Dupla Payet e Coutinho não emplaca e tem futuro é incerto no Vasco
Sonho de muitos vascaínos, a dupla Payet e Philippe Coutinho nunca funcionou no esquema do elenco do Vasco da Gama.

Ter dois craques que já foram protagonistas do futebol europeu no time era um cenário em que poucos torcedores do Vasco acreditariam há alguns anos. Virou realidade com a chegada do francês Dimitri Payet, em 2023, e do “cria” Philippe Coutinho, no ano seguinte. Embora os dois tenham vivido momentos de brilho individual, uma sonhada dupla entre os dois meio-campistas, camisas 10 e 11 do cruz-maltino, nunca funcionou para além do papel.
A primeira vez que os dois foram relacionados juntos para uma partida foi na derrota por 1 a 0 para o Grêmio, em julho do ano passado. A primeira e única vez que iniciaram como titulares foi três meses depois, em novo revés, um 3 a 0 para o São Paulo. Mesmo sob o comando de Rafael Paiva, técnico anterior do Vasco, a dupla nunca engatou como titular. Pelo contrário: acabou disputando posição.
Foram raras as vezes, nos 25 jogos em que os dois estiveram à disposição, que um não substituiu o outro. Dentro desse recorte, Coutinho é absolutamente titular da posição: foram 19 jogos iniciando, contra sete do francês, opção imediata na sua ausência. Ainda dentro dessas 25 partidas, Coutinho marcou sete gols e deu uma assistência, enquanto Payet foi às redes uma vez e registrou um passe para gol. O principal obstáculo para ter a dupla junta é o equilíbrio defensivo.
— Ainda não consegui enxergar ter Coutinho e Payet juntos. Futebol está muito intenso, mudança de direção o tempo todo, intensidade, e acho que sem bola a gente pode sentir bastante — afirmou o técnico Fábio Carille em entrevista coletiva recente.
A parceria sadia entre os dois pode acabar se tornando uma história curta. Hoje, a tendência é que Payet não permaneça no clube para além de seu contrato, no fim de junho. O jogador gosta do Vasco, mas tem um dos salários mais altos do elenco — assim como Coutinho —, o que deve dificultar a permanência.
No fim do ano passado, Payet chegou a insinuar que pensa no fim da carreira:
— Em seis meses, muitas coisas podem acontecer, mas a paixão e o prazer continuam intactos. O corpo ainda não responde muito mal no cotidiano e nas partidas. É uma questão de entender se eu ainda quero começar um novo desafio aos 38 anos. Mas, por agora, eu digo que tenho seis meses para aproveitar e também para refletir e pensar no que vem na sequência — disse ele à imprensa francesa.
O melhor ano de Payet, hoje com 37, foi o último, quando marcou cinco vezes e deu nove assistências em 41 jogos. No total, soma sete gols e 11 assistências em 70 jogos.
Coutinho, por outro lado, está emprestado pelo Aston Villa-ING até a mesma data. Aos 32 anos, o meia tem mostrado lampejos do brilho que a torcida espera , mas ainda busca uma sequência de boas atuações. As lesões também têm sido uma dor de cabeça. Ontem, o Vasco informou que detectou um edema no músculo adutor da coxa direita do camisa 11, que não deve ser problemas para a estreia no Brasileirão, no fim do mês.
O clube tem interesse e tentará estender o empréstimo. O camisa 11 caminha rumo ao último ano de contrato com os ingleses, que não devem dificultar a negociação. Nesta passagem pelo Vasco, Coutinho tem 28 jogos, sete gols e uma assistência.
Fonte: O Globo