Fábio Carille é apresentado oficialmente pelo Vasco; assista
Técnico do Vasco da Gama para a temporada de 2025, Fabio Carille concede primeira entrevista coletiva; confira.
O técnico Fábio Carille foi apresentado nesta terça-feira, em São Januário, como novo técnico do Vasco. O treinador começou a preparação para a temporada nesta segunda-feira, mostrou que ainda está conhecendo o elenco, os melhores esquemas possíveis e comentou a possibilidade de encaixar Coutinho e Payet juntos.
– É a minha preferência (4-2-3-1), mas não há definição. Eu não sou engessado, respeito muito o que o elenco me dá. É o que eu aprendi, é o que eu conquistei bastante. Tive conquistas no 4-2-4, com dois meias por dentro. Se eu tivesse que montar um time ideal, seria o 4-2-3-1, que me dá equilíbrio, mas temos que ter jogadores para isso. A diretoria tem trabalhado bastante para que chegue alguns jogadores. Não sabemos o que vai acontecer nos próximos dias.
– Eu sempre penso muito no próximo jogo. Independente da competição. É assim que eu gosto de trabalhar. Eu já considero o elenco forte, principalmente com volta de jogadores no DM, com Jair, Paulinho, Adson, o próprio Estrella. Já temos reforços dentro do Vasco. Estamos trabalhando quietinhos com a diretoria para potencializar esse grupo, que eu já considero forte.
Carille comentou a chance de usar Payet e Coutinho juntos, mas também lembrou de outras peças do elenco, como Alex Teixeira e Estrella. O técnico, em mais de uma oportunidade, mencionou a possibilidade de usar dois meias atacantes como referência no ataque, como fez em 2018 com o Corinthians, usando Jadson e Rodriguinho no ataque, sem a presença de um atacante mais fixo.
– Penso que quando tem qualidade temos que tentar botar todos esses caras juntos. Se estiverem bem, temos que dar suporte para atuarem juntos. Tem Alex Teixeira, tem Estrella daqui a pouco, que é um menino, mas os outros jogadores são mais experientes. Tenho pensado nisso, sim. Mas quero levar para a prática para ver se dar certo.
Sobre a fama de montar equipes muito defensivas, Carille respondeu:
“Isso aí ficou muito forte depois de 2019, até tive uma conversa ontem com alguns aqui que estavam lá no CT a respeito das formas que eu joguei. Isso foi por conta de 2019, onde o Corinthians ali era um time totalmente reativo e foi o que a gente achou para aquele ano pelas características dos jogadores”, disse.
– E mesmo assim foi um ano de resultado onde o futebol não era legal, mas foi um futebol de resultado, com o título paulista, semifinal da Sul-Americana e chegamos a ficar em quarto no Brasileiro. Isso não me incomoda, porque foi uma verdade e eu deixei muito claro em todas as vezes que a gente ia jogar daquele jeito, deixava muito claro isso, né? Depois eu vou para Arábia Saudita, muitas vezes o futebol fica longe de nós, mas é um futebol muito difícil para se jogar, ainda mais que eram oito estrangeiros que podiam jogar em um investimento muito alto. Lá eu cheguei a jogar com 4-1, 3-2, 4-1, 3-2, parecido com o River do Gallardo, que jogou assim durante muito tempo. Eu tinha uma linha defensiva muito rápida, jogadores qualificados, e foi muito legal ter trabalhado dessa forma. Acreditei nessa forma pelas características dos atletas – disse.
– Aqui a gente já tem o João, que tem velocidade, né? O (Lucas) Oliveira, outro jogador que já está certo, também sei que tem velocidade, (Lucas) o Freitas fez um campeonato muito legal, que também tem velocidade. Do lado direito, tanto o Puma como o PH também jogam com velocidade, então jogar lá em cima pode ser uma alternativa, sim, deixar esse balanço, essa pressão o tempo todo. Eu joguei assim com o Santos agora no último ano, buscando pressão o tempo todo, marcando no ponto ofensivo. A princípio eu acredito que dê pra fazer isso. Então é algo que não me preocupa, porque realmente eu fiz isso em 2019, quase foi o único ano mesmo que eu organizei dessa forma – concluiu.
