Deputados questionam punição da Justiça com jogos sem torcida em São Januário

O Vasco da Gama cumpriu os quatro jogos sem torcida, conforme determinado pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por causa da confusão na derrota para o Goiás, mas ainda não sabe quando voltará a jogar em São Januário com sua torcida.

O motivo é que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) questiona se o estádio tem segurança necessária para receber público. Nesta sexta-feira (11), os deputados Dani Monteiro e Tarcisio Mota (PSOL), publicaram nota questionando a proibição e apontou “racismo” e “elitismo”.

Nota na íntegra

Na décima primeira rodada do Campeonato Brasileiro, o Vasco foi derrotado em casa pelo time do Goiás, e a insatisfação da torcida com o time gerou uma grande confusão. Como punição, o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou que o clube jogaria como mandante com os portões de seu histórico estádio fechado por 4 rodadas. No jogo de onde saiu vitorioso no último fim de semana, a punição foi cumprida. Mas a volta do público a São Januário ainda é uma incerteza.

Isso por conta de uma determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que resolveu pela extensão da punição. Mas o que chama a atenção no caso, é o elitismo contido no Ofício encaminhado pelo TJ-RJ, dizendo que o estádio é cercado
pela comunidade da Barreira do Vasco, que são comuns os tiros de ama de fogo no local e que isso geraria insegurança para chegar e sair dos jogos.

No entanto, os milhares de torcedores que frequentam o estádio semanalmente são prova de que o ambiente é seguro. Aliás, o pré-jogo nos arredores de São Januário é um dos mais famosos do país, um ambiente tipicamente carioca, com muita música e
confraternização. Um ambiente frequentado por mulheres e até Crianças.

Na mesma rodada em que o Vasco foi punido, houve também a punição para o Santos, que teve sua torcida impedida de frequentar a Vila Belmiro em decorrência de uma confusão após a derrota para o Corinthians. Porém, após cumprida a punição, já
está prevista a volta da normalidade na Vila Belmiro, diferentemente do caso do time carioca.

Não há como não achar que a decisão do TJ – RJ tenha cunho racista, e esteja além de punindo a Instituição Vasco, esteja punindo a “cultura de favelado” que o cerca, enquanto um verdadeiro time do povo. Para além de tudo, as consequências de tal punição já estão sendo sentidas no bolso e na mesa de tantos trabalhadores e
trabalhadoras da barreira do Vasco que têm em dias de jogos a garantia do seu ganha pão.

O elitismo e o preconceito não podem ser direcionadores de determinações judiciais. A torcida do Vasco tem que ter seu direito de frequentar os jogos retomados. E a festa na Barreira não pode parar!

Maracanã

Já que não pode jogar na Colina Histórica por enquanto, e com o aniversário de 125 anos chegando, o Cruzmaltino está tentando levar o próximo jogo como mandante no Campeonato Brasileiro, contra o Atlético-MG, pela 20ª rodada, para o Maracanã. Foi feita a solicitação e o Vasco aguarda a resposta.