Diniz analisa classificação do Vasco na Copa do Brasil; veja a entrevista coletiva

O técnico Fernando Diniz não escondeu a emoção com a classificação e projetou a decisão contra o Corinthians.

Diniz comemora classificação do Vasco
Diniz comemora classificação do Vasco (Foto: Thiago Ribeiro/Agif)

Fernando Diniz chegou orgulhoso à sala de entrevistas coletivas do Maracanã após a classificação do Vasco para a final da Copa do Brasil ao superar o Fluminense nos pênaltis por 4 a 3. Em sua primeira resposta, o técnico vascaíno não escondeu a emoção e projetou a decisão contra o Corinthians:

– Foi um momento de profundo êxtase, de alegria, ver a torcida celebrar algo que ela merece muito. A gente deu mais um passo rumo a um sonho de todo vascaíno. Tem tudo para ser uma grande final. O Corinthians tem uma grande equipe, uma torcida que apoia bastante, e eles vão jogar um jogo em São Paulo dentro dos domínios deles e vamos fazer a finalíssima aqui no Maracanã. A gente tem que saber descansar e saber preparar. Tem tudo para ser dois grandes jogos.

Apesar da derrota por 1 a 0 no tempo normal, o técnico considerou a classificação justa e apontou que o Vasco foi superior nos dois confrontos. Inclusive foi melhor neste domingo do que no jogo de ida, na visão do comandante, que exaltou os rivais Fábio e Thiago Silva:

– O Vasco jogou melhor que o Fluminense as duas partidas. Inclusive, hoje jogou melhor do que quinta-feira, hoje foi mais dominante. Com exceção dos 15 minutos finais, que teve mais trocação, o jogo ficou mais aberto, a gente errando um pouco mais de passe que o natural. Embora o Léo Jardim não tenha feito uma defensa. Nem no jogo passado nem neste. Não teve uma bola na trave ou coisa assim. Foi uma passagem para final muito justa. A gente foi merecedor. O Fluminense tem um grande time, muito bem treinado. Foi uma campanha de final de campeonato maravilhosa. Contrataram um excelente treinador, que gosto como treinador e pessoa. Entretanto, passou o time que foi melhor.

– Hoje nesses 15, 20 minutos finais, que o jogo ficou mais igual, e o Fluminense chegou em velocidade com bolas alçadas na área e que não conseguiu concluir. O melhor momento nosso foi o início do segundo tempo. A gente teve muita troca de passes desde lá de trás, com um ou outro erro, e o Fábio hoje é uma coisa impressionante, como um cara de 45 anos consegue pegar tanto. Tem que ser estudado, tanto ele quanto o Thiago Silva.

Diniz também aproveitou para pedir Léo Jardim na seleção brasileira. O goleiro foi herói da classificação vascaína ao pegar dois pênaltis na disputa na marca da cal:

– Acho o Léo um jogador fundamental, cada vez mais identificado com a torcida do Vasco. Cada dia melhora os fundamentos, seja com o pé, que diziam que não podia jogar, e agora é um dos mais importantes no início das construções. Jogador extremamente dedicado. É um goleiro postulante, na minha opinião, a disputar uma Copa do Mundo. O Léo reúne requisitos que o colocam na linha para ser um goleiro convocado para disputar a Copa.

Veja outras respostas da coletiva

Reação da torcida

– É super normal. Estou no Vasco e a torcida do Fluminense faz o que acha que tem que fazer. Protegendo o clube deles. Meu negócio é com a torcida do Vasco, respondeu e começou a cantar, que era o que eu esperava deles. Foi isso que valeu.

Retrospecto contra Corinthians

– Acho que não entra na decisão para nada. São dois jogos completamente diferentes desse retrospecto recente do Vasco contra o Corinthians. Vamos procurar fazer o máximo para dar essa alegria ao torcedor.

Parte física do time

– Concordo que a sequência de jogos, embora o Fluminense também tenha jogado na quinta. A gente jogou na quinta e mexeu pouco no time. Vem numa sequência e acaba mexendo pouco, é um time que tem jogado constantemente. Quando tem dois dias, como vai acontecer na quarta, é sempre prejudicial para o jogador. Na dinâmica que a gente joga de intensidade, que tem de baixar para depois sair jogando, os jogadores com muita mobilidade. Achei que hoje, nos 25 minutos para frente, deu uma cansada generalizada. Entretanto, a gente tem um comportamento tático, os jogadores estão acostumados a jogar juntos, acabam muitas vezes se achando na parte tática e suprindo um pouco o cansaço. Pensando no jogo do Corinthians, o que mais temos que fazer é recuperar. Comer bem, dormir bem e saber descansar no primeiro momento, para recuperar e fazer algum tipo de ajuste na terça, para enfrentar o Corinthians na quarta.

