Diretoria do Vasco deve reconhecer os erros e não culpar o azar por fracasso na Série B

A diretoria do Vasco da Gama deve reconhecer que errou no planejamento do time e não culpar o azar por não conseguir o retorno à Série A.

Jorge Salgado e Alexandre Pássaro em treino do Vasco no CT Moacyr Barbosa
Jorge Salgado e Alexandre Pássaro em treino do Vasco no CT Moacyr Barbosa (Foto: Rafael Ribeiro/ Vasco)

O presidente Jorge Salgado, na entrevista coletiva de quarta-feira, desagradou parte da torcida do Vasco. Ele reconheceu que o clube, já naquele momento, antes da derrota para o Guarani, trabalhava mais com a possibilidade de o time estar na Série B em 2022 do que na primeira divisão. Relativizou o peso para o cruz-maltino de dois anos seguidos longe da elite do futebol brasileiro e usou o Grêmio como exemplo de que nem sempre o trabalho bem feito de uma gestão gera resultados condizentes em campo.

É ingenuidade ou picuinha política pensar que o dirigente viria a público pedir desculpas por mais um vexame na história já tão manchada do cruz-maltino. Nem ele, nem nenhum outro na mesma posição faria isso. Mas também não é possível colocar a culpa no azar. A falta de sorte decide jogos. Se for uma final, é preponderante até mesmo na definição de um campeão. Mas nunca o resultado em um campeonato de 38 rodadas é fruto do acaso. Seja em São Januário, seja no Grêmio, exemplo usado pelo presidente vascaíno.

A melhor maneira que o Vasco tem para reconhecer seus erros não é com palavras, e sim com ações. O futebol fracassou em 2021 e precisa passar por mudanças para que o resultado não seja o mesmo em 2022.

Uma delas pode ser financeira. Mas a permanência na Série B e mais os compromissos que o clube assume com seus passivos trabalhistas, cíveis e tributários não permitem um aumento nos investimentos na formação do elenco, o mais caro da segunda divisão na temporada e, consequentemente, o de pior custo-benefício.

Se não é possível dar mais dinheiro ao departamento de futebol, é preciso fazer com que ele funcione melhor com o que existe à disposição. Fatalmente, chega-se à conclusão de que a única maneira de Jorge Salgado tem para se redimir do fato de não ter levado o Vasco de volta à Série A é reformular o setor.

Vantagem amarga

A campanha ruim, a ponto de deixar o cruz-maltino sem chances de acesso antes mesmo da última rodada, oferece à diretoria a vantagem amarga de poder se antecipar a alguns rivais e sair na frente neste trabalho de reformulação. Mapeando saídas e possíveis chegadas. Definindo também prioridades de permanência e concretizando tudo o quanto antes.

Fernando Diniz, por exemplo. O treinador tem seu estilo bem autoral de trabalho, que o Vasco precisa decidir o quanto antes se é nele que apostará em 2022. Justamente por não ser uma maneira de jogar muito recorrente no futebol brasileiro, é importante que a diretoria dê a ele carta branca para a montagem de um elenco que se encaixe na proposta.

Cano, jogador da última bola, com poucos recursos além da finalização eficiente na grande área, não é um atacante cujo estilo encha os olhos de Diniz. Ele prefere jogadores com maior mobilidade e técnica para participar do jogo, não apenas na conclusão das jogadas. O contrato do argentino acaba em dezembro. Se Diniz ficar, ele fará questão que Cano fique também?

Essa é apenas uma das muitas questões abertas para a diretoria do Vasco lidar. E isso precisa acontecer o quanto antes. A torcida não precisa de um pedido de desculpas ou de um reconhecimento público de fracasso. O torcedor só precisa sentir que algo está sendo feito para que, na temporada que vem, ele não se repita.

Fonte: O Globo

3 comentários
  • Responder

    Sem esta de azar e, sim falta de um planejamento inteligente e sensato e isto passou muito longe de São Januário seus dirigentes e conselheiros estavam mais preocupado com o jogo politico e suas artimanhas na cobiça do poder .São dois anos de fracasso ,a queda e a permanência na Seríe B e,se não houver uma mudança radical vamos seguir os passos do Cruzeiro há três anos na B .As mudanças tem que começar as demissões de Alexandre Passos pois foi ele quem trouxe estes jogadores sem nenhuma identificação com a camisa cruzmaltina e toda a comissão técnica ,ficar com Diniz é uma temeridade é tão somente ver seu recente retrospecto .A rescisão de todos estes que foram trazidos ,do atual elenco máximo ficar com três .Dos zagueiros apenas este último merece mais uma chance .Chega de Castan ,do Graça que fica em campo como si tivesse fazendo um favor ao clube .Si na Gávea a coisa tinha ficado feia ,mas como disse Bruno Henrique “É oto patamá “. No Vasco não si respeita nem quem é idolo ,Roberto Dinamite ,foi claramente sabotado pela turma do Eurico Miranda ,quando foi presidente .

  • Responder

    Peço desculpas a mim mesmo por acreditar no Salgado e Pássaro dupla que arrebentou um time que torço há 56 anos.Uma nova eleição agora seria o ideal,desculpa Leven

  • Responder

    A solução é exigir o retorno imediato do Grande Administrador Roberto Dinamite.
    Jogando bola era uma MERDA, craque em Gestão Esportiva.
    Quem é Brant é sempre Brant!!!!

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