Ex-Vasco, Fellipe Bastos relata racismo em jogo pelo Goiás
O volante Fellipe Bastos, atualmente no Goiás, disse que foi chamado de macaco por um torcedor no clássico contra o Atlético-GO.
Logo após a vitória do Goiás sobre o Atlético-GO no Antônio Accioly, o volante Fellipe Bastos, do Goiás, deixou o campo revoltado. Ele afirma que foi vítima de um ato de injúria racial por um torcedor que o teria chamado de “macaco” duas vezes. Segundo Fellipe Bastos, o agressor deveria ser identificado e punido. O jogador relembrou os recorrentes episódios envolvendo o futebol brasileiro.
– Aconteceu um ato racista. Eu estava saindo para o vestiário e um rapaz com óculos na cabeça me chamou de “macaco”. Eu voltei e falei para ele repetir. E ele falou: “macaco”. Me chamou duas vezes de macaco. No mundo em que a gente vive o ato racista nos deixa entristecido porque as pessoas que estavam ali do lado viram, as pessoas que estavam atrás de mim viram. O policial e os seguranças poderiam ter identificado o torcedor. É recorrente. Já aconteceu em outros estádios, com outros jogadores, outras pessoas. Temos que dar um basta nisso, só quem sofre é que sente. Eu não queria que isso abafasse nossa primeira vitória no Campeonato Brasileiro, mas é importante falar. Estou assustado, pois é a primeira vez que acontece comigo. Eu pedi para ele repetir e ele repetiu – disse Fellipe Bastos.
Para o jogador do Goiás, o Atlético-GO não deveria ser punido. Fellipe Bastos espera que o torcedor seja identificado e ele, sim, pague pelo ato.
– Estou muito triste, perplexo com o que aconteceu porque não foi só uma vez. Eu pedi para ele repetir e ele repetiu. Ou seja, ele é racista, não tem outra coisa para se falar de uma pessoa que repete o ato errado, que volta e repete o que falou. Estamos vendo acontecimentos no futebol, a gente viu contra o Fortaleza e o Corinthians (na Libertadores). Outros casos aconteceram. Essa pessoa tem que ser identificada, tem que sofrer punição. Não acho que é o clube que tem que sofrer, uma pessoa não diz o que é o Atlético-GO, mas a pessoa tem que sofrer a punição. É fácil identificar, pois ele me chamou duas vezes de “macaco”.
No fim da entrevista coletiva, o técnico do Atlético-GO, Umberto Louzer, entrou na sala de imprensa do estádio Antônio Accioly e prestou sua solidariedade ao jogador do Goiás. Até a publicação desta reportagem, o torcedor não foi identificado.
Fonte: Globo Esporte