Victor Luís nos pênaltis

– Eu na minha carreira inteira, quando tem hipótese de mata-mata e decidir em pênaltis, começo a treinar antes. Estamos treinando desde a semana passada, quase todo dia. Não é uma coisa improvisada. Sabemos mais ou menos quem bate bem, quem fica à vontade para bater. No jogo de hoje tinham jogadores que estavam cansados e chegando na parte final sabia que iriam bater pênalti. Então foi uma coisa muito estudada. A gente teve um tempo e os jogadores foram treinando todo dia. Até em aquecimento às vezes treinamos pênaltis para prepará-los. Então eles chegaram muito prontos para a disputa. Teve um efeito extremamente positivo.

Renovação do Puma

– Acho que ele está cada vez mais perto de renovar. É um desejo do Puma, um desejo do Vasco, um desejo meu. Já falei isso explicitamente. É um jogador que reúne características muito importantes para um grande jogador de futebol. Tem boa velocidade, é grande, jogador que tem tempo de bola excelente, vocação ofensiva contundente. Se somar os dois jogos, talvez o Puma tenha sido o jogador que ficou mais perto de fazer gol. No primeiro jogo, acho que teve cinco oportunidades. Esteve na frente participando de cruzamentos. Nesses dois jogos, defensivamente, ele foi muito bem. Embora, o gol tenha saído do lado dele. Ele estava em uma situação de dobra de marcação, ele teve de sair e o Robert Renan chegou um pouquinho atrasado. Mas ele foi muito bem defensivamente. Está vivendo um momento muito especial. É um cara que tem um carisma com o gol, embora seja lateral, quase como se fosse atacante. É um lateral artilheiro. Na hora de bater pênalti é a mesma coisa, ele se coloca à disposição para bater, como contra o Botafogo. E tem frieza para bater.

– Nesses dois jogos, defensivamente, ele foi muito bem. Embora, o gol tenha saído do lado dele. Ele estava em uma situação de dobra de marcação, ele teve de sair e o Robert Renan chegou um pouquinho atrasado. Mas ele foi muito bem defensivamente. Está vivendo um momento muito especial. É um cara que tem um carisma com o gol, embora seja lateral, quase como se fosse atacante. É um lateral artilheiro. Na hora de bater pênalti é a mesma coisa, ele se coloca à disposição para bater, como contra o Botafogo. E tem frieza para bater.

Retrospecto do Vasco em pênaltis

– Acho que é uma combinação de muitos fatores. Um é decisivo, que é ter um goleiro especial. Faz muita diferença. Tanto para jogar de maneira normal o jogo quanto em disputas de pênaltis. Falando da minha chegada aqui é muito treino. Inclusive treino de pênaltis. E acho que sempre tem um pouco da casualidade. Não é que se você faz tudo certo nos pênaltis você vai ganhar, mas aumenta a chance de ter sucesso treinando de maneira sistemática e respeitando todos os adversários. Nós treinamos pênaltis para o Fluminense igual treinamos para o Operário. Na Sul-Americana também, quando tinha chance de pênaltis começamos a treinar antes. Acho que o treinamento favorece.

– Você identifica também, os jogadores vão ficando mais à vontade, acaba perguntando o histórico do jogador nos outros clubes, se é acostumado a bater… Às vezes o jogador treina muito bem mas não tem frieza ou não gosta de bater. Na hora do jogo o aspecto emocional é muito decisivo. Eu acho que nisso fomos muito bem em todas as disputas. É aquela coisa, você sabe como é. Você coloca o Victor (Luis), espero que vocês não façam, porque da parte de vocês é muito cruel, dizerem que colocou um jogador frio foi burrice. Se ele não perde o pênalti não é burrice. Isso é um resultadismo tosco, tolo de pessoas ignorantes sem culhão para encarar a vida como ela deve ser encarada.

Maracanã palco da final

– É tudo muito difícil. Existe uma predileção geral por São Januário por ser a nossa casa. Aqui (Maracanã) a gente tem uma energia e um gramado que reúne condições muito melhores e tem uma atmosfera que contempla muito mais vascaínos. Aqui a gente consegue colocar mais que o triplo de pessoas. Quando você junta tudo… E os jogadores foram muito determinantes para aproveitar essa atmosfera. É sempre muito difícil, porque eles gostam muito de jogar lá. E nesse momento, quando você precisa fazer gol, precisa acelerar, acho que o Maracanã reúne condições melhores que São Januário para a gente praticar o nosso jogo.

