Do grito de guerra aos ídolos: confira os detalhes que unem Vasco e Sport
Ao longo da história, muitos outros pontos ligam Vasco da Gama e Sport, que se enfrentam em jogo decisivo pela Série B.
Sport e Vasco fazem neste domingo, às 16h, na Ilha do Retiro, o jogo mais importante de ambos na Série B. Um confronto direto pelo retorno à elite, onde provavelmente só um deles estará no próximo ano.
Porém, ao longo da história, muitos outros pontos ligam os dois clubes. Do grito de guerra aos ídolos, passando pela concordância na polêmica pelo título brasileiro de 1987 e, obviamente, por grandes partidas.
“Atenção, vascaínos! Ao Vasco, nada? Tudo! Então, como é que é, que é, que é? Casaca, casaca, casaca, zaca, zaca. A turma é boa. É mesmo da fuzarca. Vasco! Vasco! Vasco!”.
“Pelo Sport, nada? Tudo! Então como é, como vai ser e como sempre será? Cazá! Cazá! Cazá, cazá, cazá! A turma é mesmo boa! É mesmo da fuzarca! Sport! Sport! Sport!
Quem copiou quem com relação ao grito de guerra é uma polêmica que dificilmente será resolvida. Pelo lado vascaíno, o famoso “Casaca” teria sido criado por um grupo de torcedores ligados ao remo e chamado de “Supimpas”. Mas o primeiro relato escrito foi registrado em 1929 no jornal “A Critica”.
Já do lado rubro-negro, o “Cazá, Cazá” teria sua origem relacionada não ao futebol, mas ao carnaval pernambucano nos anos 1930, uma vez que seria de uma agremiação de frevo chamada “Turma boa”. A partir daí, seria incorporado pelos torcedores do Sport.
Ídolos em comum
Dois craques históricos do futebol brasileiro, revelados pelo Sport, se tornaram também ídolos no Vasco. O primeiro deles, Ademir de Menezes, artilheiro da Copa do Mundo de 1950 com nove gols.
Com 19 anos, o jovem Queixada, bicampeão pernambucano pelo Sport, seguiu com a delegação rubro-negra para uma vitoriosa excursão no Sul e Sudeste do País, em 1942. E foi um dos jogadores quem mais chamaram a atenção.
Ao ponto de nem retornar ao Recife como atleta do Sport, uma vez que acabou negociado com o Vasco. Sua ligação com o Rubro-negro nunca foi esquecida. Tanta que virou uma estátua, fincada na sede do clube.
Mas foi no Vasco que Ademir se tornou uma das maiores lendas do futebol brasileiro. Fez parte do “Expresso da Vitória” e conquistou quatro Campeonatos Cariocas (1945, 1949, 1952 e 1959), além do Sul-Americano de 1948. É o terceiro maior artilheiro da história do clube, com 301 gols em 429 jogos.
E como atleta cruzmaltino foi convocado para a Copa do Mundo de 1950, onde além de artilheiro foi vice-campeão.
O outro craque formado na Ilha do Retiro e que virou ídolo em São Januário foi o meia Juninho Pernambucano. Caçula de uma família quase toda rubro-negra, foi campeão pernambucano e da Copa do Nordeste pelo Leão em 1994.
No ano seguinte, o “Reizinho” se transferiu para o Vasco para a primeira das suas três passagens. E ao longo dos anos 1990 e início de 2000, ergueu, entre outras, as taças do Campeonato Brasileiro (97 e 2000), Carioca (98), Mercosul (2000), Rio-São Paulo (99), além da Libertadores de 1998, quando foi tão decisivo ao ponto de ganhar música da torcida, entoada até hoje nas arquibancadas.
“Contra o River Plate sensacional (gol de quem?). Gol do Juninho, monumental!!!!!”
Concordância com relação a 1987
Mas se tem um assunto onde rubro-negros e vascaínos concordam é com relação a quem é o campeão brasileiro de 1987: no caso, o Sport.
Pelo lado pernambucano, a razão é óbvia. Já pelo lado cruzmaltino, a concordância se dá pela rivalidade, uma vez que o Flamengo, vencedor da Copa União, também se declara campeão brasileiro.
O título do Brasileiro de 1987 tem sido alvo de polêmica por décadas entre Sport e Flamengo. Naquela ocasião, a equipe carioca e o Internacional, os dois primeiros colocados do módulo verde, se recusaram a disputar o quadrangular final com Sport e Guarani, campeão e vice do módulo amarelo. Assim, Leão e Bugre se enfrentaram na final, quando o Leão conquistou a taça.
O Flamengo buscou reconhecimento do título várias vezes na Justiça, mas fracassou em todas. O Sport é considerado como único campeão, por determinação do Supremo Tribunal Federal.
E aqui outro fato importante que liga Sport e Vasco com relação ao Brasileiro de 1987. Coube a Eurico Miranda, então vice-presidente de futebol do clube carioca e representante do Clube dos 13, assinar, antes do início da competição, o regulamento que previa o cruzamento entre os dois módulos, como explicam os jornalistas Cassio Zirpoli e André Gallindo no livro: “1987 – De fato, de direito e de cabeça”.
Retrospecto de jogos
Sport e Vasco já se enfrentaram 32 vezes por competições oficiais, com ampla vantagem para os cruzmaltinos. São 15 vitórias, nove empates e oito triunfos rubro-negros. No duelo do primeiro turno, no Maracanã com mais de 60 mil torcedores, empate por 0 a 0.
E entre essas vitórias do Vasco, uma que entrou para a história foi a por 3 a 1, no Campeonato Brasileiro de 2007, quando Romário marcou seu milésimo gol. O Baixinho balançou as redes de pênalti, em cima do ídolo rubro-negro Magrão.
Porém, no jogo mais importante entre eles, deu Sport. Foi na semifinal da Copa do Brasil de 2008. Na ida, na Ilha do Retiro, vitória do Leão por 2 a 0. Placar que o Vasco devolveu na volta, em São Januário.
Na disputa de pênaltis, deu Sport, com direito a Edmundo, o autor do segundo gol cruzmaltino nos minutos finais do tempo normal, desperdiçar sua cobrança. E Magrão, que sofreu o milésimo gol de Romário, de pênalti, no ano anterior, também em São Januário, converter a única penalidade que bateu na vida.
Na sequência, o Sport ficaria com o título, derrotando o Corinthians na decisão.
Fonte: Globo Esporte