Dirigente do Vasco sobre suspensão da execução da dívida: ‘Decisão importante’
VP jurídico explicou que decisão permite ao Vasco da Gama arcar com as obrigações correntes e elaborar um plano para pagar os credores.
Em entrevista à Vasco TV, o vice-presidente jurídico do Vasco da Gama, José Cândido Bulhões, comentou a decisão proferida nesta quarta-feira (01) pela presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região (TRT-1), Edith Maria Corrêa Tourinho, suspendendo o Regime Especial de Execução Forçada (REEF), que determinava que o Gigante da Colina pagasse, de uma só vez, a quantia de R$ 93,5 milhões, referente a dívidas trabalhistas.
De acordo com Bulhões, a decisão da magistrada é importantíssima para o Clube, uma vez que, a partir disso, será possível arcar com as ”obrigações correntes” e, paralelamente, elaborar um plano de pagamento aos seus credores.
– Essa decisão é muito importante em vários aspectos. Primeiramente, ao suspender a execução de R$ 93,5 milhões, ela permite que o Vasco pague os salários, fornecedores e obrigações correntes. Além disso, cria as condições para que o Clube elabore o plano de pagamento de credores previsto na lei 14.193, permitindo, assim, que sigamos adiante com a centralização das execuções, conforme requerido à presidente do Tribunal – explicou.
Ainda segundo o VP jurídico, por conta de uma penhora já existente em relação ao Grupo Globo, o parecer favorável do TRT-1 dá ao Cruzmaltino um certo ”respiro” para colocar a casa em ordem.
– Havia também uma penhora de R$ 24 milhões no contrato com a Globo, que é a maior fonte de receita do Vasco neste momento. Esta penhora, por si só, já comprometia o pagamento das obrigações correntes. Então, foi muito importante termos essa suspensão pois, assim, conseguimos programar o pagamento de forma organizada, sem comprometer o funcionamento do Clube – acrescentou.
Indo mais a fundo, José Cândido explicou que a meta cruzmaltina agora é elaborar um plano estratégico para quitar as dívidas com os credores e, assim, conseguir honrar os compromissos financeiros.
– Ficam suspensas todas as execuções em curso e o Vasco passa a destinar 20% da sua receita mensal corrente para o plano de pagamento de credores a ser apresentado. É uma decisão muito importante, mas ainda é a primeira etapa desta longa caminhada que temos pela frente. Vamos elaborar, agora, um plano de pagamento dos credores e temos convicção que conseguiremos quitar todas as nossas obrigações dentro do prazo previsto em lei – afirmou.
Por fim, o dirigente dissecou sobre a saída do Vasco do Ato Trabalhista, que foi justamente o que ocasionou a determinação da execução da dívida. Segundo ele, a situação financeira do Gigante da Colina foi bastante afetada pela pandemia de Covid-19 e, por isso, o Clube, não conseguiu cumprir alguns pagamentos.
– O Ato Trabalhista havia sido concedido ao Clube no começo de 2020 e previa o pagamento mensal de parcelas fixas de R$ 2 milhões mensais. Além disso, tinham as obrigações acessórias, que todas as empresas devem cumprir, como salário em dia, verbas rescisórias e demais obrigações. Com a pandemia, o cenário não só dos clubes, mas das empresas, tornou-se muito difícil e, no início desse ano, houve uma decisão do Tribunal de rescindir os Atos Trabalhistas. Mais de 30 Atos foram rescindidos – concluiu.
Assista
https://youtu.be/fp8zBA6m14cPlano de pagamento
Vale ressaltar que, a partir de agora, o Vasco tem até 60 dias para elaborar o plano de pagamento e apresentá-lo à Edith Maria. Feito isso, a magistrada vai analisá-lo e definir se aceita ou não.