios, fazer reuniões com torcedores e atesta muitas vezes a capacidade e a visão estratégica. Depois uma pessoa entra, e a gente começa a ver muitas vezes que a fala da campanha é uma e a prática é outra.

– Só para dar um exemplo, eu lembro que no livreto do Campello, na Frente Vasco Livre, ele fazia críticas ao fato de o ex-presidente ter filhos na gestão. E ele fala claramente que jamais colocaria nenhum filho dele na gestão, não teria nepotismo. Quem é o advogado que está envolvido nos contratos do futebol? É o filho dele (Eduardo Campello Gondim da Silveira, filho do primeiro casamento). Estou dando um exemplo, acho que esse aqui é emblemático, mas tem coisas muito piores.

Como fico hoje para novamente pedir voto para uma outra pessoa tendo passado por essa decepção que foi a gestão do Campello e a decepção que foi o segundo mandato do Roberto Dinamite? Quando o Roberto decide modificar todas as áreas estratégicas que estavam dando certo, como era o caso do futebol.

Ele começou a ter atrito com o Mandarino (vice de futebol à época), que ganhou a Copa do Brasil, com o Rodrigo Caetano (executivo), que vinha bem. Com a estrutura que estava se implantando para o futebol. O próprio marketing, que tinha Fábio Fernandes e Marcos Blanco.

O que causou o rompimento precoce com Campello (saiu no quinto mês do mandato)?

Uma coisa é o Campello em campanha, outra coisa é quando ele sentou na cadeira e falou: “Agora eu sou o presidente”. Foi a mudança de discurso dele. Ele se mostrou uma pessoa extremamente autoritária, centralizadora e acima de tudo… Ele falava em transparência, transparência e transparência. Aí ele faz a venda de um ativo (Paulinho) que não é qualquer ativo.

Foi a maior venda do clube do ponto de vista financeiro, e ele decide fazer essa venda não apenas à margem do Fred (que era o vice de futebol), mas à margem de todo o departamento de futebol. Do vice-presidente, do executivo, que era o Paulo Pelaipe, e do gerente, que era o Newton Drummond.

Ninguém sabia. O vice de finanças não sabia quando o dinheiro ia entrar na conta, o vice de futebol não sabia, os executivos não sabiam… Não foi para isso que eu o apoiei. Se eu estivesse lá, não faria. Quero envolver as pessoas para que exista transparência. A defesa dos interesses do Vasco tem que acontecer na negociação. Quando você afasta todo o departamento, gera a possibilidade da margem da dúvida em relação a por que se ter um segredo tão grande ainda que seja para o departamento de futebol e de finanças.

Clube não tem dono. Tem presidente, mas ele precisa dar satisfação, ter transparência e mostrar a transparência. Ter transparência é envolver as pessoas e a estrutura para que não se tenha dúvida dos interesses que estão colocados em primeiro lugar, que é o clube.

A própria construção da equipe do futebol, o Campello queria impor desde o gerente e os dois supervisores. A única estrutura que montei foi a da categoria de base. No futebol profissional, Newton foi indicado por ele, Paulo Pelaipe foi indicado por empresário. Foi uma imposição. A estrutura foi muito montada por Campello. Depois que o Rodrigo Caetano sai do Flamengo, há uma forçação de barra para que o Rodrigo venha para o Vasco.

A visão dele (Campello) como um todo para o futebol é errada. Na visão dele para o futebol eu não acredito.

Ficou muito claro, desde o início, que a visão dele era centralizada, que ele quer tocar o departamento médico e de futebol. Acho que eles erraram muito no futebol, nós contratamos muitos jogadores que não deram certo sobretudo na passagem do ex-diretor executivo (Alexandre Faria), o anterior ao André Mazzuco, que até está fazendo bom trabalho, mas o anterior errou demais. Isso não me surpreende.

A venda do Paulinho foi fruto de investigação por parte da polícia. Qual é sua opinião sobre ela nesse aspecto? Tem como contribuir com alguma apuração?

Tenho conhecimento do processo, mas sinceramente não tenho como ajudar porque nem eu e nem ninguém da estrutura do futebol sabíamos da venda. Um colega de vocês veio falar comigo no final de um jogo, e estava marcada uma entrevista para o outro dia às 16h, e ele me perguntou ao lado do Pelaipe: “Você vai participar da entrevista com o presidente para falar da venda do Paulinho?”.

Eu olho para a cara do Pelaipe, o Pelaipe olha para mim, e o repórter fica até constrangido porque ele, com o feeling de jornalista, percebeu que ninguém de nós sabia.

