Diniz analisa derrota do Vasco contra o Mirassol; veja a entrevista coletiva
Fernando Diniz analisou o desempenho do Vasco diante do Mirassol e lamentou o desperdício de chances da equipe.

O Vasco perdeu para o Mirassol por 2 a 0 nesta terça-feira, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com a vitória fora de casa, o time do interior paulista garantiu uma vaga na fase de grupos da próxima Libertadores. O técnico Fernando Diniz, no entanto, negou ter visto um jogo ruim em São Januário, atribuindo o tropeço à dificuldade do Vasco em converter chances em gols.
— Obviamente que perder de novo em São Januário fica um clima que a gente não gosta. Ainda mais depois da vitória que a gente teve contra o Inter. Em relação à partida, não fizemos um jogo ruim. Muito pelo contrário. A gente fez um jogo muito bom contra um adversário que é muito bom. Se pegar as estatísticas do Mirassol, qualquer uma, contra qualquer adversário, eles têm estatísticas que favorecem eles em tudo. A gente teve uma estatística e não conseguimos converter em gol. Eles tiveram duas oportunidades e aproveitaram. Na última já estávamos mais expostos do que deveríamos. A gente não criou tanta chance clara, mas estava sempre perto de criar chances claras — disse Diniz, acrescentando:
— Sempre invadindo o último terço do Mirassol, na volta para o segundo tempo – que voltamos até melhor do que no primeiro – a gente não conseguiu converter nossa superioridade no jogo em gol. E o Mirassol, nas duas chances que tiveram, acabaram fazendo os gols. O Léo Jardim praticamente não participou do jogo com as mãos e eles também não criaram chances de gol, bola na trave. Nós tivemos dez escanteios, eles tiveram um. Os números nos favoreceram, mas não tivemos a mesma energia e a mesma contundência que no jogo contra o Inter. Isso foi o que faltou no jogo de hoje. Essa pergunta que você fez (sobre desempenho em São Januário) é fácil de fazer, mas é difícil de responder. Por que (São Januário) não foi um aliado.
— É difícil de fazer uma avaliação com exatidão. A gente teve muitos jogos como o de hoje, não merecemos perder o jogo. Pelo que aconteceu, contra o Grêmio não merecemos empatar, contra o Ceará não merecemos empatar, contra o São Paulo não merecemos perder. Não dá para te explicar, o futebol é assim. O time jogou bem, só que não foi o suficiente para ganhar. Mas a gente precisa ganhar o jogo, principalmente em São Januário. Ficamos muito tristes por não termos vencido, ainda mais depois do jogo contra o Inter — completou Diniz.
Para Diniz, o Vasco teve poucos erros na derrota em São Januário e esteve mais perto de estufar as redes rivais do que o Mirassol. Na opinião do treinador, o lance capital da derrota por 2 a 0 foi o primeiro gol, de Renato Marques, com falhas no posicionamento da defesa.
— A gente estava mais perto do que fazer gol do que o Mirassol. No fundo, o lance do gol do Mirassol não tem nada a ver com a gente alongar o jogo, quem alongou o jogo foi o Mirassol. A gente estava mal posicionado atrás. Se for falar de maneira prática, o primeiro gol foi o que determinou o resultado do jogo. Foi um lance em que a gente devia estar um pouco mais protegido do que estava. O Paulo Henrique estava aberto, não precisava. Se a linha estivesse do jeito que era para estar, a gente conseguiria cortar o cruzamento e não ai ficar tão exposto. Foi circunstância do jogo. Agora que passou fica tudo mais fácil (leia a resposta na íntegra abaixo).
O técnico também foi questionado sobre as diferenças técnicas entre os elencos do Vasco e do Mirassol. Em julho deste ano, o presidente Pedrinho afirmou que a torcida não gostaria de ver os 11 titulares do time paulista com a camisa do Vasco. Ao se aprofundar na análise sobre o duelo desta terça-feira, Diniz opinou que o Mirassol fez uma de suas piores partidas no retrospecto recente.
