Diniz analisa derrota do Vasco para o Botafogo; veja a entrevista coletiva

O técnico Fernando Diniz analisou a derrota do Vasco para o Botafogo e disse que a vitória do rival foi inquestionável.

Diniz em entrevista após Vasco x Botafogo
Diniz em entrevista após Vasco x Botafogo (Foto: João Guerra/ge)

Fernando Diniz Fernando Diniz analisou a derrota do Vasco por 3 a 0 para o Botafogo no Nilton Santos, nesta quarta-feira. O treinador da equipe disse que a vitória alvinegra foi inquestionável. Ele explicou a mudança no intervalo, ao colocar Matheus França na vaga de Tchê Tchê, e comentou a disputa entre o volante e Hugo Moura.

— O placar de 3 a 0 refletiu o que foi o jogo. Tirando os minutos iniciais do jogo, que tivemos o controle sem agredir muito, o Botafogo foi dominante. Marcamos mal e jogamos mal. Sou o grande responsável por isso. Não tivemos chance de ganhar. Eles criaram mais, marcaram melhor, fizeram mais faltas. Foi uma vitória meio inquestionável.

O Vasco fez uma partida muito ruim no Nilton Santos. O rival foi superior desde o início da partida até o final, e o placar de 3 a 0 ficou barato. Essa foi a segunda derrota seguida do Vasco no Brasileirão, depois de uma boa série de resultados no campeonato.

No intervalo, Diniz sacou Tchê Tchê, que teve uma partida ruim contra o Botafogo nesta quarta-feira. Ao ser perguntado sobre a opção pelo camisa 3 em relação a Hugo Moura, o treinador do Vasco afirmou que pode voltar a usar o volante ao lado de Barros, mas optou por dar sequência ao jogador que estava bem antes da lesão.

— A qualquer momento eles podem jogar juntos. Não tomamos o gol só pela ausência do Hugo Moura. O time não vive só de sustentação. O jogador da posição é o Tchê Tchê. Nada impede de jogar Barros e Hugo juntos. Contra o Fortaleza, o Hugo foi expulso, o Tchê Tchê jogou bem e tivemos sustentação com um a menos. Se for só botar os dois, vamos resolver o problema. Hoje abrimos o meio de campo.

— Identificamos o jogo do Botafogo. É um estilo diferente com o novo treinador. Tem muito jogo pelo corredor central. A ideia era fechar o centro. Tomamos muita bola por dentro, tivemos que correr para trás. O time estava lento para se articular. Nada impede de usar Barros e Hugo. O Tchê Tchê estava muito bem antes da lesão. O Barros entrou muito bem. O Hugo vinha muito bem. Se ele não tivesse sido expulso, talvez fosse a dupla ainda. Vamos ganhar mais sustentação. Mas se não criarmos e estarmos sem celeridade, vão culpar o Hugo. Contra o Fluminense, também tivemos sustentação. Uma peça só e achar uma coisa fácil. Não foi só por isso que o time não teve.

Diniz voltou a utilizar a estratégia de tirar um volante e colocar Matheus França como um meia mais recuado. A substituição, assim como na partida contra o São Paulo no domingo, não funcionou. O meio de campo ficou ainda mais exposto, e a derrota ficou maior no segundo tempo.

— O jogo estava 1 a 0, o time perdendo, precisávamos tentar empatar o jogo. O Matheus França já está ambientado na função mais à frente, que dá esse ritmo. Isso melhorou. O começo do 2º tempo foi melhor do que a forma como finalizamos o 1º. Começamos atacando, criando mais chances, finalizando mais, o Andrés Gómez entrou mais no jogo.

— Ficou mais equilibrado, tivemos a chance de empatar o jogo, não empatamos. Ficamos desorganizados, de uma maneira que não precisávamos, estávamos com a posse no campo de ataque. O Hugo tinha entrado no lugar do Barros para ficar mais atrás e dar mais contenção, ele passa e acaba deixando o meio exposto. Matheus também estava fora de posição, ali define o rumo do jogo, depois tomamos um gol de bola parada.

O treinador insistiu que não houve mudança no esquema. Ele atrelou a mudança à desvantagem no placar e disse que Tchê Tchê não estava bem na partida.