A verdade é que nenhum de nós sabe como foi a negociação. Se houvesse uma negociação transparente, haveria muito mais clareza. Isso que a gente tem que buscar. Se tivesse envolvido outras pessoas, a gente não estaria discutindo. Porque eu seria prova, o Pelaipe seria e o Newton seria. Não existe nenhum tipo de e-mail enviado ou recebido por ninguém do departamento. Para se ter uma ideia, eu não sabia nem o país para onde o jogador seria vendido.

Aí eu vou procurar a pasta do Paulinho, e ela tinha saído do departamento de futebol sem o conhecimento de ninguém do futebol. Então eu não posso ficar num negócio desse. Eu tenho CPF a cuidar, meu nome é limpo. Sempre prestei serviço ao clube, sou do seletíssimo grupo de pessoas que vota aqui no clube e que não pega benefício nenhum. Nem camisa, carteirinha ou ingresso para levar cliente ou fornecedor.

Qual é o maior problema do Vasco? E o que precisa ser mudado imediatamente?

Acho que o Vasco tem dois pilares principais. Uma é a questão da reestruturação financeira e a outra é a de formular um time de futebol competitivo. Tenho batido nessa tecla. Não que a gente vá fazer loucura, mas o Vasco precisa ter um time mais forte.
A minha tese é a seguinte: o grande patrocinador de todo clube de futebol de massa é a sua torcida, afinal de contas, é ela que assina pay per view. O Vasco precisa consolidar o maior plano de sócios do Brasil e da América Latina. A torcida deu sinais mesmo em meio a essa pandemia. Parece que 20 mil pessoas já tinham renovado (já são mais de 30 mil).

Você tem plano de sócios, venda de produtos oficiais e licenciados, bilheteria, pay per view, TV aberta… Você tem uma série de questões que estão muito ligadas a resultados de campo. É muito mais fácil você trazer patrocínios e melhorar os valores dele quando está disputando Libertadores ou títulos do que estar brigando como o Vasco sempre briga. Ou é zona de rebaixamento ou está ali na zona de salsicha, que nem disputa Libertadores nem rebaixamento.

Então, você não consegue ativar o torcedor como deveria, não consegue trazê-lo para o engajamento. Reestruturar a dívida e formar um time competitivo têm sido os dois grandes pilares do nosso projeto.

Reestruturar a dívida é algo que Campello falou bastante na campanha e fala até hoje. O que o seu discurso difere do dele? Como fazer a reestruturação da dívida para ter recursos para pagar salários e contratar?

Não existe milagre. O grande senão é o seguinte: na semana passada, o Vasco decidiu fazer uma ação de venda de ingressos virtuais para a final da Libertadores. Cria-se uma mobilização por parte da torcida, aí você vai comprar o ingresso e não consegue. Fiquei quase duas horas a fio com um funcionário meu tentando insistentemente comprar.

Vamos falar de plano de sócios. O Vasco saiu de um patamar de 25 a 30 mil sócios e chegou a bater 185 mil sócios, e o clube não fez o dever de casa com a empresa que faz a administração para que houvesse uma melhora na infraestrutura. Muitos amigos sócios reclamam: “Os caras estão pedindo para renovar, e eu até agora não recebi minha carteirinha”.

O plano não tem estrutura física. Se você começa a acessar o site, você derruba o site porque ele não tem capacidade de suportar o fluxo que a demanda precisa. Você vai fazer um evento desse em que a gente poderia ter colocado muito mais, mas muita gente desistiu porque o site não suportava.

Mas o que deveria mudar no que diz respeito ao plano de sócio? E com solucionar o endividamento?

Isso é um ponto, a gente precisa reestruturar o plano de sócio. Já fizemos workshops. A gente fala não só da questão da venda, do acesso e das catracas, inclusive com leitura facial.

Temos todo um plano desenvolvido para não só passar o sócio para uma arrecadação anual de R$ 60 milhões, o que representa R$ 180 milhões de receita (triênio previsto no mandato de presidente do Vasco). Eu digo que, a cada R$ 1 arrecadado, R$ 0,50 é para o investimento no time de futebol e R$ 0,50 para a reestruturação da dívida. Ou seja, R$ 90 milhões para o futebol e R$ 90 milhões para a dívida.

Qual o grande problema da dívida do Vasco hoje? O Vasco tem R$ 2 milhões por mês em torno de 66 parcelas que já vem deduzido direto da Globo. É para o Ato Trabalhista.

