Fernando Prass e Felipe: táticas diferentes para pegar pênaltis

Felipe defende em média um a cada três pênaltis, Já Fernando Prass consegue pegar um a cada dez.

Nesta quarta-feira, a vantagem do empate parece ser do Flamengo diante do Vasco. Afinal, se a semifinal da Taça Guanabara for para a disputa de pênaltis no Engenhão, a tarefa de evitá-los estará nas mãos de dois goleiros com aproveitamentos muito diferentes. O rubro-negro Felipe defende em média um a cada três pênaltis. Já o cruz-maltino Fernando Prass consegue pegar um a cada dez.

A principal explicação para os números não está na elasticidade dos goleiros ou na sorte em escolher o canto certo. É mais simples do que isso. Felipe acredita que a maioria dos batedores tem a tendência a dar um chute paralelo – para usar uma terminologia do tênis. Ou seja, os destros vão chutar no canto direito, do seu ponto de vista, e os canhotos vão mirar o canto esquerdo. Já Prass parece esperar um chute cruzado: os destros batem no canto esquerdo, e os canhotos, no canto direito.

A julgar pelos números, a estratégia de Felipe é mais acertada. Desde que chegou ao Flamengo, em 2011, ele já ficou 20 vezes frente a frente com um batedor de pênalti. Levou oito gols, fez sete defesas e viu cinco bolas irem para fora. Fernando Prass, que está no Vasco desde 2009, encarou 30 cobranças: 25 terminaram em gol, três foram defendidas, uma bateu no travessão e uma foi para fora.

Felipe e Prass adotam discursos parecidos quando perguntados se defender pênalti é um quesito que pode ser aprimorado.

– Pênalti não se treina. Tem que ter confiança, sorte e acertar o canto que o batedor escolher – já afirmou o rubro-negro, de 1,91m de altura.

– Tem que treinar impulsão, agilidade, explosão. Treinar o pênalti em si não é tão necessário – argumentou uma vez o vascaíno, que tem a mesma altura de Felipe.

Os discursos são semelhantes, mas as posturas na hora H são diferentes. E não se trata apenas da escolha do canto. Fernando Prass dá impressão de ficar inquieto. Movimenta os braços sem sair do lugar e, ao escolher um canto, muitas vezes pula sem tanta impulsão, como se acreditasse na chance de um chute no meio do gol. Já Felipe parece um robô. Fica imóvel enquanto o jogador corre em direção à bola e, no tempo certo, dá um passo à frente – sem tirar um dos pés da linha – e toma impulso em direção ao canto. É um movimento repetitivo.

Felipe tem um detalhe a mais: gosta de deixar um terço dentro do gol e beijá-lo a cada cobrança.

– O brasileiro tem superstição, cara. Nós temos esta mística. Se ele se sente bem, por que vai mudar? Vai dar chance para o azar? Deixa ele. Tem gente que entra sempre com o pé direito, outros com o esquerdo… – avaliou o técnico Joel Santana após o treino desta terça-feira.

O retrospecto recente do clássico entre Vasco e Flamengo tem sido marcado por pênaltis – ou pela ausência deles. Nos dois jogos pelo último Brasileirão, os vascaínos reclamaram muito do árbitro Péricles Bassols por não marcar faltas em Bernardo e Diego Souza dentro da área. Na final da Taça Rio, também em 2011, o time rubro-negro sagrou-se campeão carioca depois que três cruz-maltinos chutaram para fora nas cobranças alternadas. Em 2010, duas partidas tiveram vitória do Fla com gol de pênalti – Adriano em uma, Vagner Love em outra.

Em São Januário, os jogadores garantem que não se assustam com a possibilidade de uma nova disputa por pênaltis.

– Sinceramente, ninguém pensou em pênaltis aqui. Estamos preparados, principalmente mentalmente para isso, mas o jogo é longo. Vamos ver o que acontece. Fernando é um grande goleiro, tem experiência e pode mudar essa história – afirmou Eduardo Costa.

A história, por enquanto, é favorável ao Flamengo – e especificamente a Felipe, cujo bom desempenho é superior ao do antecessor. Bruno, atualmente detido em Minas Gerais, fez 17 defesas em 65 cobranças – uma a cada quatro, em média – ao longo de cinco anos na Gávea. Felipe conseguiu melhorar esse índice. Com ele, o medo diante do pênalti é do batedor.

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