— O sistema não mudou. O França entrou na vaga do Tchê Tchê. Eu queria que o time ganhasse uma característica mais ofensiva para tentar empatar o jogo. Ele (França) não é um jogador que veio para essa posição. Mas nas condições que ele entrou e pelo o que estava desempenhando na semana, na minha cabeça ele teria que entrar para a gente ganhar mais chance de ganhar o jogo. Ele não saiu jogando de oito, entrou porque a gente precisava ganhar o jogo.

— Depois a gente ficou desequilibrado depois do segundo gol. Se eu estou colocando ele é porque acho que ele está na frente. O Tchê Tchê no primeiro tempo achei que ele não estava bem e troquei. Se estivesse bem, não teria saído. O melhor momento da carreira do Tchê Tchê foi aqui no Vasco, na minha avaliação, antes de ele se machucar. Ele estava muito bem, e a expectativa é que volte a jogar. Faz dois meses. E um jogador que conhece muito o sistema e a posição.

O Vasco volta a campo no sábado, contra o Juventude, às 18h, em São Januário. A partida é válida pela 33ª rodada do Brasileirão.

— Os jogos mais difíceis são os que você acha que são fáceis. O Juventude joga a sobrevivência no campeonato. Precisamos melhorar muito para termos chances de vencer.

Veja outros temas da coletiva

Vaga na Libertadores

— Enquanto houver alguma chance, temos que buscar a vaga na Libertadores. Nos dois últimos jogos, principalmente em casa, precisávamos vencer. Mas contra o São Paulo foi diferente do jogo de hoje. Contra o São Paulo jogamos bem a maior parte do jogo e hoje não jogamos bem em quase nenhuma parte do jogo. São derrotas distintas. Em termos de resultado, era muito importante vencer o São Paulo na nossa casa e hoje também, mas não fizemos por onde.

Inversões foram um problema do Vasco?

— Não achei que foi o problema do nosso time ter tanta inversão. A gente começou dominante sem ser contundente. A gente ofereceu contra-ataques para o Botafogo, que cresceu na partida. Principal defeito foi a marcação, que vinha sendo um ponto forte do time. A gente tomou muito passe por dentro. Quando toma passe por dentro e o jogador consegue dominar e virar, isso é um ponto forte do Botafogo. Eles conseguem acelerar muito o jogo e terminar a jogada. O primeiro era para ter terminado 0 a 0, mas eles mereceram.

Piton teve culpa no segundo gol?

— O Piton eu falei que era para ele pegar o espaço do Barros, mais atrás. Não acho que foi o Piton o mais errado ali (no segundo gol). Poderíamos ter ficado mais organizados na hora que tomamos o contra-ataque. Para que o Gómez seguisse indo para cima do adversário.

Administrar as derrotas

— São derrotas muito diferente. A do São Paulo não tem nada ver com a de hoje, nem com a do Corinthians e do Juventude. A gente fez um jogo…No primeiro tempo contra o São Paulo foi o melhor do Vasco no Brasileiro em termos de desempenho e marcação. A gente estava ajustado e perto de fazer o gol e entregamos um gol em um pênalti infantil. Hoje a gente jogou mal. A gente precisa corrigir muita coisa, com vídeo e conversando. Eles sabem o que fazer. A gente errou coisas que não errávamos há muito tempo.

Inoperância defensiva/ofensiva

— Eu acredito que as coisas estão combinadas. Quando conseguimos marcar bem, produzimos muito mais. Acho que nosso principal defeito no jogo de hoje foi na marcação. Marcação defensiva não tem a ver com volante ou linha de quatro, mas sim com o time todo. Começamos marcando mal já na frente. E aí é efeito cascata. Tivemos que correr para trás, Botafogo teve mais domínio e conseguiu chegar, principalmente pelos lados do campo.

Desorganização quando o time está perdendo

— Não vamos aumentar nossas chances de fazer gol de maneira desorganizada. O Hugo Moura também não é um jogador com esse perfil. Entendo essa leitura de uma ansiedade para fazer o gol, o fruto disso é a desorganização, não cria chance de fazer o gol e oferece para o adversário. Mas não é comum. Não é comum o Hugo Moura nem o Barros passarem a linha da bola, pode até acontecer em um momento em que o time esteja organizado, não há problema o Hugo ou o Barros se projetarem para frente. Nessa hora estávamos com o time distante, os zagueiros para trás, Piton fora de posição, Coutinho fora da posição, Matheus França fora de posição.