O Vasco tem outra parcela negociada, que é a questão do Profut, que é feita em efeito escada. Quando foi negociado, a ideia era que os clubes aproveitassem parcelas mais baratas para se reestruturarem e depois aumentar o valor da parcela. A maior parte dos clubes não fez, e o Vasco é um deles. Agora a parcela é maior, e o clube passa a ter mais dificuldade de manter o Profut em dia porque as parcelas vão aumentar.

Existe uma tendência de mercado em que a gente acredita que você vai ter taxas muito baratas no Brasil. A taxa Selic, que estava em 3%, a gente acredita que vai fechar o ano em 2,5%. O cheque especial, que estava 14, está em 2,90. Vai baixar. Vamos ter oferta de dinheiro mais barato, o que para clubes como o Vasco, que tem dívida, é extremamente importante.

– Vamos pegar algumas operações através sobretudo do plano de sócios, do contrato de televisionamento e de venda de ativos para que você monte duas, três ou quatro operações no sentido de trocar dívidas de curto prazo com taxas de juros elevados por dívidas com juros menores e com longo prazo, que foi um pouco o que o rival (Flamengo) fez.

Isso para que você pare de ficar com penhoras que explodem no clube e que liquidam com qualquer planejamento. O Vasco está pagando o preço nesse primeiro semestre daquela penhora que aconteceu em dezembro. Derrubou todo o planejamento que o clube tinha para manter os seis primeiros meses em dias. Com essa pandemia, o que já estava ruim ficou muito pior.

Você tem um plano de ter uma quarta camisa ao torcedor, não? Isso geraria uma nova receita…

Existe um estudo para que a gente arrecade R$ 5 milhões em três anos só colocando uma camisa número 4. Hoje a gente tem 12 lojas abertas do Vasco. A gente tem um planejamento para atingir mais de 40 lojas em três anos. A gente sabe que historicamente a camisa que mais vendeu foi aquela da Cavalera número 3, a templária vermelha. Foram vendidas mais de 110 mil peças.

Se a gente vender 50 mil camisas por ano do uniforme número 4, a gente consegue atingir R$ 5 milhões. Nós vamos oferecer três modelos para o torcedor escolher em diferentes períodos.

Você é um crítico da maneira pela qual o Vasco explora a sua marca.

Você tem noção que o Vasco não faz nenhuma ação? E a torcida do Vasco é a mais engajada do Brasil. Você pega dos 10 maiores planos de sócios do mundo, o único clube que a torcida não está engajada pelos resultados é a do Vasco.

É a única torcida que está indo pela dor. Todas as outras estão indo pela alegria, pela motivação, pelo resultado de campo. Vai pela necessidade e pela vontade de mudar o futuro do clube.

Se você pega e faz um trabalho desse e aumenta só em 2% a assinatura, você imagina quantos milhões a mais virão para o caixa do Vasco? O Vasco tem 79% da sua torcida fora do estado do Rio. Acredita que o marketing do Vasco não tem estrutura nenhuma definida para tratar exclusivamente esse sócio de fora do Rio?

Ele não tem produto oficial, o plano de sócio é simples demais. O Vasco não consegue falar com esse torcedor. Aproximar esse torcedor do clube não só melhora a percepção dele com o clube, mas com certeza aumenta receita. Não consigo entender isso. Se ganharmos, e eu sou o primeiro candidato a falar nisso, vamos ter uma estrutura voltada para o sócio off-Rio.

Mas é possível fazer esse time competitivo tão logo que assumir o Vasco em caso de vitória diante de todas as dificuldades financeiras?

Você sabe como é o calendário do futebol, é muito perverso para quem vence as eleições. Vamos supor que a gente vença as eleições em novembro, você assume em janeiro.

Quando assume o time em janeiro, você assume basicamente em pré-temporada. A montagem do time de 2021 acontece em dezembro de 2020. Provavelmente grande parte dos atletas que vão renovar ou os que virão para a temporada de 21 serão na gestão do atual presidente.

Vamos estar fazendo uma avaliação ao longo do ano de 2020 para entender o que vai acontecer na frente. A gente não sabe quem chega ainda, quem o Vasco vai vender na janela, e se é que vai vender. Essa avaliação vai continuar até dezembro.

Em janeiro, a nossa ideia é pegar duas ou três peças de imediato para que a gente possa elevar o nível da equipe. Dizer que a gente vai conseguir montar um time competitivo nesse exato momento, eu diria que é até leviano da minha parte porque tenho de entender algumas ações que serão feitas ao longo do ano pelo Campello.

