Diniz analisa derrota do Vasco contra o Juventude; veja a entrevista coletiva

O técnico Fernando Diniz lamentou terceira derrota seguida do Vasco da Gama e analisou atuação diante do Juventude.

Fernando Diniz em Vasco x Juventude
Fernando Diniz em Vasco x Juventude (Foto: Jorge Rodrigues/AGIF)

O Vasco chegou à terceira derrota consecutiva, com um revés de 3 a 1 para o Juventude na noite deste sábado, em São Januário. Após o jogo, Fernando Diniz concedeu entrevista coletiva e lamentou o momento ruim do time, logo após uma sequência positiva de quatro vitórias seguidas no Brasileirão.

Nos últimos seis dias, o Vasco foi derrotado por São Paulo, em São Januário, no último domingo; por Botafogo, no Nilton Santos, na última quarta-feira, além do revés para o time gaúcho neste sábado.

– A gente tem que ficar triste porque o torcedor não merece isso aí, merece mais. E futebol é assim mesmo: é tudo rápido. Estamos falando de uma semana. Não podemos falar de terra arrasada porque é uma semana, três jogos. Foram diferentes. Contra o São Paulo, jogamos bem a maior parte do jogo, mas precisa vencer, não adianta só jogar bem, tem que traduzir em vitória. Contra o Botafogo, fomos muito mal, acertamos quase nada, faltou muita coisa. E, hoje, jogamos bem até tomar o primeiro gol, com 37 minutos do primeiro tempo.

Rayan abriu o placar, mas o time gaúcho virou ainda no primeiro tempo com Marcelo Hermes e Nenê. Na etapa final, Ewerthon marcou o terceiro do Ju – minutos após a expulsão de Paulo Henrique, que deixou o Vasco com um a menos – e deu números finais ao duelo da 33ª rodada do Brasileirão.

– Fizemos o primeiro gol, podíamos ter feito o segundo e terceiro. Aí tomou o gol, depois o segundo poucos minutos depois, com duas falhas totalmente evitáveis. No primeiro, a bola estava no nosso pé, fazemos um passe forçado sem nenhuma necessidade. A gente tinha sete jogadores, contra três e tomamos o gol. O segundo gol não tem sentido nenhum sair com a bola por dentro, com o time todo desorganizado no campo. No segundo tempo, eles baixaram bastante a linha, tivemos dificuldade para criar e cedemos contra-ataque – avaliou Diniz.

Os dois primeiros gols do Juventude saíram em erros individuais de jogadores do Vasco. No primeiro gol, Cuesta tirou o corpo para evitar escanteio e permitiu cruzamento de Gabriel Taliari para Marcelo Hermes, que apareceu nas costas de Paulo Henrique e empatou o jogo. Poucos minutos depois, foi a vez de Léo Jardim errar feio na saída de bola com as mãos em lance que culminou em gol de Nenê.

– Depois que o resultado acontece, as narrativas ficam muito facilitadas. Se tivesse tido uma leitura exata do jogo, tanto com o São Paulo quanto com o Juventude, a gente não tinha tido superioridade, não tinha saído ganhando. No jogo de hoje, para virar o jogo, a gente teve que entregar dois gols. Só se estivesse contando que a gente ia entregar dois gols, que a gente não costuma entregar. Mas entregamos dois gols para o Juventude e isso modificou a partida – afirmou o treinador.

– Depois eles baixaram e o que acontece? A torcida fica mais impaciente, o jogador vai perdendo confiança, o time fica mais apressado. As trocas também não tiveram o efeito que tiveram, por exemplo, num jogo contra o Vitória. Muito por causa de o jogo estar 2 a 1, e a gente ficar em estado anímico diferente, e ter uma perda de confiança importante – completou Diniz

Com o resultado, o Vasco estacionou nos 42 pontos e caiu para a 10ª colocação. O time terá 11 dias sem jogos no calendário devido ao período de Data Fifa. O próximo compromisso acontece somente no dia 19, contra o Grêmio, em Porto Alegre, pela 34ª rodada do Brasileirão. Convocado pela seleção brasileira, Paulo Henrique está fora de combate por ter sido expulso na reta final da partida contra o Juventude.

Outros pontos da coletiva

O que explica a sequência ruim de resultados?

