Críticas ao técnico e ameaça de adeus fizeram de Felipe titular

Sair de um clássico com o Flamengo ovacionado por ter marcado dois gols é algo que envaidece qualquer jogador. Na tarde deste domingo, quem sentiu este gostinho foi Felipe. O meia do Vasco foi fundamental na vitória de 3 a 2 sobre o rival rubro-negro – resultado que assegura o time na final da Taça Rio, domingo, contra o Botafogo. Mas foi suado para o camisa 6 provar a sensação de ser titular. Reserva desde o fim de 2011, foi preciso esbravejar e ameaçar abandonar o clube para recuperar a posição no time.

Com a chegada de Juninho Pernambucano , Ricardo Gomes e Cristóvão Borges implementaram uma espécie de rodízio entre os experientes jogadores. Sendo que a acorda arrebentou para o lado de Felipe. Juninho acabou sendo efetivado no meio-campo. Os treinadores alegavam que a idade avançada de ambos poderia interferir no ritmo da equipe. Tanto que Felipe nem se importou em atuar novamente como lateral-esquerdo, sua posição de origem, depois que Márcio Careca foi barrado no fim no ano passado – Ramon foi negociado com o Corinthians.

Até que, na partida contra o Alianza Lima, do Peru , em São Januário, pela Copa Libertadores , Felipe se rebelou . O meia entrara no segundo tempo da partida e mudou a cara do jogo. Assediado, não poupou o técnico Cristóvão Borges, ameaçando, inclusive, deixar o clube.

“Hoje em dia preferem jogador que corre do que tem qualidade, eu penduro minha chuteira ou volto para o Qatar. Se as pessoas acharem que não estou colaborando, penduro minha chuteira ou volto para jogar meu futebolzinho lá”, disse, à época, o meia vascaíno, completando:

“Procuro sempre colaborar, dentro da minha maneira, 15 ou 20 minutos. Particularmente, isso de Juninho e Felipe não poderem jogar juntos é meio complicado. No dia que jogador de qualidade não puder jogar, eu paro”.

Desde então, o Vasco fez 12 jogos (um deles, a festa de despedida para Edmundo). Felipe só não entrou em campo em três oportunidades – sempre poupado, nunca mais barrado. No começo, ele e Juninho passaram a atuar juntos. Nas últimas partidas, no entanto, tem sido o Reizinho o preterido.

Domingo, Felipe fez algo raro em sua carreira: marcar dois gols em um mesmo jogo. O primeiro, da entrada da área, contou a precisão da perna esquerda. A bola ainda tocou na trade antes de entrar. No segundo, aproveitou que Alecsandro não cobra mais pênalti, e bateu com categoria a cobrança da falta cometida sobre o atacante na área. Mesmo com status de herói, preferiu dividir o mérito com os companheiros.

“O Vasco hoje é uma família muito unida, todos nós somos importantes. Hoje eu fui o mais importante, mas na próxima partida, com certeza, será outro. Enfim, acho que está todo mundo de parabéns. O importante é o craque do time ser o grupo”, destacou o meia.

ig