Em um Vasco desorganizado, Raniel mostra eficiência e ganha crédito com a torcida
Pelo que foi apresentado nos dois primeiros jogos do Vasco da Gama na temporada 2022, Raniel mostra muita eficiência.
São tão profundas as transformações a que foi submetido o elenco do Vasco, que as oscilações nos primeiros 180 minutos de futebol em 2022 não surpreendem. A rigor, embora a amostragem seja muito pequena para um time que mal se formou, o início da caminhada combina com qualquer projeção racional que fosse feita a respeito do desempenho do time: especialmente nos primeiros meses do ano, os obstáculos iriam aparecer. No 1 a 1 com o Boavista, o Vasco rendeu mal no primeiro tempo, teve bons 25 minutos na segunda etapa e, entre quedas físicas e trocas para tentar recuperar fôlego, terminou um tanto desfigurado.
O que não quer dizer que todos os sinais sejam negativos. A começar por Raniel, o centroavante que, na largada vascaína no ano, dá indícios de que pode se revelar um grande acerto. Aos 25 anos, parece enxergar na temporada um significado especial: a recuperação após uma trombose que quase decretou o fim da carreira, possivelmente como consequência da Covid. É um camisa 9 móvel, capaz de oferecer apoio jogando de costas para o gol e, mais importante num time com pouquíssimas opções de velocidade e profundidade, de permitir lances como o do gol: a corrida contra a linha defensiva do Boavista e a finalização precisa, num chute cruzado após bonito passe de Nenê.
O lance, aliás, começa com outra boa aparição na noite de São Januário: o volante Yuri fez boa partida, especialmente na parte defensiva.
Mas a questão dos lados do campo ainda parece crucial na formação deste Vasco. Salvo Gabriel Pec, o elenco tem meias que podem se adaptar a jogar pelas pontas, mas não são especialistas na posição, muito menos velocistas, homens de drible. Bruno Nazário, que vem iniciando jogos partindo da esquerda, não rendeu bem diante do Boavista. E os laterais vascaínos, que poderiam compensar a falta de profundidade do time em dados momentos, vêm oscilando neste início de caminhada. Edimar até fez boa jogada que poderia dar à vitória ao Vasco, mas Figueiredo errou a finalização. Weverton, por sua vez, tem alternado boas jogadas no ataque com erros técnicos. E, defensivamente, voltou a se equivocar, desta vez no gol do Boavista. Impossível dizer que não vão funcionar no Vasco, o tempo dirá se a questão é a natural necessidade de adaptação.
Na zaga, Anderson Conceição foi bem no jogo. Já o goleiro Thiago Rodrigues é outro que merece mais tempo para se ambientar. Fez grande defesa que retardou o empate do Boavista, mas tem se mostrado inseguro desde a vitória vascaína na estreia, em Volta Redonda.
No primeiro tempo, o Vasco teve volume mas não conseguiu traduzi-lo em chances. E cresceu quando impôs um ritmo frenético na volta do intervalo, recuperando rapidamente a bola. Ainda que por vezes permitisse um jogo um tanto descontrolado, de idas e vindas, levou muito mais perigo do que o Boavista. Fez um gol, poderia ter feito outro, e pagou o preço por chegar à parte final da partida com um placar magro. Zé Ricardo foi obrigado a fazer trocas para renovar o fôlego, até viu o estreante Getúlio ter bons minutos em campo, mas o fato é que o time, que sequer consolidou sua base titular, perdeu um pouco de ordem. Era até esperado.
Quando a necessidade de remontar quase todo o elenco vem num contexto de fragilidade econômica, a margem de erro no mercado costuma ser maior. Por ora, é até cruel decretar que alguns dos reforços vascaínos não vão funcionar. Mas, para alguns deles, o tamanho do clube impõe um desafio novo na carreira. O Vasco destes 180 minutos ainda é um esboço: tem jogadores a estrear, como Vitinho, e possíveis ajustes de elenco ao longo do ano. O time de 2022 ainda é um projeto em construção.
Fonte: Globo Esporte
Não senti falta do Cano. O Raniel é muito habilidoso e bom no alto.
Estou confiante.