– O porquê a gente tem que descobrir. Se eu soubesse todos os porquês, teria vencido os três jogos. A gente vai falar aqui e especular, mas não sabe exatamente nem por que ganha nem por que perde. Acho que, contra o Botafogo, fizemos um jogo muito desconcentrado, isso é uma coisa que pesou. Treinamos de um jeito, jogamos de outro, completamente. E a gente sabia que tinha que fazer gol no Botafogo, porque fizemos os dois jogos da Copa do Brasil e não tinha muita mudança no que tínhamos preparado para o jogo. A aplicação que foi completamente diferente. “Ah, uma coisa que você acha que faltou”? Nível de concentração foi extremamente baixo, que nos custou uma derrota extremamente merecida. No jogo contra o São Paulo e hoje, é diferente explicar o jogo. O time está aprendendo a jogar bem e tá aprendendo a ser um time grande. Não é a primeira flutuação para baixo que houve, esse é o terceiro ou quarto momento na competição em que flutuamos para baixo. Temos que aprender agora como aprendemos das outras vezes, e voltar a subir.

Mais sobre a sequência negativa

– Contra o São Paulo, a gente está dominando o jogo, aí tem um escanteio, a gente cede um escanteio que não precisava ceder, a gente tinha uns sete jogadores contra dois ou três, bota a bola para o escanteio. Aí no escanteio a gente comete o pênalti infantil. No jogo de hoje, aconteceu coisa parecida. Se a gente tivesse tido este comportamento contra o Bragantino, de entregar um gol, muda a história do jogo. Mas hoje a gente não pode aceitar os gols que a gente tem cedido. O jogo do Botafogo, ele foi ruim praticamente do começo ao final. Agora o jogo de hoje, a gente praticamente entregou o resultado para o adversário. E aí você vai perdendo confiança. Quando o time perde confiança, fica mais difícil para você buscar a virada.

– Contra o São Paulo, a gente está dominando o jogo, aí tem um escanteio, a gente cede um escanteio que não precisava ceder, a gente tinha uns sete jogadores contra dois ou três, bota a bola para o escanteio. Aí no escanteio a gente comete o pênalti infantil. No jogo de hoje, aconteceu coisa parecida. Se a gente tivesse tido este comportamento contra o Bragantino, de entregar um gol, muda a história do jogo. Mas hoje a gente não pode aceitar os gols que a gente tem cedido. O jogo do Botafogo, ele foi ruim praticamente do começo ao final. Agora o jogo de hoje, a gente praticamente entregou o resultado para o adversário. E aí você vai perdendo confiança. Quando o time perde confiança, fica mais difícil para você buscar a virada.

Nos próximos jogos, haverá mudança?

– Não foram os mesmos estilos de derrota. Contra o São Paulo, conseguimos perder de 2 a 0 e sair aplaudido, porque apresentamos coisas positivas. Contra o Botafogo foi ruim, e assumi claramente toda a responsabilidade. Não houve o mesmo diagnóstico, você não tá prestando muita atenção nas coletivas. Não foi o mesmo, muito pelo contrário. A isso aqui eu entrego a minha vida, fico fazendo com muita dedicação. Posso às vezes não conseguir, mas não vou pelo superficial, pelo “facinho” para ganhar “like”. Se eu ganhar algum “like”, é por causa do meu coração, da minha entrega. Eu quis estar aqui no Vasco, fiz força para estar aqui no Vasco, e vou fazer de tudo para entregar vitórias à torcida. Tudo que eu puder fazer. Disso você pode ter certeza. Não tem essa coisa bobinha. Não é uma coisa fácil, é muito difícil vir aqui falar.

– Tenho um respeito gigante pela torcida do Vasco, muito grande mesmo. Você nem imagina o quanto eu quero ser parte da reconstrução do Vasco. É uma alegria para mim não só de vencer, mas de ver a torcida na rua, fazer o (sinal de) “vitória, Vascão”, esse negócio bonito. É difícil vir aqui, é dolorido para caramba. E eu não vou ficar expondo jogador aqui porque alguém quer. Cobro muito os jogadores e você sabe disso, na beira do campo você vê um pedaço disso. O Vasco é um dos times que mais treinam em que eu trabalhei na minha vida. A gente vai se juntar para voltar a dar alegrias à torcida. Temos que saber ser criticados, porque o que merecemos agora são críticas. Mas não essas brincadeirinhas de querer achar um negócio falho para fazer uma pegadinha.

– Estamos aqui em prol do Vasco. A gente vai procurar melhorar para o jogo do Grêmio. Garantias a gente não tem, mas trabalho e seriedade… Está todo mundo querendo fazer melhor. (Dentro de campo) a gente vai buscar mudanças, principalmente de resultados. Se estivéssemos jogando bem como estávamos hoje (com 1 a 0), procurar ampliar o marcador, não entregar tantos gols bobos. De uma semana para outra, um time que é bom não fica ruim. Temos que saber corrigir, recuperar as coisas e entregar mais. Vamos preparar o time para ir lá em Porto Alegre, teremos desfalques importantes. PH, o Cuesta provavelmente não chega para o jogo, Andrés Gómez e Puma também não. Saber fazer o melhor possível para ter um bom resultado em Porto Alegre.

