Decisivo! Rayan comanda virada do Vasco contra o Fluminense
Destaque do Vasco da Gama, Rayan marca um gol, participa do segundo e é um dos protagonistas contra o Fluminense.

Precisamos falar de Ryan, garoto de 19 anos que mudou a história do clássico. Entrou em campo com a leveza de quem parece não sentir o peso de um Vasco e Fluminense. Talvez por isso a bola goste tanto dele. Até que no primeiro tempo meio tímida. Entretanto, certeira. E foi num desses diálogos silenciosos que o improvável começou a ganhar forma.
O Flu saiu à frente, mas o menino não desistiu. Quando a bola chegou em seus pés, não pensou duas vezes. Fez o simples, mas fez bonito: ajeitou, respirou e mandou para a rede com a autoridade de quem já entendeu que alguns momentos não esperam. Gol. O Vasco reacendeu. A torcida, que vinha aflita, ensaiou o grito que estava preso desde a primeira dificuldade da partida.
Mas o destino desse roteirista carioca não queria apenas um gol. Queria drama. Queria lembrança. Queria virar história.
O relógio corria como inimigo, e o Fluminense tentava congelar o placar, depois da queda de rendimento na etapa complementar. Foi então que Ryan, mais uma vez, decidiu aparecer. Arrancou, protegeu, acreditou, passou por quatro. E quando o adversário não encontrou alternativa além do choque, veio a falta. Uma falta pesada, clara, quase um aviso de que algo grande estava prestes a acontecer.
Daquela queda, dos segundos de silêncio, nasceu o lance que mudaria tudo. A cobrança rápida culminou no gol. O da virada. Gol nos acréscimos. Gol para bagunçar a lógica, derrubar previsões e fazer pulsar o coração do vascaíno.
Na súmula, nada disso aparece. Lá só está escrito que Ryan fez um gol e sofreu a falta do outro. Seco. Gelado. Sem poesia.
Mas a quinta-feira viu muito mais. Viu o menino virar protagonista. Viu a torcida explodir como quem reencontra a esperança perdida. Viu um clássico se reinventar nos últimos instantes, num daqueles finais que parecem escritos para cinema. Ainda em aberto, mas com a vantagem do empate na volta.
E enquanto o apito final ecoava, dava para sentir no sorriso dos vascaínos, que Ryan acabara de escrever um grande capítulo com a camisa cruz-maltina. Ele que é cria.
Porque algumas viradas a gente não comemora apenas. A gente guarda. A gente repete. A gente revive, como foi no Brasileiro no próprio Maracanã.
E essa quinta-feira… ah, aquela quinta-feira está guardada, né Ryan?
Fonte: UOL