Corinthians se inspira no hino para repetir feito histórico contra o V

Nesta quarta-feira, diante do Vasco, o Corinthians tenta honrar parte de sua gloriosa história, escrita em 1930, e que originou o principal verso da canção mais popular do clube.

“Salve o Corinthians, o campeão dos campeões…”. O hino corintiano é de conhecimento de todo torcedor, mas poucos realmente conhecem a origem dele.

Nesta quarta-feira, diante do Vasco, às 22h, no Pacaembu, pelas quartas de final da Copa Libertadores, o Corinthians tenta honrar parte de sua gloriosa história, escrita em 1930, e que originou o principal verso da canção mais popular do clube.

Bicampeão paulista (1928/29), o “Corinthians grande” foi convidado pela Associação Paulista de Esportes Atléticos para disputar a Taça Apea com o Vasco, campeão carioca de 1929. Em jogo, estava o título de “Campeão dos campeões” do Brasil, em duelo de melhor de três jogos.

A primeira partida foi realizada em 16 de fevereiro de 1930, no Parque São Jorge. Sob pedradas da torcida, o goleiro vascaíno Waldemar acabou batido por Filó (duas vezes), De Maria e Gambinha. E nem a violência do time vascaíno, citada nos jornais da época, foi capaz de parar o Timão. Com a vitória por 4 a 2, o “Sempre Altaneiro” levou a vantagem para o Rio.

Apesar da pressão dos torcedores cariocas, que lotaram São Januário, no dia 23 do mesmo mês, o jogo de volta foi marcado pela superação corintiana. Após sair perdendo por 2 a 0, a equipe das “Tradições e glórias mil”, desfalcada de Grané e Apparício, recuperou-se na etapa final, virou para 3 a 2 e conquistou o primeiro título interestadual do clube.

No início da década de 50, passados mais de 20 anos da primeira grande conquista em cima dos vascaínos, o compositor Lauro D’Avila revirou o passado e escreveu o hino “Campeão dos campeões”, que caiu no gosto da torcida depois do título do IV Centenário de São Paulo, em 1954.

Se o “trio mais perfeito do Brasil”, formado pelo goleiro Tuffy e pelos defensores Del Debbio e Grané, comandou o “Clube mais brasileiro” em 1930, agora, em 2012, a esperança dos mais de 30 milhões de corintianos apaixonados pelo “esporte bretão” estão depositadas, principalmente, na dupla Ralf e Paulinho.

Histórias do título

Desabafo anônimo
Após a derrota por 4 a 2 na primeira partida, em São Paulo, um jogador vascaíno (não identificado) enviou um telegrama para o jornal “Crítica”, do Rio de Janeiro, explicando os motivos do tropeço: “A vitória do Corinthians não foi a vitória do mais forte. O maior adversário do Vasco foi o azar (…) A derrota do Vasco não me convenceu, tanto que nem penso em outra derrota, no domingo, em nosso campo. Afirmo, com certeza, que os paulistas vão conhecer o amargo gosto da derrota”

Pedradas
De acordo com publicações de jornais cariocas, o goleiro vascaíno Waldemar foi alvo de pedradas por parte da torcida do Timão no Parque São Jorge.

Ídolo machucado
Um dos principais jogadores do Corinthians na época, Grané foi vetado do segundo jogo contra o Vasco por causa de uma lesão no calcanhar do pé direito. Apesar do corte, ele viajou com o elenco e acompanhou o jogo das tribunas de São Januário.

Trio temido
O goleiro Tuffy e os defensores Del Debbio e Grané eram chamados de “O trio mais perfeito do Brasil” pelos jornais paulistas. Outros diários os chamavam de “Os três mosqueteiros”.

Sessão de cinema
No dia anterior ao segundo jogo contra o Vasco, no Rio de Janeiro, a Empresa Brasileira de Cinema pediu ao Corinthians para exibir a fita do primeiro jogo contra o Vasco no Cine Rosário, famoso local da época.

Com a palavra – Jeanette Marchi (Neta do ex-defensor Grané)

“É com enorme prazer que eu acompanho o atual time do Corinthians viver a expectativa de repetir, mesmo que de forma símbólica, o feito que meu avô Grané ajudou a construir contra o Vasco da Gama em 1930.

Com Tuffy, Del Debbio e Grané, aquele time do Corinthians conquistou diversos títulos e jamais será esquecido pelo torcedor. Tomara que Paulinho & Cia. possam entrar para história passando por cima do Vasco e, em seguida, vencendo a Libertadores”

Bate-Bola – Paulinho

‘Não sei qual termo darão para o nosso time, em caso de título da Libertadores’

LANCENET!: Você e Ralf são os destaques do time. Acreditam que podem ser os pilares do título da Libertadores?
Paulinho: Se somos ou não os pilares, deixamos isso a critério da torcida. Nós sabemos da importância que temos e, com certeza, formamos uma dupla muito boa. Somos amigos dentro e fora de campo, isso tudo facilita no entrosamento.

LNET!: A dupla Ralf e Paulinho poderá ser considerada a maior do clube com um título da Libertadores?
P: Trabalhamos para isso. Queremos esse título inédito para ficarmos marcados na história do clube. Daqui um tempo, vai ser muito legal e gratificante ver um torcedor dizer que eu e Ralf formamos a maior dupla de volantes.

LNET!: Como você lida com a responsabilidade de se tornar um grande “campeão dos campeões”?
P: É uma satisfação enorme jogar no clube cujo o hino carrega esse termo. Também quero fazer a minha história. Nós ainda não temos noção da dimensão do título da Libertadores pelo Corinthians. Talvez, só na hora, ou até mesmo dias depois, para analisarmos. Se aquele time se tornou o “Campeão dos Campeões”, não sei qual o termo vão encontrar para o time de hoje.

lancenet

Comente

Veja também
Gabriel Pec revela desejo de voltar ao Vasco

Atacante revelado no Vasco da Gama, Gabriel Pec tem sido um dos destaques do LA Galaxy, dos Estados Unidos.

Vasco tinha confiança em reverter datas das semis da Copa do Brasil

Decisão do STJD na última sexta-feira (11) manteve os jogos no fim de semana e frustrou os planos do Vasco da Gama.

Vaso não vence o São Paulo no Morumbi há 12 anos

Próximo adversário do Vasco da Gama no Brasileiro, São Paulo mantém tabu de mais de uma década contra o Cruzmaltino no Morumbi.

Desfalques no ataque do Vasco fazem Rafael Paiva buscar soluções no elenco 

Técnico do Vasco da Gama, Rafael Paiva quebra a cabeça para definir o setor ofensivo da equipe após baixas por lesões.

Carrasco de rivais, Léo Jacó cumpre profecia em título do Vasco sobre o Flamengo

Herói do título do Vasco da Gama contra o Flamengo, pelo Carioca Sub-20, o atacante Léo Jacó marcou o gol que garantiu a conquista.

Sair da versão mobile