Imagine eu, nesse momento, anunciar um atleta com jogadores quatro ou cinco meses sem receber salários? Com sete ou oito meses sem receber imagem? Como eu chego no vestiário, e falo isso porque eu conheço, e olho para a cara do Castan, do Fernando Miguel e de outros líderes do elenco e digo que estou trazendo A, B, C ou D sem ter uma proposta concreta de solução para o salário dos caras?

Os caras estão com dificuldade. A diretoria até agora já colocou algum plano de forma concreta para resolver essa questão de salários? Preciso avaliar qual é o cenário. A gente já está trabalhando com duas ou três peças de imediato para chegarem para jogar.

E não faz sentido você trazer jogadores de R$ 80 a R$ 150 mil, que é a média de grande parte dos jogadores do Vasco, para disputar posição com um menino que está pedindo passagem na categoria de base. Você às vezes acaba atrapalhando a evolução do menino.

A ideia é montar espinha dorsal para jogar, aproveitar a questão do CIA Vasco (Centro de Inteligência e Análise do Vasco), que tem relevância grande no projeto que estamos atacando, e trabalhar a categoria de base, como a gente fez desde o início de 2018, quando trouxemos o Carlos Brazil e montamos uma estrutura que inegavelmente é um dos grandes legados da questão do Campello, que é a reformulação que deixamos e, graças a Deus, ele manteve essa estrutura.

Você já falou que não vai anunciar nomes, mas já tem nomes definidos?

Tenho uma relação de preferências. Claro que ela poderá sofrer alterações com o desdobrar da temporada. Se eu vendo um volante ou um atacante, eu passo a ter uma nova necessidade. É algo que se constrói gradativamente. É preciso trazer duas ou três peças para que a gente possa ter condições de melhorar a nossa performance.

Isso parte de uma necessidade de conversar com os líderes do time para que eles entendam que isso se faz necessário até para ajudar nas receitas, nas competições e no retorno que a torcida do Vasco vai dar.

Não posso anunciar porque esse não é o meu perfil, mas é claro que a gente vem fazendo pesquisas. Tenho três nomes que são os primeiros que vamos procurar. Já fiz sondagens obviamente para saber como está o contrato, de qual tempo de vigência, idade, se está caminhando para a negociação com outro clube, se existe algum interesse de retorno…

– Se topa uma ação baseada em salário, como foi, por exemplo a do Botafogo foi com o Honda. A informação que tenho é que o Honda ganha R$ 180 mil e 20% de participação de tudo que o Botafogo arrecadar com ele. Isso é um exemplo positivo e que o Vasco não pode ignorar.

Existe uma intenção no marketing de ter um atleta associado ao marketing, com toda uma linha de produtos desenvolvidas para ele.

O que achou do anúncio do Yaya Touré pelo Leven Siano (uma semana depois, o marfinense desistiu)?

Vou manter a linha de que meu concorrente é quem tem que falar da campanha dele. Só falo de assuntos ligados ao “Avante, Vasco”.

O que achou da escolha do Ramon e da volta do Antonio Lopes? Eles podem seguir com você?

Da minha parte já está definido que vou manter o Carlos Brazil como gestor da base. Lopes foi o maior vitorioso da história do Vasco. É óbvio que a gente vai dar sequência a esse trabalho se for da vontade dele.

Estou muito satisfeito com o trabalho que vem sendo feito pelo próprio executivo, que é o Mazzuco. Ramon… ele precisava ser reavaliado. Até onde eu sei é um cara que goza de um prestígio e carinho enorme por parte dos atletas, e a gente precisa avaliar com muito critério, muito bom senso e muita justiça esse tempo que ele vai ter para demonstrar o trabalho dele.

Não só o Ramon, mas todos os atletas. Teremos um versão muito mais apurada em dezembro, quando teremos uma avaliação desses meninos que subiram, de atletas que tiveram chance… Com toda certeza em janeiro faremos uma avaliação técnica para que a gente possa junto à comissão técnica e ao meu vice-presidente tomar definição dos caminhos para 2021.

Luis Manuel Fernandes falou que a bandeira dele é a da pacificação. Como você acredita que possa governar diante de tanta fragmentação?

Qual a diferença de eu fazer a gestão do Vasco e a das minhas empresas? Aqui, eu e minha irmã representamos a empresa. Decidimos algo e acabou. No Vasco, não.

Apesar de você encontrar uma gestão profissional, existe o lado político. Não vou fazer críticas ou comentários. Poderia me aproveitar desse momento ou daquele para poder tripudiar ou criar algum nível de polêmica com esse ou aquele candidato, mas acho que o Vasco precisa exatamente do contrário.