Falha de Paulo Henrique

– A conversa foi estímulo total. É um jogador que já nos deu muitas alegrias, muitas vitórias. Foi para a Seleção. Tem chance de disputar a Copa do Mundo. Acho que conseguiu reagir muito bem, como tem que reagir um jogador que tem a história que ele tem no Vasco. Tem muita identificação com o torcedor e ficamos muito felizes, porque não é fácil para um jogador em uma semifinal que falha, pode se sentir culpado, ficar para baixo. E teve o apoio de todo mundo também. Isso mostra a grandeza do Paulo Henrique.

Desempenho do Nuno

– Nuno, na minha opinião, fisicamente fez uma das melhores partidas desde que estou aqui. É difícil pegar a avaliação de uma forma fria. “Então ele jogou muito, um ano e meio”. Desde que chegou aqui, hoje ele fez o jogo mais intenso. Eu tirei ele e podia ter deixado mais um pouco porque ele estava aguentando. Tem vários aspectos. O Nuno está reconhecendo novos limites que pode ter. Gostei muito da partida dele, inclusive do lado físico. Chegou na direita, na esquerda, chegou na frente, ajudou a marcar. Ele foi muito bem.

Atuação do Thiago Mendes

– Fazia muito tempo que eu não via o Thiago Mendes jogar. Acompanhei muito no início de carreira no Goiás e São Paulo. Fazia muito tempo que eu não via. Quando ele saiu daqui para França, eu imaginei que o Thiago seria um jogador que ia disputar Copa do Mundo. Sempre gostei muito. Muito vigor físico, muito técnico e ocupa muito espaço no campo. Isso posto, ele ficou quase três temporadas no Catar. Na França, foi para o Lille, para o Lyon, e foi para o Catar. Ficar três anos no Catar com poucos jogos, muito sol, treina muito abaixo, ritmo muito lento.

– Três temporadas no Catar com 33 anos, idade do Philippe, do Tchê Tchê, do Felipe quando voltou você não volta sem pagar uma conta. Ele pagou a conta. Chegou muito destreinado, fora de forma. Inclusive, tinha machucado lá, chegou voltando de lesão. Hoje, quando ganhou condição física, não me surpreende em nada. Jogador acima da média, entende muito da posição. Tem energia física e muito técnico. Jogador grande, dá peso para a equipe. Concordo que fez dois grandes jogos.

Como manter concentração?

– Acho que no jogo de hoje jogamos até melhor do que no jogo passado. A gente não controla resultado. Mas era mais factível ter virado a partida ganhando do que perdendo. Tiveram três defesas muito boas, tivemos muita contundência de chegar de fora da área, cruzamentos perigosos. Acho que o nosso time, nesse tempo que estou aqui, passou por muita coisa. No fundo, todas as coisas acabam cooperando para o bem. Até os momentos de dificuldade, como as cinco derrotas seguidas. Nesse momento, quando você perde, ou você melhora ou você piora, você não fica estável.

– O Vasco soube melhorar nos momentos de dificuldade. Acho que a gente nesse sentido também imitou a torcida. Quanto mais é testada, mais se apaixona, mais mostra dedicação e se declara cada vez mais apaixonada pelo Vasco. O time, no momento que desceu, vacilou, fomos reconhecendo nossos erros, e se juntando e se fechando como time. Dessa forma, chegamos muito fortes para disputar esses jogos contra o Fluminense. Esperamos nessa semana conseguir se unir ainda mais e fazer dois grandes jogos.

Grupo assimilou momento importante?

– Eu acho que todo mundo vive um pouco essas coisas que você disse. Momento importante. O mais importante de tudo é o Vasco estar na final. Os jogadores e a gente, comissão, tudo isso é uma consequência. Tem um pouco mais de peso, mas o peso maior, essas coisas que você citou, da troca de patrocínio, é um agregado para o Vasco. Mas o que todo mundo está muito conectado, junto com a torcida, é a possibilidade do Vasco chegar numa final e ter a chance de trazer essa alegria que a torcida merece. O resto vai vir como consequência. A gente tem que focar muito essa semana, fazer o melhor, buscar o melhor, se superar, todo mundo em todos os sentidos, para a gente conseguir entregar tudo que puder nesses dois jogos para trazer essa alegria para o torcedor.

Veja a entrevista

Entrevista coletiva de Fernando Diniz (Fonte: Vasco TV)

Fonte: Globo Esporte

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