Dois técnicos? Veja como Emiliano complementa trabalho de Ramón Diaz no Vasco

Filho de Ramón Díaz, o auxiliar do Vasco da Gama, Emiliano Díaz, tem seu trabalho destacado pela torcida cruzmaltina.

Emiliano Díaz em jogo do Vasco no Maracanã
Emiliano Díaz em jogo do Vasco no Maracanã (Foto: Daniel Ramalho/Vasco da Gama)

O tom de voz manso nas entrevistas e o sotaque carregado de quem acabou de chegar ao Rio de Janeiro são os mesmos de Ramón. Em campo, vê-se a mesma presença forte, de orientação constante, com uma pitada generosa de emoção. Auxiliar técnico do Vasco, Emiliano Díaz complementa com muita naturalidade o trabalho do pai — um grande plano de futebol, que será novamente desafiado neste domingo, às 16h, quando o cruz-maltino enfrenta o Santos, na Vila Belmiro, em jogo decisivo para as pretensões de se manter subindo na tabela e longe da zona de rebaixamento do Brasileirão.

Entre Ramón e Emiliano, há a cada dia mais uma ideia de unidade. Nas redes sociais, torcedores do Vasco gostam de dizer que têm dois técnicos. À beira do campo, é possível entender por quê. Os dois estão em movimento constante, puxando atletas, debatendo ideias de jogo e comemorando gols.

Emiliano é o filho mais velho do comandante cruz-maltino. Tem 42 anos e nasceu na Itália, quando Ramón atuava pelo Napoli. Fez carreira pouco badalada como jogador, da qual se aposentou aos 28 anos para se tornar auxiliar do pai. A primeira experiência da dupla foi no Independiente, da Argentina, em 2011. De lá para cá, a parceria não foi mais desfeita e só cresceu.

No Vasco, pai e filho enfim realizam um sonho em comum: trabalhar no futebol brasileiro. A passagem-relâmpago pelo Botafogo, em 2020, deixou um gosto amargo — Ramón não ficou nem um mês no cargo por conta de problemas de saúde. O convite cruz-maltino foi bem recebido também pela vontade de experimentar um cenário diferente na segunda oportunidade. Em agosto, quando comandou a equipe na vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG (Ramón estava suspenso), Emiliano elogiou o Maracanã:

— Esta é a catedral do futebol. Viemos aqui para viver essas coisas. Somos fanáticos pelo futebol brasileiro, e viver isso hoje é um sonho. A torcida do Vasco foi algo emocionante. Foi um sonho realizado, e tivemos um resultado positivo.

Entre suas qualidades como técnico, Ramón Díaz é conhecido por ser um motivador, um recuperador de ambiente. Emiliano, por sua vez, é quem vai buscar os jogadores nome a nome, das cobranças aos elogios, mantendo um elenco de mais de 30 homens motivados na medida do possível.

Não à toa, a dupla vem testando alternativas no plantel, dando chances a jogadores que trabalham bem e, assim, mantendo a competição interna em alta. São as intervenções do auxiliar, um ex-jogador de uma geração mais próxima à dos atletas da atualidade, que ajudam a preservar a coesão no vestiário vascaíno. Ele tem uma relação especial com Vegetti, por exemplo, grande destaque da temporada, com seis gols até aqui.

Emiliano também trabalha constantemente nos discursos de preleção no vestiário. No jogo diante do Coritiba, valorizou o uniforme em homenagem aos Camisas Negras que o time estrearia naquela noite.

— Sabe qual é o significado disso? Resistência. Contra tudo e contra todos. Este grupo tem que honrar esta camisa. São 100 anos para esperar este momento. Vocês têm o privilegio de vivê-lo —bradou nos bastidores.

Outra frase de impacto do auxiliar acabou virando um lema da torcida: “Se eles querem que desistamos, terão que matar todos nós”, escreveu Díaz em seu perfil no Instagram após a derrota para o Palmeiras, marcada por polêmica de arbitragem. Na mesma postagem, ressaltou o orgulho dos jogadores.

Em campo, Emiliano também tem papel tático fundamental na orientação detalhada aos atletas, como explica o jornalista chileno e radicado no Rio José Tomás Fernández, que escreve para o diário espanhol AS e para a imprensa argentina:

— Se tivesse que resumir o papel de Emiliano, seria o de encarregado de dar instruções um pouco mais específicas aos jogadores. Uma ou duas funções que devem desempenhar no jogo. Ao contrário do (ex-técnico do Vasco Maurício) Barbieri, que era um pouco mais obsessivo com as instruções e passava muitas ideias. Nesse sentido, Ramón e Emiliano são mais específicos.

A relação de pai e filho também passa pelo apoio emocional. Quando Ramón deixou o Al-Hilal por problemas pessoais e voltou à Argentina, em maio, Emiliano assumiu o time nas rodadas restantes da temporada saudita. Semanas depois, falou pelo pai num momento em que os dois viviam o luto pela morte de uma das noras de Ramón. “Sempre está firme”, disse ao Clarín.

— Talvez a energia de Emiliano tenha permitido a Ramón, apesar da idade (64 anos), permanecer muito ativo e bem motivado com a profissão. Ramón admira muito Emiliano. E, claro, Emiliano também o admira — completa Fernández.

Neste domingo, o Vasco não terá o atacante Rossi, que sentiu a posterior da coxa direita. Gabriel Pec deve substituí-lo. Já o Santos segue sem o atacante Mendoza, ainda tratando um estiramento na panturrilha direita.

Fonte: Extra

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