— O que o Pedrinho quis dizer é que são jogadores que não têm muito cartaz. Que estão em viés de baixa. Mas todos eles são muito bons. A equipe do Mirassol tem seis ou sete que já trabalharam comigo. Tem o Yago Felipe que estava no banco, o Gabriel que já jogou no Flamengo, o Reinaldo que faz seis ou sete anos que é o jogador que tem mais participação em gol no Brasil sendo lateral. Então é um time muito bom, organizado. Agora, se você traz um jogador que é desconhecido e traz para o Vasco antes de começar o campeonato, você vai ser questionado até ele provar que pode jogar no Vasco ou não. Foi isso o que ele quis dizer. Esse time é um time que está fazendo uma campanha brilhante e poderia estar mais acima na tabela. Mas eu discordo da sua análise de que o Mirassol fez um grande jogo. Não fez. Ganhou o jogo, teve mérito, soube aproveitar. Mas foi uma das piores partidas do Mirassol nos últimos jogos. Jogaram melhor contra o Fluminense do que hoje, melhor contra o Ceará do que hoje. Muitos jogos melhores e perderam. Perderam do Vitória, recentemente, perderam do Fluminense. E hoje eles tiveram pouquíssimas chances. É um time criativo, vocês sabem disso, é um time que faz muito gol, e nas duas bolas que chutaram, entraram. E principalmente a primeira, porque a segunda é um gol em que estávamos muito expostos e tomamos um gol de contra-ataque.
O Vasco tem 45 pontos somados, estacionado na 11ª posição da tabela. São quatro pontos a mais que o Internacional, primeiro clube na zona de rebaixamento do Brasileirão – os gaúchos entram em campo às 20h (de Brasília) desta quarta-feira para enfrentar o São Paulo. Na 38ª e última rodada, o Vasco viaja para enfrentar o Atlético-MG, às 16h do próximo domingo.
Outros tópicos da entrevista de Fernando Diniz
Como explicar a derrota?
— Erros acontecem, a gente não errou muito no jogo de hoje. Quando errou, eles foram muito eficazes. Em relação ao jeito de jogar, o campo não estava nas melhores condições. Contra o Inter, a gente jogou mais alongado do que hoje e fez cinco gols. Hoje, no segundo tempo, a gente não estava saindo com tanto lançamento, estava saindo com jogo mais curto. Estava com predominância maior, estava chegando com mais gente no ataque, com mais chutes, escanteios. A gente estava mais perto do que fazer gol do que o Mirassol. No fundo, o lance do gol do Mirassol não tem nada a ver com a gente alongar o jogo, quem alongou o jogo foi o Mirassol. A gente estava mal posicionado atrás. Se for falar de maneira prática, o primeiro gol foi o que determinou o resultado do jogo. Foi um lance em que a gente devia estar um pouco mais protegido do que estava. O Paulo Henrique estava aberto, não precisava. Se a linha estivesse do jeito que era para estar, a gente conseguiria cortar o cruzamento e não ai ficar tão exposto. Foi circunstância do jogo. Agora que passou fica tudo mais fácil.
O que leva o torcedor acreditar em comportamento diferente na Copa do Brasil?
— Eu acho que o que traz alento para o torcedor ao longo desses meses que eu estou aqui é que a gente tem oscilado mas o time tem evoluído. Não é o mesmo time, a gente teve momentos brilhantes nesse período. O momento de maior baixa foram as 5 derrotas, num momento muito decisivo a gente fez uma vitória contra o Inter bastante contundente e hoje a gente jogou bem de novo. Quando o time joga bem, é mais fácil a gente fazer as correções. Hoje, talvez, a gente não teve a contundência do jogo do Inter. Contra o Inter, começou a gente fez um gol, mais um pouquinho fez o segundo.
— Hoje a gente não conseguiu criar as chances tão claras e também não conseguiu ser tão contundente nas finalizações de fora da área que a gente teve, nos escanteios que a gente teve. A gente teve um número maior de escanteios hoje do que contra o Inter. Contra o Inter, a gente precisou de menos escanteios para fazer um gol de cabeça, a gente precisou de menos chutes no gol para fazer o gol. Hoje, infelizmente, a nossa bola não entrou.
Como se relaciona com os jogadores estrangeiros?
— Da melhor maneira possível. Eu sempre tive boa relação com jogadores estrangeiros. Os que estão aqui são todos de língua irmã, o espanhol. A comunicação é super fácil, não tem nada. O Andrés se adaptou rapidamente, o Cuesta também. O Garré, o Vegetti. Nos outros times também não tive problema de relação. Tanto é que eles chegaram, conseguiram virar titulares rapidamente estão entregando bons desempenhos.
Possibilidade de poupar alguém contra o Atlético-MG?
— Vou esperar um pouco ainda para ver qual vai ser a melhor estratégia para o domingo. Ainda não pensei sobre o jogo contra o Atlético-MG.
Campo pesado
— Em relação a isso, é ruim para os dois times. O jogo ficou lento para nós e ficou lento para o Mirassol também. Não é das melhores condições para jogar, a bola não corre, algumas poças, e o desgaste físico é aparente para as duas equipes. Mas é o que aconteceu, a gente não tem controle sobre a chuva que cai ou não cai.
