Derrotas seguidas do Vasco pós-Mundial desanimam torcedores
Torcida do Vasco da Gama levou um balde d'água fria com os resultados negativos do time após o retorno do Brasileiro.

O futebol brasileiro para a Copa do Mundo de Clubes, bastaram dois jogos em quatro dias para o Vasco voltar a deixar a torcida preocupada em razão dos resultados e das atuações ruins. A equipe já havia perdido o clássico com o Botafogo, no Campeonato Brasileiro, por 2 a 0, e tomou uma goleada de 4 a 0 do Independiente del Valle-EQU, anteontem, pela Copa Sul-Americana.
Além disso, as boas campanhas de Botafogo, Flamengo e Fluminense no Mundial aumentaram a autoestima dos torcedores rivais, pressionando ainda mais o cruz-maltino a também dar alegria aos vascaínos no retorno às competições.
— Não só eu, como também amigos próximos, ficamos esperançosos após o jogo contra o São Paulo, na pausa para o Mundial. Imaginamos que o time fosse conseguir parar e voltar melhor, mas aconteceu o contrário. Você vê uma luz no fim do túnel e ela some — desabafa o vascaíno Antonio Santanna, especialista em finanças, de 25 anos.
A decepção de Santanna foi acompanhada pelo humorista Rafael Ferreira, de 42 anos. Para ele, a equipe já não pode mais ser considerada o patinho feio dos clubes cariocas na Série A.
— Não ficou nem mesmo um sentimento de patinho feio, porque a gente conhece a história — o patinho é um cisne. Não está dando nem para considerar isso no Vasco — comenta Ferreira, que revelou assistir cada vez menos jogos por conta das atuações da equipe. — Tenho 42 anos, então o tipo de time que eu vi, que eu assisti, os jogadores… o Vasco de mais de 15, 20 anos atrás nem se compara.
Santanna ainda confia em um ano sem a sombra do risco de rebaixamento pairando sobre São Januário. Mas, para isso, a equipe precisará consertar a defesa, um setor que se destaca negativamente. Entre os quatro grandes do Rio, o Vasco lidera com folga o número de derrotas por mais de três gols de diferença. Foram oito jogos, contra dois do Botafogo e apenas um de Flamengo e Fluminense entre 2024 e 2025.
Esse histórico negativo pesa nas atuações, segundo o psicólogo esportivo João Cozac, presidente da Associação Paulista de Psicologia do Esporte.
— O estresse contínuo das derrotas ativa o eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal), elevando os níveis de cortisol no organismo. O excesso desse hormônio afeta funções cognitivas superiores, como tomada de decisão, foco e controle emocional, além de gerar fadiga central, que compromete a força física e a intensidade em campo — explica o especialista.
Para sair desse ciclo, é fundamental um trabalho psicológico estruturado, segundo o psicólogo.
— O uso de rotinas pré-competitivas, como visualização mental, respiração consciente e treino de foco, ajuda a estabilizar o estado emocional e preparar o cérebro para a competição. Com intervenções bem direcionadas e uma abordagem interdisciplinar, é possível reverter.
Fonte: O Globo
Elenco fraco com técnico que quer inventar