O Vasco precisa que os candidatos demonstrem já na eleição que eles têm interesse de pacificar o clube e de mudar essa história tão comprometida num passado recente com brigas, ações na Justiça e guerras políticas que muitas vezes botam o Vasco em segundo, terceiro ou décimo plano. Se eu falo para o torcedor em pacificação, mas depois só crio polêmica, vai ser assim depois de eleito.

A gente precisa de alguém com um perfil de ser um cara com energia, mas que não seja um polemizador. Que seja uma pessoa interessada em respeitar. Tenho 44 anos, represento uma nova geração no Vasco apesar de o meu pai já ter história, frequento o Vasco desde os 3 anos. Sou benemérito, consigo ter boa relação no Conselho de Beneméritos, tenho o respeito de todos.

O mais importante é que todos os candidatos entendam que a política do Vasco precisa mudar. Não podem continuar torcendo para o candidato ir mal para ter mais chances em 2023, por exemplo.

Como fazer diferente, então?

Nós do Avante temos dito o seguinte: o Vasco parece que emenda uma eleição na outra. Ganhando a eleição, vamos buscar todas as correntes para um pacto pelo Vasco por três anos. Se perdermos, vamos trabalhar dois anos e meio sem fazer política.

Vamos ajudar se o Vasco aceitar a nossa ajuda. Vamos nos envolver e nos engajar, inclusive como o Avante faz agora, seja trabalhando pelo plano de sócios ou pelo BMG. Dessa forma que temos de atuar: respeitando as divergências e buscando o diálogo para que a gente possa verdadeiramente mudar essa política do Vasco.

Por exemplo: eu preciso do Conselho para aprovar a camisa número 4 ou para aprovar que algumas categorias do sócio-torcedor tenham direito a voto. Senão, vamos mandar para lá as emendas de reforma, e o Conselho veta. Aí não consigo caminhar. Nem eu e nem presidente nenhum.

Então, a gente precisa de diálogo, respeito, mas acima de tudo de pacificar ainda que não haja unanimidade em cima das ideias. Mas que pelo menos exista respeito e diálogo entre as correntes.

Você se considera uma figura capaz de promover essa pacificação?

Acho que sim. Pelo próprio perfil. A gente tem que ver a prática. Não faço comentários negativos de candidatos, procuro respeitar a todos. É respeitar para poder ser respeitado. Importante que o Vasco mude alguns comportamentos, até com a própria imprensa.

Não sei se alguém lembra, mas quando o Dinamite assumiu, fui eu que autorizei que os repórteres pudessem entrar pelo portão principal de São Januário. Uma coisa absurda, descabida.

A própria história nossa mostra uma preocupação de tratar bem a imprensa, de tratar bem a ala mais conservadora do Vasco, mas entendendo que o Vasco precisa reformular essas ideias.

Acho que tenho esse perfil de tentar unir polos diferentes. Acho que estou preparado para fazer uma gestão acima de tudo conciliadora do ponto de vista político para que a gente possa também deixar esse lado tão negro que o Vasco tem nesses últimos anos.

São vários candidatos, e fala-se na dificuldade de formação de chapa. Você está tranquilo quanto a isso?

Acho que não vai ser o problema, não há ameaça de a gente não conseguir montar chapa. A gente tem um limitador, mas não vamos divulgar estrategicamente. A gente não quer fechar todas as vagas porque a gente sabe que vai haver diálogo. Vamos buscar grupos não por coeficiente de votos porque isso não dá certo. A história recente mostrou.

Quando você une só para ganhar eleição, você esquece que as pessoas precisam de afinidade de ideias e no dia seguinte começam os desgastes, os problemas, as rupturas, novas brigas e o novo caos políticos no Vasco.

A gente tem buscado acima de tudo o diálogo com outros grupos que têm afinidade de ideias. Naturalmente, nesses outros grupos há outras pessoas que têm direito a voto, mas também a serem votadas. Até para que eu possa dar voz a esses grupos que estão conversando e poderão vir a se juntar a nós para também terem representatividade dentro do Conselho Deliberativo.

Se tem uma coisa que está bem administrada pelo “Avante” é essa questão dos nomes porque temos nomes suficientes ainda mais com os grupos que virão por proximidade ideológica.

Você disse ter deixado o “Identidade Vasco” para criar algo com a sua cara no “Avante, Gigante”. Como é essa “cara”?

Acho que é basicamente fazer uma coisa que tenha mais autonomia. Evidente que o grupo não sou só eu e que não pode prevalecer só a minha ideia, mas alguma coisa que a gente pudesse estruturar mais com a nossa cara.