Culpados pelo desempenho
— Acho que a gente não dá para dividir (a culpa). Responsabilidade todo mundo tem, a maior é a minha. Acho que os jogadores por conta do meu jeito, de maneira geral, eles evoluíram. Não evoluíram do jeito que nós quiséssemos que evoluíssem, que a torcida gostaria. E a gente não teve a consistência que todo mundo quer. Uma coisa que a gente tem que a prender é que time grande tem que ter consistência, não fica flutuando durante o campeonato. Fazendo grandes jogos…Nem foi o caso de hoje. Hoje, faltou contundência. Contra o Botafogo e Grêmio jogamos muito mal. A gente jogando em São Januário, na casa do Vasco, onde o Vasco faz muitos pontos historicamente, tem que aproveitar mais isso. A gente ficou muito tempo no campo do Mirassol. A gente teve 33 chegadas no último terço do Mirassol, eles tiveram 10 ou 9. Mostra muito como foi o jogo, mas a gente não conseguiu converter em gol. Uma das coisas principais, é quando tem essa oscilação quando sai de uma vitória muito grande como foi com o Santos e o Inter. Precisava manter porque a gente está disputando muita coisa no final do campeonato. Faltou energia para a gente de ir, fazer, de cair uma segunda bola, de acertar um chute. Faltou isso no jogo de hoje e determinou a gente não conseguir abrir o placar antes do Mirassol.
Criação do Vasco hoje
— Não achei que no segundo tempo jogamos pior que no primeiro. Principalmente até tomar o gol. Acho que voltamos melhores no segundo tempo do que no primeiro. Depois que tomamos o gol, o Mirassol foi muito para trás. E aí uma das coisas era: o gol ia acabar saindo de cruzamento, como foi contra o Vitória. Quando um time baixa muito as linhas, fica muito pouco espaço para você entrar por dentro. E aí ou vai ser gol de fora da área, bola parada ou cruzamento. Com todos os times é assim. O que a gente fez de errado, e aí concordo com você, é que estávamos colocando a bola na área de uma forma que algumas não faziam sentido. Você chuveirar a bola do meio do campo… não vai sair o gol. Mas tivemos alguns cruzamentos. A melhor chance nossa foi em um cruzamento. O Tchê Tchê fez um cruzamento logo que ele entrou que a gente chegou com bastante gente na área. E a nossa chance de fazer o gol seria mesmo por ali. Concordo que os cruzamentos que fizemos foram mais para tentar a sorte do que em uma jogada construída. Precisamos ter um pouco mais de calma para fazer os cruzamentos numa região mais avançada, mais perto da linha de fundo, por dois motivos: temos mais chances de fazer o gol e menos chance de tomar contra-ataque. A gente começou a chuveirar bola na área, estávamos sem gente na região da segunda bola e as origens dos contra-ataques é quase sempre assim que acontece.
Atuação da arbitragem
— Eu achei que a arbitragem foi muito leniente. Atrasou muita coisa. E o Mirassol usou de atrasar quase o jogo todo. Quando fizeram 1 a 0, caiu Walter, caiu outro e ele não acelera. E os árbitros têm critérios muito diferentes. A gente perdeu na Bahia por 1 a 0. O juiz apitou bem mas achei que faltou dar acréscimos no final, mas teve critério de deixar o jogo andar. O (Raphael) Claus apitou bem contra o Grêmio e a gente jogou mal. Deixou o jogo andar. Aí vem para um jogo aqui em casa com o campo molhado que não podia encostar. Para quem não queria jogar foi ótimo. Encostava ele dava falta, não acelerou em nenhum momento. Não amarelou ninguém. Ele foi conivente hoje para o jogo andar. Não favoreceu o futebol. Quanto menos jogo parece que melhor era o que ele estava buscando para o jogo de hoje.
Atuação e substituição do Andrés Gómez, planejamento para a última rodada e Copa do Brasil:
— Obviamente que isso é uma questão, uma das questões para se levar em consideração, mas não a única. Não tinha pensado ainda porque tinha o jogo de hoje também. Se tivéssemos vencido. Se iríamos vencer. Se iríamos com força máxima. Poderia ficar em oitavo. Enfim. Só iria pensar no jogo do Atlético depois. Não estou pensando ainda. Sobre o Andrés Gómez, é um jogador que se adaptou muito rápido e tem oscilado como todo o time, jogando muito bem em alguns momentos e em outros nem tanto. Hoje começou muito bem e no segundo tempo, com o campo mais pesado, foi perdendo um pouco de produtividade e o David não é um jogador tão agudo de velocidade, mas tem um pouco mais de presença e força física na área, por que a gente estava tendo muitos cruzamentos. Tanto é que o gol dele quase sai assim. A gente achou que era uma troca justa e depois, quando coloquei o Vegetti, não deixei o Rayan no lado esquerdo. Estava marcando um pouco mais lá, mas seguia mais centralizado, porque é um jogador que consegue disputar bola no alto, para não ficarmos dependendo só do Vegetti nas bolas aéreas. E o Paulo Henrique também conseguia dar amplitude do lado direito, mas não conseguimos converter isso em gol.
