Diniz abre o jogo após Robert Renan bater pênalti no Vasco
Fernando Diniz afirmou que queria trabalhar com Robert Renan, desde quando desperdiçou cobrança pelo Internacional.

Técnico do Vasco, Fernando Diniz comemorou a classificação às semifinais da Copa do Brasil, após vitória nos pênaltis sobre o Botafogo nesta quinta-feira (11). Em entrevista coletiva depois da partida no estádio Nilton Santos, o treinador revelou história curiosa com Robert Renan, autor do gol decisivo durante as penalidades e que desperdiçou cobrança em decisão pelo Internacional.
— Eu tenho muitas coisas para falar dele. Você relembrou o lance do Inter que me marcou muito. Porque quando ele errou aquele pênalti, foi extremamente criticado. Jogador para a idade que tem tentar fazer aquilo, tem um lado positivo que tem muita personalidade. Ele tem mesmo. O que a gente vai trabalhar é essa personalidade não passar do ponto e se colocar no risco desnecessário. Aquele erro, eu vi um lado muito positivo daquilo tudo. Aquele dia eu tive muita vontade de trabalhar com ele, porque eu sabia o que ia acontecer dali para frente, e aconteceu. Garoto jovem, humilde, e o sistema do futebol acaba sendo muito opressor e limitando as chances do Robert Renan sozinho dar a volta por cima — declarou Diniz.
— Aquilo ajudou ele vir para cá. E aquele incidente também ajudou a bater o pênalti. Porque na hora das cobranças, todo mundo tinha treinado. Eu tinha uma lista do primeiro ao 23º. Alguns tinham saído, eu fui escalando assim: os acostumados a bater, batem melhor, Vegetti, Rayan, se o Coutinho estivesse iria bater… Eles falaram que estavam bem para bater e fui colocando. E o Robert Renan foi o único que não tinha falado. Mas ele estava pronto para bater. Eu já tinha quatro, falei: “Robert, você bate o quinto”. E ele: “Está certo”, foi meio intuitiva, não foi algo que pensei muito. Ele merecia esse prêmio para ele, porque certamente sofreu muito no Inter. Aquilo podia atrapalhar muito a carreira dele, mas vai ser um fato gerador de coisas boas, força interior, e já começou a mostrar hoje da maneira que entrou e como converteu o pênalti. Acho que se fosse pensar, seria a melhor pessoa para bater o quinto pênalti, embora tenha sido uma coisa muito mais intuitiva do que pensada — concluiu.
Sobre o resultado contra o Botafogo, Fernando Diniz afirmou que a classificação do Vasco foi “muito justa”. Segundo o treinador, a equipe merecia a vitória desde o jogo de ida, em São Januário.
— Tendo o recorte do que aconteceu nos dois jogos, acho que foi uma classificação muito justa. Jogamos melhor que o Botafogo em São Januário, até o gol não foi uma chance clara. Tivemos chance de vencer lá. Hoje foi mais equilibrado. Jogar aqui é muito difícil porque o campo modifica muito o jogo. Já é mais rápido por natureza e eles encharcam muito o campo para começar o jogo e depois no segundo tempo. Ganha outra dinâmica. O time foi inteligente para tirar a velocidade do jogo, principalmente nos minutos iniciais dos dois tempos. Dos 25 minutos do segundo tempo para frente, estávamos muito mais perto de fazer o gol do que o Botafogo — analisou.
— Mas o importante é que fomos para os pênaltis, coisa que treinamos sempre. Os caras não bateram apenas por casualidade. Sempre treino, minha vida inteira, qualquer adversário. Quando tem a mínima chance de ter a disputa, treinamos pênalti. Todos treinam. Foi uma vitória do trabalho de muita gente. Todos se doaram muito no DM para que o Tchê Tchê pudesse jogar, infelizmente ele se machucou de novo, e para o Paulo Henrique se recuperar. O Puma, que veio direto da seleção, foi muito importante. O Vasco é isso, um trabalho de muitas mãos. Do presidente, que passa por muitas mãos no CT e chega no torcedor, que é muito diferente. Maior patrimônio nosso, muito bom ver a torcida do Vasco feliz e quem mais merece isso são eles — completou.
Fonte: Lance!