Com uma visão mais comercial, pacificadora do clube e sem beligerância. Lógico que acontece, é inevitável, mas a gente precisa buscar a todo momento um canal de diálogo e respeito entre todos os clubes. Para que não haja tantas brigas, divergências, confusões e páginas policiais.

Ideia é fazer um misto de propor algo mais moderno e mais profissional para o clube, porque eu estou convencido de que o Vasco ainda tem muita coisa para caminhar no sentido de aumento de receitas, da valorização do recurso e também na questão da pacificação política, que é fundamental para que o Vasco possa andar na esfera técnica mesmo.

Como pretende tratar a base do Vasco, algo que você valoriza muito em seu discurso?

Se nós pegarmos só o que o Vasco tem no time profissional e com expectativa de vendas no sub-20 e sub-17, estamos falando de uma expectativa… Se essa gestão for bem feita e sem vendas forem feitas minimamente dentro daquilo que a gente acredita, mantendo inclusive percentuais, a gente projeta que o Vasco consiga até 70% da dívida que o clube tem hoje com pagamento só com esses ativos de profissional, sub-20 e sub-17.

Você imagina o que isso representa ao longo de quatro e cinco anos como ponto de vista de não subsidiar o time profissional com melhora da qualidade, como também na reestruturação financeira.

Por essas razões, a categoria de base tem sido um dos grandes pilares do nosso planejamento. Seja do ponto de vista técnico para melhora do profissional, como também da recuperação financeira.

O que é a CIA Vasco, Centro de Inteligência e Análise do clube?

Uma parte vem das categorias de base, outra parte você vai ter que buscar. Qualquer contratação é como faço na minha empresa. Ela não vem pelo amigo do amigo, não vem por indicação de relação de amizade. Ela tem que vir por meritocracia, baseada em dados e informações.

Futebol deixou de ser o do boleirão antigo, daquele cara que só tinha aquela percepção e opinião porque jogou, para ser ciência. Virou informação e para se converter em dados extraídos de sistemas que te dão hoje uma série de dados muito complexos, informações muito precisas sobre características, força, velocidade e perfil.

Quando você chega e fala “eu preciso de um lateral-direito de força e com bom cruzamento porque tenho um centroavante de área, que é bom de cabeça e alto, e eu preciso de jogada aérea”, todo esse trabalho que eu comecei a fazer no CIA Vasco e infelizmente não foi concluído.

É muito rápido fazer isso. É uma sala, uma estrutura adequada e com internet de altíssima velocidade, dedicada para o CIA Vasco. Equipamentos com telas grandes para que você tenha boa imagem e alta qualidade.

O profissional precisa entender que o presidente, o vice-presidente e o executivo vão contratar baseados em informação técnicas e científicas. Não o amigo do amigo ou do empresário que é amigo.

Vamos trazer tecnicamente os atletas. O CIA Vasco não só vai ter autonomia, como vai ser uma ferramenta fundamental de análise para que a gente traga essas promessas. Analisando não somente o futebol brasileiro de modo geral, mas também outros mercados, como o sul-americano.

Mas de forma séria, dedicada, e ele entendendo que ele vai ser utilizado, vai ser ouvido e que vai ter estrutura física.

Eu trouxe um sistema para o Vasco que só Barcelona e Real Madrid usavam. Inclusive trouxemos outros módulo em 2D, que você fazia gravações inclusive para ajudar na análise de desempenho para as suas competições de base. Depois de um tempo fiquei sabendo que infelizmente o Vasco perdeu essa ferramenta por falta de pagamento.

Você tem que entender o que é despesa e o que é investimento. Isso não é despesa, é investimento. Então essa soma desses trabalhos à visão do presidente de incentivar, apoiar e, mais do que isso, de exigir que o trabalho seja feito sempre em alto nível e tendo certeza que as escolhas vão ser técnicas, é que vão dar ao CIA Vasco a possibilidade de trazer muitos atletas que nos ajudem nessa recuperação técnica e financeira.

Você pega o rival, que vendeu três ou quatro jogadores e botou 300 milhões no bolso. Quanto isso não representaria para o Vasco hoje?

Se você vende hoje três atletas e bota R$ 250 milhões em caixa, eu mato R$ 400 milhões da dívida do Vasco. Por isso é muito importante você ter essa estrutura na categoria de base, integrada. Quando a gente entrou lá, mexeu em toda a estrutura, não só nos atletas. Desde suplementação.