Time com posse de bola
O técnico do Vasco afirmou que o elenco, apesar da necessidade de reforços, tem qualidade para valorizar a posse de bola, ter controle do jogo e explorar a qualidade individual de alguns atletas, independente do esquema utilizado pelo time.
— Muitas vezes você pode ter resultados com posse de bola. Eu penso que é um time muito qualificado, muito técnico, onde eu já posso adiantar para vocês, independente do sistema que for jogado, vai ter muita valorização de posse de bola, vai ter bastante a bola, entregar menos a bola para o adversário, ter mais controle do jogo. Isso eu já posso adiantar para vocês, independente de ser 3-5-2, 4-4-2, 4-2-3-1, 4-3-3. Vou trabalhar muito a questão da valorização da posse de bola.
— Esse trabalho já começou ontem e hoje a gente já voltou a fazer com o grupo. O elenco ainda está separado por conta dos exames que estão sendo feitos, mas algo que vamos priorizar é a valorização da posse de bola pela qualidade do elenco e dos jogadores que temos.
Veja outros tópicos
Como usar os meias?
— Não vejo mais o Coutinho como um jogador de lado, vejo ele como um armador. Adson é um jogador que acompanho há muito tempo. Vou ter a oportunidade agora de trabalhar mais com ele. Penso que ele é mais armador, enquanto o Guilherme (Estrella) é mais finalizador. Ele tem mais presença de área. Jogam nas mesmas funções, mas o Adson pisa menos na área. Ele precisa mais, vamos trabalhar isso. O Estrella tem mais esse cheiro do gol. Eu não tenho o Adson para o início da temporada, acho que vai demorar mais um pouquinho para termos ele.
Estrutura do CT
— A diretoria está pensando muito nisso, mas posso pensar que é um CT muito funcional, dá para trabalhar tranquilamente, profissionais de altíssima qualidade. Estou muito satisfeito com o que encontrei ali para poder realizar um bom trabalho.
Vai priorizar alguma competição?
— Eu penso sempre no próximo jogo, independentemente da competição. Temos Carioca, Copa do Brasil não sei quando inicia, mas é sempre pensar no próximo jogo, preparar estratégias para isso.
Camisa do Vasco
— Acompanho o Vasco há não sei quantos anos, camisa desse peso, torcida tão apaixonada. Sempre que posso, estou assistindo aos jogos, assistindo, entendendo. Independente de qual time estou, estou acompanhando, fazendo minhas anotações. Depois que começaram as conversas, antes do Natal, fui buscar mais informações, imagens. É algo preocupante o que aconteceu nos últimos anos, isso tem muitos fatores. Espero melhorar o sistema defensivo. O JV e o Piton eu que subi ali em 2019, já sabem um pouco a ideia do sistema defensivo. Espero melhorar isso com os atletas
— Eu vou ser bem sincero, vocês vão me conhecer no dia a dia pela minha sinceridade. Eu estava muito perto de sair do país e ir para o mundo árabe, estava conversando com alguns clubes ali. E quando surgiu essa possibilidade, eu travei tudo. Vamos esperar pra ver até onde vai. Nossas conversas foram durante uns cinco dias, começa num domingo e termina na quinta, na quinta à noite. Estava sempre falando com os meus empresários, começaram as nossas conversas, tive reuniões com os diretores, mais diretamente com o Marcelo e o Felipe, até pra entender o que eles queriam e para que eles pudessem me conhecer melhor, saber o que eu penso, o que eu penso do grupo, do que eu poderia falar do Vasco. A partir do momento que surgiu essa possibilidade, eu travei qualquer possibilidade de sair, segurei o máximo até realmente esperar fechar com o Vasco, e sim, estou muito feliz por essa oportunidade. Primeiro trabalho fora do estado de São Paulo. Fiquei 21 dias no Athletico, sete jogos, onde não trabalhei, essa é a verdade. E agora vou começar o trabalho numa equipe desse tamanho e já começar a dar uma ideia para aquilo que eu acredito.
Assista à entrevista coletiva
Fonte: Globo Esporte