Edmundo diz que sempre buscou o melhor para o Vasco
Na noite desta quarta, o ídolo Edmundo reescreveu o final da sua carreira e deixou os gramados em paz.
As lágrimas de Edmundo ao sair de campo ovacionado pela torcida após a vitória de 9 a 1 sobre o Barcelona de Guayaquil tinham significado bem diferente daquelas do rebaixamento de 2008. Na última vez que o ex-atacante pisara no gramado de São Januário, ele afirmara que era o dia mais triste da sua vida. Na quarta-feira à noite, o ídolo reescreveu o final da sua carreira e deixou os gramados em paz.
– O sentimento é de dever cumprido. Sei que às vezes exagerei, mas sempre busquei o melhor para o Vasco. Precisava encerrar a carreira em paz. Havia me despedido no dia do rebaixamento do time do meu coração. Perdi duas vezes, profissionalmente e como torcedor. Precisava dessa lembrança. Queria apagar aquele filme e escrever uma nova história. Foi o que aconteceu – disse Edmundo, bastante emocionado na entrevista coletiva.
Se hoje Edmundo é o “cara mais feliz do mundo”, como ele mesmo se definiu, é por ter ganhado de presente de aniversário dos seus 41 anos – a serem completos na segunda-feira – festa muito além da esperada. Ao lado de amigos, da família e dos torcedores, que lotaram São Januário, o ex-atacante pôde reviver parte dos seus 20 anos de carreira. Da concentração ao vestiário, até da presença de Eurico Miranda na tribuna, que foi a convite do ídolo.
– Assim como me lembro muito bem do 26 de janeiro de 92, um dia inesquecível por poder jogar no time de coração, hoje (nesta quarta-feira) vai ficar na minha memória para sempre. Vinte anos e dois meses depois é com certeza o dia mais feliz da minha vida – afirmou o ex-jogador, que lamentou apenas a ausência dos seus pais, já falecidos. – O que mais marcou foi que na minha trajetória tiveram momentos bons e ruins como o rebaixamento. O mais legal é que esses 21 mil torcedores só lembram das coisas boas e vieram me dar esse carinho. É mágico. Ser recebido pela minha família no campo, a faixa de capitão das mãos do Juninho, as palavras do Roberto, os gols que saíram com naturalidade. Poder reviver minha história como atleta.
Com dois gols na goleada de 9 a 1 sobre o Barcelona – um deles com a ajuda do árbitro Marcelo de Lima Henrique que marcou pênalti em falta fora da área -, Edmundo mostrou a velha classe e se surpreendeu com sua atuação.
– Pude jogar bem, não esperava isso. O Barcelona mandou time muito jovem, claro, mas jogar de novo com Juninho e Felipe, o entendimento com eles só no olhar… Infelizmente o corpo não responde muito bem, se tivesse 27, 28 anos teria saído na cara do gol mais vezes.
Retomar a carreira está fora de cogitação. Mas como comentarista, sua atual profissão, ele vê um Vasco forte o suficiente para brigar pelo título da Libertadores. O time, segundo lugar do Grupo 5, volta a campo pela competição na próxima terça-feira contra o Alianza Lima, no Peru.
– Algumas frases são aquelas prontas para falar do time, que é unido, tem um vestiário unido. Mas o que me chamou a atenção foi o respeito à hierarquia, respeito aos mais velhos. Os moleques têm respeito enorme por Felipe, Juninho, Diego Souza. Vi muita qualidade em alguns jogadores que, como comentarista, não conseguia ver. Pelas voltas do Éder Luís e do Rômulo, o Cristóvão tem opções para armar um time mais ofensivo, técnico, veloz. Não vivia o dia a dia, mas agora tenho certeza de que no decorrer da competição quando faltar algum outro jogador o Vasco tem substituto – ressaltou.
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