Por que o Vasco deixou tantos pontos pelo caminho no Brasileiro?
— Eu acho que a pontuação do Vasco é ruim, a gente não tinha que chegar nessa altura do campeonato com essa pontuação. Se for avaliar o desempenho que a gente teve ao longo do campeonato, nossa pontuação era para ser maior, a gente deixou muitos pontos na mesa. Aqui dentro de casa, principalmente. Teve jogo do Inter fora, contra Mirassol lá, aqui contra Ceará, contra o Grêmio… Era para ter uma pontuação maior. O Vasco deixou muitos pontos na mesa nesse Brasileiro, coisa que a gente tem que aprender a não deixar na próxima temporada porque faz muita falta, principalmente quando chega na reta final do campeonato.
Como preparar o time mentalmente para um jogo potencialmente decisivo contra o Atlético e depois a Copa do Brasil?
— A gente vai esperar. Não sei nem o time que vai jogar ainda. Não é que estou fugindo de analisar. Mas vou começar de fato a pensar no Atlético a partir de amanhã. Depende de muita coisa, como seria o jogo de hoje, como vai ser amanhã, então ainda temos tempo para pensar no Atlético Mineiro.
Diferenças entre os elencos de Vasco e Mirassol
— O que o Pedrinho quis dizer é que são jogadores que não têm muito cartaz. Que estão em viés de baixa. Mas todos eles são muito bons. A equipe do Mirassol tem seis ou sete que já trabalharam comigo. Tem o Yago Felipe que estava no banco, o Gabriel que já jogou no Flamengo, o Reinaldo que faz seis ou sete anos que é o jogador que tem mais participação em gol no Brasil sendo lateral. Então é um time muito bom, organizado. Agora, se você traz um jogador que é desconhecido e traz para o Vasco antes de começar o campeonato, você vai ser questionado até ele provar que pode jogar no Vasco ou não. Foi isso o que ele quis dizer. Esse time é um time que está fazendo uma campanha brilhante e poderia estar mais acima na tabela. Mas eu discordo da sua análise de que o Mirassol fez um grande jogo. Não fez. Ganhou o jogo, teve mérito, soube aproveitar. Mas foi uma das piores partidas do Mirassol nos últimos jogos. Jogaram melhor contra o Fluminense do que hoje, melhor contra o Ceará do que hoje. Muitos jogos melhores e perderam. Perderam do Vitória, recentemente, perderam do Fluminense. E hoje eles tiveram pouquíssimas chances. É um time criativo, vocês sabem disso, é um time que faz muito gol, e nas duas bolas que chutaram, entraram. E principalmente a primeira, porque a segunda é um gol em que estávamos muito expostos e tomamos um gol de contra-ataque.
Assista à entrevista
Fonte: Globo Esporte
Falei pra vcs, este técnico não tem DNA para ser técnico do Vasco. Por um motivo, não temos grana pra comprar melhores jogadores. Então, ele tem que mudar esta merda de sistema de jogo e adotar um sistema de jogadores para jogadores operários que brigam, de pegada e que tenham um condicionamento físico e velocidade.
Não entendo o sistema utilizado que coloca os jogadores de pior passe com mais tempo de posse de bola. Dá no que dá. Todo jogo um zagueiro ou um meiuca faz uma merda. Porque não jogar como o Botafogo, pra frente e com poucos passes eles já chegam na área finalizando.
Não é esta merda de jogo do Diniz de toque de um lado pra o outro sem objetivo.
Enfim, já estou de saco cheio. Porque não coloca o Paulinho, o Zucarelo, o Esforza e o Estrela, etc. Este técnico não conhece o elenco do Vasco 3 vitórias em 22 jogos. É de sacanagem! Vai dizer que o elenco do Mirassol é melhor do que o fo Vasco? Eles têm um técnico que não complica.
Técnico bom faz time ruim jogar bem. Porém falta ao Diniz humildade para ajustar e adotar o sistema de jogo ao talento que ele tem no Vasco e não ao contrário. Enfim, está tudo errado e o Felipe de Diretor técnico é muito fraco.