Sobre a relação com empresários que você mesmo citou, como enxerga essa situação de o clube ficar refém de agentes, por exemplo?

Conheço grande parte dos empresários que estão lá. O Vasco não tem tantos empresários que atuam no clube. Queremos tratar todos bem, mas não queremos ser reféns de nenhum deles. Como aqui na empresa, eu trato bem a todos, mas defendo os interesses da minha empresa. Estou ali para defender claramente os interesses do Vasco.

Minha campanha não tem investimento de empresário nenhum, não quero um centavo. A campanha será financiada por nós mesmos 100%. Não vamos entrar com rabo preso com ninguém nem haverá perseguição. O que vai haver é um trabalho técnico visando o interesse do Vasco.

Na hora que isso vai para a prática e deixa de ser campanha, os resultados são grandes.

Quando você está numa negociação visando o melhor para o clube, você a estica, melhora as condições para o clube. Quando está em uma negociação e tem que atender outros interesses, acaba perdendo capacidade e acaba deixando dinheiro na mesa. Acaba deixando de conquistar êxito no clube. Não digo que aconteça lá, mas é o perfil em que acredito.

Assim que vamos fazer no Vasco, sempre com muita seriedade, honestidade e sempre com trabalho científico e técnico. E não trabalho do amigo do amigo. E nossa campanha não vai receber um centavo que faça nos comprometer com alguém.

Você já ocupou duas vice-presidências. Jogadores você não anunciará, mas é possível anunciar algum VP agora?

Eu tenho alguns nomes, obviamente não vou anunciar porque não é só no “Avante” que têm pessoas boas. É do meu interesse buscar algumas pessoas, independentemente de estarem conosco ou não na campanha. É uma estratégia não de fazer politicagem, mas de valorizar os bons.

Podem não estar com o “Avante” hoje, mas são pessoas sérias, honestas e capacitadas. Temos nomes de outros grupos já mapeados. Isso não quer dizer que venham antes.

Vice-presidente meu vai ter que ser médico. VP jurídico vai ter que ser um bom advogado. VP de patrimônio vai ter que ter capacidade técnica de tocar a pasta.

Quais os seus planos para o CT do Vasco?

O CT tem sido um foco nosso, eu sou distribuidor de material de construção. Represento mais de 300 indústrias de material de construção do estado do Rio. Temos boa representatividade no mercado.

Já iniciamos um trabalho por mim mesmo de conversas. Conversamos com algumas empresas de material de construção no sentido de propor permutas de material por patrocínio para que a gente possa fazer esses investimentos no CT.

Está claro que vão ser utilizados quatro pilares para que a gente possa terminar completamente um CT que será o melhor do Brasil. Por que digo que será o melhor do Brasil? Primeiro: vai passar por uma avaliação muito rápida, apesar de a gente acreditar que está muito bem construído, no sentido de ajustes.

Tecnicamente, o CT está estruturalmente muito bem projetado. Identificamos que o CT do Vasco tem uma arquibancada, mas não está previsto uma loja oficial do clube. Já detectamos esse ajuste e vamos fazer.

Pelo que apuramos, o Vasco não pensou no campo de grama sintética, igual ao que temos na Arena da Baixada. Vamos colocar alguns campos com gramas específicas aonde vamos jogar.

Por exemplo, se há um gramado no Brasil de grama esmeralda, o Vasco tem que ter um campo de grama esmeralda no estádio. Similar. Porque se o jogo de domingo naquele tipo de grama, vamos fazer o treino baseado em cima daquele gramado. Se vamos jogar contra o Athletico-PR, vamos treinar no campo de grama sintética que vai ter o mesmo fabricante. Temos a Greenleaf, que cuida de grande parte dos gramados do Brasil.

Você treinar em condições similares te ajuda. Ninguém pode negar que o Athletico-PR tem vantagem técnica de jogar num gramado em que está habituado. Claro que não vamos conseguir chegar no nível deles, mas vamos conseguir treinar num campo similar. Estamos pensando muito na questão dos equipamentos. Vamos buscar os mais modernos de musculação, fisiologia e fisioterapia.

A gente tem outro pilar, que é a questão da Ambev e que já tem contrato com o Vasco e que gosta muito desse trabalho. Vamos apresentar logo depois esse projeto para a Ambev para que entre não somente com patrocínio de dinheiro.

Vamos trabalhar outro pilar que é a questão de lei de incentivo. Tirando futebol profissional, a lei de incentivo é algo que a gente vai usar e abusar. A gente está projetando uma entrada de R$ 40 milhões de lei de incentivo nos três primeiros anos.

