Felipe enfrenta o Flamengo sob comandos de Felipe ‘o maestro’

São mais de 300 jogos, sete títulos como profissional e nome e imagem de Felipe espalhados por São Januário em pôsteres de campeão.

Com 20 anos de clube, entre algumas interrupções, Felipe entende de Vasco. São mais de 300 jogos, sete títulos como profissional e nome e imagem espalhados por São Januário em pôsteres de campeão. E o Vasco também sabe bem quem é o camisa 6, que começou na base aos seis anos levado pelo pai Jorge Loureiro; que se criou na lateral esquerda e avançou para o meio com a experiência pelas mãos do técnico Antônio Lopes; que não tem papas na língua e tem personalidade suficiente para bater de frente com torcida e diretoria e que é querido do faxineiro ao presidente.

— Às vezes não temos noção do que representamos, não gosto de ficar falando muito de mim. Mas o Vasco representa muita coisa na minha vida. Em 1983 já frequentava o Vasco, quando meu pai me trouxe aqui. Aprendi muita coisa, mas não tenho a dimensão do que represento para o clube. Me sinto privilegiado por ter nome e foto no mural do estádio, no vestiário. É muito gratificante — disse o meia, que começou no profissional em 1997 graças ao filho de Antônio Lopes, que o viu jogar na reserva dos juniores como lateral e o indicou ao pai treinador.

Felipe também entende de Flamengo, rival da tarde deste domingo no Engenhão. Se a memória não é boa para relembrar os primeiros confrontos da época de infantil — nada a ver com os 34 anos, garante ele —, o meia não esquece a rivalidade de anos. Foram muitos duelos. Mas o único título conquistado no confronto foi justamente com a camisa rubro-negra, no Carioca de 2004.

Por isso, o deste domingo pode vir a ser o mais especial de todos os clássicos.

— É um campeonato à parte mesmo, são vários capítulos e esse é mais um do Vasco x Flamengo. Acho que esse vai ser o mais marcante, por estar participando de uma decisão. Nunca num Brasileiro aconteceu de a última rodada ser Vasco x Flamengo. Para eles é decisão porque estão brigando pela Libertadores. Nós, pelo título. Espero que seja um belo espetáculo e que esse capítulo seja com final feliz para o Vasco. Para esse capítulo ser totalmente feliz não adianta só a gente ganhar, depende do resultado do Palmeiras — admitiu o camisa 6.

Nem em casa a rivalidade acaba. De família toda vascaína, teve que aprender a conviver com os parentes rubro-negros da mulher Carla. Os filhos Thiago e Lucas seguiram o pai. A mulher, que era rubro-negra, acabou ficando do lado do marido.

— Hoje ela é Vasco, até porque se não for é divórcio… Ela torce por mim — brinca Felipe.

Se vier, o troféu de domingo será tão especial quanto o primeiro, no Brasileiro de 97. Aos 19 anos, primeiro ano completo como profissional, Felipe tinha status de promessa vascaína e um futuro promissor. Dezessete anos depois pode conquistar seu oitavo título pelo clube — dos sete, esteve presente nas finais em cinco, apenas na Mercosul e no Brasileiro de 2000 ficou fora por lesão. Está mais do que garantido na de hoje.

— Ouvir o apito final do juiz é uma sensação grande de alívio. Chegar à última rodada de um campeonato tão difícil, com 20 times como é o Brasileiro, é muito prazeroso. A cultura brasileira é muito ruim porque considera o segundo ou o 15º a mesma coisa. Só ficam satisfeitos com o título. Espero que entendam nosso esforço qualquer que seja o resultado — disse o meia.

Tantas voltas olímpicas não cansam o meia. O que desgasta é o longo calendário brasileiro, seja para um garoto de 20 anos, seja para um jogador que já passou dos 30. Por pelo menos mais dois anos Felipe pretende jogar, antes de encerrar a carreira no clube que elegeu como segunda casa. Com contrato até o fim de 2012, está garantido em sua segunda Libertadores.

— Ainda acho que posso contribuir. Tem muita gente na minha frente, o Deco tem quase 37 anos, o Juninho tem 36. Vocês querem me parar… (risos). Sou dois anos mais novo. É diferente jogar com essa idade, a maratona é desgastante. Sou privilegiado na parte técnica, na parte física nunca fui. Mas acredito que dê para jogar mais uns dois anos — declarou o meia.

Da criança que chegou a São Januário ao jogador experiente que retornou à casa ano passado, Felipe manteve ao menos uma característica: a sinceridade. Não se calou às vaias da torcida no início de ano turbulento da equipe; defendeu os companheiros mais jovens, como Rômulo, hoje ovacionado em várias partidas; e se indignou com o afastamento da equipe ainda mal explicado após a sequência de derrotas no Carioca.

— Eu sou muito sincero. E no futebol, por ser sincero, você acaba pagando um preço. Mas não vou mudar meu jeito de ser. No futebol tem que engolir muito sapo e infelizmente não gosto de sapo. Independentemente se vai agradar A ou B eu falo — enfatizou Felipe, que agradece ao técnico Ricardo Gomes o seu retorno ao time. — Fiquei afastado do clube e até hoje não sei o porquê. O Ricardo chegou, já tinha trabalhado com ele no Flamengo e ficou mais fácil. Se fosse outro treinador que não me conhecesse, optaria por eu ficar afastado. Acho que Papai do Céu me ajudou, botou ele no meu caminho. Ele me perguntou o que aconteceu. Eu falei: “Não sei. O Vasco estava perdendo e me afastaram”. Se você souber, me conta.

Fonte: extra on line

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