Rayan batendo escanteio

– Tem jogada ensaiada, né? Jogada ensaiada que não funcionou, né? Só por causa disso (que Rayan bateu).

Saída do Piton com Vegetti e GB em campo

– Naquele momento, ele não estava conseguindo achar cruzamentos. Quantos cruzamentos o Piton fez no segundo tempo? O Puma entrou para tentar os cruzamentos porque ele também bate muito bem na bola. Criamos muitas situações de gol com o Puma jogando de pé invertido, então isso era uma tentativa. A segunda é porque o Puma é um jogador que tem uma bola aérea importante, tem cabeceio bom. Tanto na bola parada quanto nas invertidas, quando fosse ter cruzamento do lado oposto, o Puma ia ser um cara na área com chance de fazer o gol. E também, quando entrou, faltavam oito minutos. Não foi por causa disso que o Vasco deixou de ganhar.

Situações de Paulinho e Thiago Mendes

– Uma coisa que a gente precisa discutir aqui: o time não está há três, quatro meses jogando mal. Aí, não dá, não tem racionalidade. De domingo para cá, foram três derrotas. Os caras que estão jogando aqui há cinco meses estão melhores para jogar. E não mudou. Como você acha que mudou tudo de uma semana para cá, e os outros que não estão entrando, que a gente nem tem tempo para treinar, treinaram muito bem a ponto de ganharem minutagem e virarem titulares? Isso não pode acontecer, é falta de racionalidade. Estão jogando os caras que têm treinado bem e estavam entrando bem. Matheus França, que estava sendo vaiado, entrou muito bem até o jogo contra o Bragantino, estava sendo superimportante. Concordo que não entrou bem nos últimos jogos, mas estava entrando bem em todos. Se a gente vai tirar um jogador que pega um momento ruim, daqui a pouco a gente não tem mais ninguém. Vamos circulando, todo mundo é questionado. No fundo, temos que tentar recuperar e dar confiança a todo mundo.

Queda de desempenho de Cuesta e PH após convocações

– Eu não consigo responder porque eu não sou jogador, essa resposta é uma coisa muito pessoal. Eu não acredito. O Cuesta é um jogador acostumado a ser convocado, obviamente fazia um tempo que ele não era convocado, porque não estava jogando na Turquia. O PH não é a primeira convocação e tem que se habituar, porque, se é um jogador que está indo para a Seleção, é por conta do momento que vive no clube, então tem que acabar entregando aqui. Eu não acho que aconteceu alguma coisa por causa das convocações, os jogadores, segundo a tua fala, caíram de rendimento. Eu não vejo dessa forma.

– O time agora nesse momento tem que se fechar mais, saber receber as críticas, que são praticamente todas merecidas, as que estão sendo feitas aqui e que foram feitas quando o Botafogo. Mas o fundo daquilo que eu sinto do ambiente da coletiva. O time é assim, no fundo a gente quando joga bem, como jogou com o São Paulo boa parte do jogo e hoje até tomar o gol, a gente tem que converter isso em vitória. Porque só jogar bem já não adianta. E a torcida quer ver vitória, quer ver bom futebol, mas acima do bom futebol, quer ver vitória. Então a gente tem que saber entregar para a torcida o que a torcida merece. A torcida não está instável, o time tem que ser estável como a torcida está estável. Se está bem, ela apoia, ela vai, ela grita. A gente tem que ser estável como a torcida está sendo. Em determinado momento a gente estava entregando aquilo que a torcida queria e a gente foi criando uma conexão, que quando houver esse tipo de semana de três derrotas, isso aí por nossa responsabilidade, abala. E a gente tem que retomar.

Usar mais a base

– É uma possibilidade, é sempre uma possibilidade, mas eu repito, não é fácil pegar um jogador da base, que está jogando um campeonato sub-20 e botar no profissional, estádio cheio, momento de pressão, e botar para jogar. Sempre bons jogadores estão sendo integrados aos poucos. Vêm treinar com a gente, obviamente que não dá para fazer do jeito que eu gostaria, porque os campeonatos brasileiros sub-17 e sub-17 foram acontecendo, então você puxa para treinar aqui e o jogador perde o jogo lá. Às vezes a gente tem que escolher dar mais minutagem para os jogadores da própria categoria do que ficar aqui só treinando e deixar de jogar lá. Então não é uma equação assim simples. Se eu pudesse, os jogadores estariam mais próximos aqui, mas nem sempre isso é possível por conta disso que eu te disse, que os campeonatos, quando estão acontecendo lá, a gente não consegue ir desfalcando as categorias de base por conta dos campeonatos que eles estão disputando.