— Fora de posição no sentido que o time tem mobilidade, mas quando fazemos esse tipo de movimento, a gente não termina a jogada de maneira precipitada. Isso desde que eu estou aqui. Por isso que falo que é um time difícil de ser marcado. Mas quando vamos terminar a jogada, estamos organizados. É normal, que nem contra o São Paulo em boa parte do jogo esse tipo de movimento acontece. O Tchê Tchê sai da posição às vezes, o Barros vem pra trás… isso para criarmos espaço e chances de fazermos o gol. Quando vamos terminar a jogada, dificilmente estamos desorganizados. Concordo que ficamos contra o São Paulo e hoje não só naquele lance, mas um muito categórico foi o do segundo gol do Botafogo.

Há uma dívida sentimental com Tchê Tchê? Vegetti está no alto da hierarquia do time?

— Acho que as duas perguntas são exageradas. Acha que vou colocar o Tchê Tchê porque eu tenho uma dívida com o Tchê Tchê? Pelo perfil que eu tenho e demonstro, a torcida pode até querer saber. Mas nem se ele fosse o meu filho. O Tchê Tchê, há dois meses, estava em todos os jogos entre os três melhores do time. Ele é o jogador da posição e a gente quer que ele volte a jogar. Não quer dizer que vai ser titular sempre. Mas se tiver de tirar, vai ser na hora que eu quiser. É uma coisa risível (mantê-lo por dívida). Nunca vou fazer isso.

— Vegetti fez dois gols contra o Bragantino. Para o Vegetti conseguir produzir hoje…ele foi o mais sacrificado. A gente jogou mal, marcou mal e não produziu. Seria justo cobrar o Vegetti se a gente tivesse produzido bastante. Se tivesse errado. É injusto cobrar hoje, ele e se fosse outro centroavante. A gente produziu pouco e cruzou pouco. Hoje seria difícil ele aparecer no jogo. Não tem como. Um camisa nove, com a característica de duelo, que faz gol e ganha de cabeça. Precisa de mais bola na área.

Tamanho do desfalque de Nuno Moreira. Por que a equipe marcou tão mal?

— Em relação às quatro vitórias, é um aprendizado para o Vasco a gente voltar. Essa oscilação que estamos tendo desde que cheguei aqui ela não é anormal. O time vai aprendendo a ser melhor nos jogos, ser grande e eu não acho que foi parecido. Porque se não teríamos feito um jogo muito diferente contra o São Paulo. Nós vencemos os quatro jogos e poderíamos ter vencido o São Paulo, vencido bem o jogo. Principalmente pelo que produzimos no 1º tempo. O jogo de hoje é diferente por algumas coisas. Jogar aqui é sempre difícil, o Botafogo mudou um pouco o jeito de jogar. E também mudamos o cenário. Não estamos na mesma situação. A imagem do Vasco hoje vindo jogar aqui é diferente de antes, quando o Botafogo tinha um favoritismo meio claro, normal pelo que estava acontecendo, posição na tabela, time campeão brasileiro e da América.

— A gente foi construindo um Vasco que desperta maior interesse dos adversários. O Botafogo teve mais cuidado com a gente e não tivemos o cuidado necessário com o Botafogo. Isso tem muito a ver com a nossa derrota hoje. A gente tinha que ter feito, principalmente na marcação, melhor. As coisas mudam, mas não podemos perder esse desejo, principalmente contra o Botafogo, que é um adversário forte e ter os descuidos que tivemos. O que mais pegou hoje foi na atuação defensiva.
Sobre o Nuno, acho que é achar uma resposta fácil. Não significa que se ele jogasse hoje teríamos vencido. O Nuno jogou contra o Palmeiras e tivemos uma atuação muito ruim no 1º tempo. O Nuno jogou em Caxias, jogou contra o Corinthians. Não tem uma relação direta. É um jogador muito importante para o time, é titular desde que estou aqui, muito inteligente, taticamente vai muito bem quase sempre, mas não vou fazer uma relação direta até porque seria muito pesado para ele.

Assista à coletiva

Entrevista coletiva de Fernando Diniz (Fonte: Vasco TV)

Fonte: Globo Esporte

1 comentário
  • Quando o Maurício Lemos vai estrear.
    Não tem condições de jogar manda embora.
    A Zaga tem que ser alterada.
    O João Victor tem que pegar um banco

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