O Vasco não tem utilizado porque não tem as certidões. Num primeiro momento vamos fazer um esforço muito grande para tirar essas certidões. Se a gente entender que vai demorar muito e que nosso deadline são aqueles seis primeiros meses, nós vamos propor ao Conselho Deliberativo a criação do Instituto Vasco da Gama obviamente só para o tempo enquanto não temos as certidões. Depois disso, o instituto morre de novo.

A lei de incentivo tem uma vantagem. Dependendo do que você vai fazer, R$ 40 milhões viram R$ 80 milhões. Vamos supor que o Vasco gaste R$ 5 milhões com a escola em todos os custos, com reforma, material didático e professor. Se eu paro de gastar R$ 5 milhões do bolso e trago R$ 5 milhões com patrocínio de lei de incentivo, viram R$ 10 milhões. Porque eu estou botando R$ 5 milhões de investimento e tirando R$ 5 milhões do meu caixa que podem ser destinados ao futebol.

Com a pandemia, muitos mercados vão sair enfraquecidos. Muitas empresas vão parar de patrocinar. Vamos trabalhar com a lei de incentivo, vamos trabalhar com a Ambev, vamos buscar as empresas que vão patrocinar através de material e ampliar essa questão do trabalho que estamos fazendo com o torcedor. Seja através de doações ou através do lançamento de produtos, como o Vasco fez com a camisa do CT.

Mas acho que o Vasco errou. Deveria ter feito uma de R$ 500, um produto de R$ 200, outro de R$ 90 e outro de R$ 40 a R$ 45 para atingir todos os públicos. Muita gente não tem condição de botar R$ 200 ou R$ 500 numa camisa, mas pode colocar R$ 40. Dessa forma vamos concluir o CT 100% em três anos.

Quais os seus planos para a reforma de São Januário?

Tenho dois polos inegociáveis. O que acontece com São Januário? Eu enfrentei um problema quando fui legalizar aquela megaloja. Eu que a fiz na minha gestão.

Vi um dado muito importante quando cheguei, sou do mercado imobiliário. Ninguém disse para o torcedor que o estádio do Vasco é composto de 49 lotes, dos quais o Vasco só consegue comprovar através de escritura de 45. Quatro sequer o Vasco tem escritura dos lotes. Olha que loucura.

O Vasco vai ter que usar confrontantes no processo. O vizinho para provar através de testemunha para provar que aquele terreno pertence ao Vasco para que o clube tenha direito de ter uma escritura daquilo.

Outra coisa que o torcedor não sabe é que dos 45 lotes que o Vasco tem escritura, todos, sem exceção, estão penhorados.

Outro problema: o Vasco nunca fez remembramento. Quando vem o IPTU, tem uma divergência. A metragem dos IPTUs não batem com a metragem real do complexo.

Você tem que fazer uma retificação de metragem e fazer um remembramento para trabalhar do ponto de vista de reestruturação financeira para que vá tirando as penhoras dessas áreas. Está dentro do nosso programa a questão dos quatro lotes e de tirar essas penhoras com remembramento e ratificação e metragem.

Temos que buscar isso de forma simultânea, mas a verdade é que as pessoas não explicam isso. Ficam sempre no oba-oba, toda eleição do Vasco alguém promete uma arena e não entrega. É um fato que é importante e que tem de ser superado.

O Vasco não consegue nem dar o solo em garantia porque até o solo está penhorado. Sabe por que a sede náutica é tombada? Porque imóvel tombado não é penhorado. E o estádio de São Januário tem a fachada principal preservada.

O único candidato do ramo imobiliário sou eu, eu sei do que estou falando. É um dado importantíssimo, mas ninguém toca no assunto porque 99% das pessoas sequer conhece. Então, ficam falando de arena. Vai dar o que como garantia? Você acha que vai trazer o chinês bilionário e que ele é burro? Vai botar um caminhão de dinheiro sem nenhuma garantia? Garantia do solo? Não tem. Garantia pessoal? O presidente não dá. Garantia de jogador? Não pode.

Hoje em tese você tem o contrato de televisão e recebíveis futuros, mas não tem a garantia do solo. O Vasco tem que escolher prioridades. Vão ser equação financeira e montar times competitivos. É insuportável viver da forma que o Vasco vem vivendo, com dívida toda hora e juros exorbitantes. E a questão do time forte, porque o pay per view chega, é produto oficial licenciado, é melhora de bilheteria e plano de sócio, que é uma coisa fundamental no nosso programa.

Globo Esporte

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