Thiago Mendes

– É uma possibilidade. O Thiago Mendes ele chegou, assim como o Matheus França, os dois chegaram muito fora de ritmo de jogo, porque o Thiago saiu da França fazia já quase três temporadas e aí ele ficou esse tempo no Catar. Teve uma lesão importante quando veio pra cá, já fazia um tempo que não estava jogando, e jogar no Catar com a idade que o Thiago está não é uma coisa simples. Vocês lembram, foi assim quando o Juninho esteve no Catar e voltou aqui para o Vasco. O Felipe Maestro a mesma coisa. Você paga uma conta que o Thiago foi pagando, e ele está adquirindo o melhor ritmo, ele tem evoluído nos treinamentos. Entrou um pouco no jogo passado e é uma possibilidade dele poder ser aproveitado.

Evolução física de Coutinho, mas menor participação recente em gols

– Eu acho que a cobrança maior parte dele. Acho que o Coutinho tem jogado bem constantemente, hoje fez outro bom jogo na minha concepção. Um cara que puxou para cima o tempo todo, não parou. No final veio jogar de 8, conseguiu jogar, terminar o jogo. Às vezes, com o cara jogando bem de 10, ele não necessariamente vai participar toda hora de gols. Tem horas que ele dá aquela “pré-assistência”, não aparece nem na assistência nem no gol. Hoje, ele fez alguns momentos desses. Enfiou algumas bolas muito difíceis que chegavam no Piton ou no Nuno Moreira, e daí saíam os cruzamentos para ter a chance de gol. Acho que ele tá evoluindo em todos os sentidos, e acho que às vezes o número frio engana um pouco. O Coutinho continua mantendo uma base de boas atuações. Contra o Fluminense, por exemplo, em que fez uma partida brilhante, ele não fez gol nem participou dando uma assistência. Hoje, enquanto o time tinha domínio, ele estava sendo talvez o principal articulador. O Coutinho, para mim, continua fazendo uma temporada muito boa.

Assista à entrevista

Entrevista coletiva de Fernando Diniz (Fonte: Vasco TV)

Fonte: Globo Esporte

Comente

Veja também
Diniz avalia fase do Vasco após 3º revés seguido: ‘Aprendendo a ser time grande’

Técnico do Vasco da Gama, Fernando Diniz analisou o momento ruim de sua equipe depois de mais um tropeço no Campeonato Brasileiro.

Jornalista cita fator decisivo para sequência de derrotas do Vasco

Jornalista do portal Uol, Milly Lacombe analisou a derrota do Vasco da Gama para o Juventude, pelo Brasileiro.

Nenê recebe homenagem da torcida do Vasco em São Januário

Torcida do Vasco da Gama leva faixa para São Januário e homenageia Nenê, atual jogador do Juventude e ídolo do Clube.

Ana Thaís Matos detona atacante do Vasco em derrota para o Juventude

Comentarista do Sportv, Ana Thaís Matos reprovou a atuação de jogador do Vasco da Gama no tropeço diante do Juventude.

Insatisfeito! Pedrinho cobra elenco após nova derrota do Vasco

Após a terceira derrota consecutiva do Vasco da Gama, Pedrinho desce ao vestiário e cobra elenco por desempenho ruim.

Jardim ou Nuno? Richarlyson aponta culpado por falha em derrota do Vasco

Lance que terminou no gol da virada do Juventude sobre o Vasco da Gama teve participação do goleiro Léo Jardim e do meia Nuno Moreira.

Notas dos jogadores do Vasco contra o Juventude

Confira as notas dos jogadores do Vasco da Gama na partida deste sábado, contra o Juventude, pelo Campeonato Brasileiro.

Torcida do Vasco se irrita com Léo Jardim após erro contra o Juventude

Torcida do Vasco da Gama não perdoa Léo Jardim por erro no segundo gol do Juventude e critica goleiro nas redes sociais.

Vascaínos não digerem derrota e sobem o tom contra o time em SJ; assista

Gritos de ‘time sem vergonha’ e ‘olé,’ foram ecoados em São Januário na vitória do Juventude sobre o Vasco da Gama.

Paulo Henrique não enfrenta o Grêmio na próxima rodada

Punido com o segundo amarelo e consequentemente o vermelho, Paulo Henrique é desfalque do Vasco da Gama contra o Grêmio.