Entrevista de Leonardo Gonçalves ao GE

Leonardo nunca ocupou um cargo direto do clube mas, de 2004 a 2008, viveu de perto as divisões de base.

Os sócios do Vasco vão às urnas nesta terça-feira para decidir entre as quatro chapas que se inscreveram para o pleito. Uma delas, a “Cruzada Vascaína”, tem como candidato a presidente Leonardo Gonçalves. O empresário de 47 anos é visto como um sopro de renovação na política do clube. Fundador da chapa, ele prega respeito aos grupos concorrentes, mas não fecha os olhos para os problemas do clube.

Leonardo nunca ocupou um cargo direto do clube mas, de 2004 a 2008, viveu de perto as divisões de base. Participou de um trabalho de sucesso iniciado no futsal e, posteriormente, no futebol de base, que revelou jogadores como Philippe Coutinho, Alex Teixeira, Souza, Alan Kardec, Guilherme Costa, entre outros. Com ideias frescas, Leonardo espera modernizar ainda mais o clube.

– O Vasco tem em todas as suas frentes um potencial enorme para ser explorado. Temos de deixar as diferenças de lado e prcurar sempre o melhor para o nosso clube – afirmou.

Confira a entrevista com o candidato e algumas de suas ideias:

GLOBOESPORTE.COM: Quais os planos para montar um elenco forte para a próxima temporada, quando o Vasco irá disputar a Libertadores? Faria alguma mudança estrutural no departamento de futebol?

Leonardo Gonçalves: Não vejo necessidade de mudanças radicais no futebol nesse momento. Hoje o futebol está caminhando corretamente dentro do que cada vascaíno espera. Um time corajoso, inteligente, maduro e capaz de enfrentar qualquer adversário dentro ou fora de casa. Sendo assim, trabalharemos para manter esse elenco, dar moral a todos que venceram a Copa do Brasil e estão realizando boa campanha no Brasileiro. Parabenizo o Rodrigo Caetano por ter conseguido corrigir os rumos neste ano, visto que o início foi um pesadelo. Contratações de jogadores de nível técnico inquestionável e que somem ao elenco sempre serão analisadas, pois um clube da grandeza do Vasco tem que sempre ambicionar craques. Além disso, trabalharemos com afinco nas áreas financeira e jurídica do clube para dar o suporte necessário ao grupo sem que haja problemas de salário que perturbem o ambiente do grupo ou acontecimentos extracampo que nos prejudiquem. Fazendo esse trabalho de bastidores de forma correta, eu tenho certeza de que os jogadores e a torcida se incumbirão do resto.

Qual é proposta para o Centro de Treinamento?

É inadmissível o Vasco ainda não ter um local específico para treinamento, com suporte para toda proposta de treinamento, alimentação e descanso. Assim, de imediato, buscaremos alugar algum espaço ou obter através de cessão temporária um local já estruturado minimamente, e que possa servir como Centro de Treinamento para a equipe profissional. O complexo de São Januário seria uma boa opção, por possuir uma estrutura muito boa. No entanto, há limites para utilização do gramado, já que este é utilizado nos jogos da equipe. Em paralelo, estaremos com uma parte da diretoria empenhada em conseguir uma solução definitiva. Essa solução já vem sendo negociada pela “Cruzada Vascaína” em conversa com a prefeitura de alguns municípios. A receita para a construção viria dos sócios e de parcerias com empresas da iniciativa privada, inclusive com a exploração de “naming rights” desse CT.

O clube tem enfrentado dificuldades para manter em dia suas obrigações financeiras. Como o senhor avalia a parceria com a Eletrobras? Como captar novos recursos?

Hoje, a busca por patrocinadores no futebol resume-se à simples venda de espaços publicitários no uniforme da equipe, dificultando, inclusive, a identificação de todos os patrocinadores. Vamos mudar o conceito do marketing comercial dentro do Vasco. Implantaremos no clube uma nova mentalidade em termos de Brasil, porém já comum na Europa, que é a captação de parceiros oficiais. Esse parceiro, que será um por cada segmento, não necessariamente exibirá sua marca externamente, porém terá o “MUNDO VASCO” para explorar – uma comunidade formada por mais de 16 milhões de pessoas ávidas por produtos que tenham ligação com o clube ou que simplesmente possam gerar receita para o Vasco. Como exemplo dessa abordagem, vamos usar a rede de postos e distribuidora de combustíveis que hoje já patrocina o clube. Hoje, ela paga apenas por divulgar sua marca em um espaço na camisa do Vasco. O que queremos mostrar é que o Vasco pode oferecer muito mais do que isso. Podemos oferecer um enorme mercado consumidor, independentemente da marca ser exibida externamente na camisa. No caso da Eletrobras, ela é uma excelente parceira. Porém, com a forma como a atual diretoria gerencia a obtenção dos recursos desse contrato através do Sindiclubes, que permite que o clube obtenha as certidões sem realizar um planejamento tributário, é possível que a Eletrobras pense bastante antes de renovar a parceria com o Vasco.

Como avalia a atuação do atual departamento de marketing do Vasco? Quais os seus projetos para esta área?

Ao meu ver, está caminhando, mas ainda tem muito o que evoluir. Como na gestão anterior a atuação da diretoria de marketing era péssima, a impressão hoje é de que o marketing do Vasco é maravilhoso. Trabalharemos o marketing do clube em três vertentes: institucional, relacionamento e comercial. Em relação ao marketing comercial, expliquei como funcionará o “MUNDO VASCO”. O marketing institucional será trabalhado segundo os princípios de governança. Para isso, é fundamental que o clube evite procedimentos duvidosos nas transações, como o ocorrido no recebimento dos direitos de formação do jogador Souza. Além disso, a administração do Vasco precisa ter a preocupação de produzir peças orçamentárias, bem como balanços que representem sua real situação. Por fim, talvez a mais importante das questões: quem dirige o Vasco tem a obrigação de cumprir acordos. Seguindo essas premissas, o clube recuperará sua imagem institucional.

Quais são os planos do senhor para melhorar a área social e patrimonial do clube?

Em relação à área social, precisamos estimular o uso das sedes do clube. Temos duas sedes em lugares nobres do Rio (Lagoa e Marina da Glória) que são muito mal exploradas. Criamos alguns projetos para intensificar essa freqüência que estão descritos detalhadamente no nosso plano de governo. Em relação ao patrimônio, a grande menina dos olhos é, sem sombra de duvida, a modernização do estádio de São Januário. Estamos conversando com algumas construtoras e empresas especializadas em administração de arenas para criar um consórcio delas com o Vasco que viabilize as obras necessárias no estádio para prover mais conforto ao torcedor, além de opções de entretenimento como shopping e cinema.

Fonte: globo esporte

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