Parecer de empresa que cuida do gramado reforça veto ao jogo do Vasco no Maracanã

Gestão do Maracanã, administrado por Flamengo e Fluminense, impediu que o Vasco da Gama disputasse o jogo contra o Sport no estádio.

Bandeirinha do Vasco no Maracanã
Bandeirinha do Vasco no Maracanã (Foto: André Durão)

O atrito entre Vasco e dupla Fla-Flu, que administra o Maracanã, teve novo capítulo nesta quarta-feira. O cruz-maltino teve negado o pedido para mandar a partida contra o Sport, dia 3, no estádio. O jogo está inicialmente marcado para São Januário e o Vasco gostaria de transferir o local do duelo.

O consórcio se recusou a alugar o Maracanã para o Vasco com a alegação de que o intervalo de 24 horas entre duas partidas no estádio (o Fluminense atuará contra o Corinthians no Maracanã dia 2) impossibilita que o gramado receba a manutenção devida.

De acordo com a empresa, após a realização de duas partidas no Maracanã, dias 11 e 12 de junho, jogos que tiveram Fluminense e Vasco como mandante, respectivamente, o gramado do estádio apresentou desgaste excessivo, comprometendo a qualidade do campo de jogo.

O Complexo Maracanã anexou ainda à resposta enviada ao Vasco um parecer da empresa Greenleaf, responsável pela manutenção do gramado do estádio, no qual ela recomenda o não aumento no número de jogos realizados no Maracanã, com dois agravantes, o pequeno intervalo entre as partidas e o período de inverno, como obstáculos para a preservação do campo.

“Principalmente no período outono/inverno, torna-se necessário manter intervalo mínimo entre jogos, visto que a grama entra num estado de quase dormência, com seu crescimento praticamente paralisado devido às baixas temperaturas. Além disso, temos na parte oeste e norte pouca quantidade de luz natural e mesmo utilizando o suporte de luz artificial não se consegue suprir a luminosidade necessária”, afirma a Greenleaf em um dos trechos enviados ao Vasco.

Além disso, afirmou que o calendário do consórcio para o estádio em julho conta com a realização de no máximo dez partidas no Maracanã, com a dupla Flamengo e Fluminense ocupando todas as datas, caso avancem na Copa do Brasil.

Segundo a nota assinada pelo CEO do Complexo Maracanã, Severiano Braga, o Vasco deveria ter feito o pedido de aluguel do Maracanã com antecedência superior em relação à data prevista para acontecer a partida, na tentativa de encaixar a demanda do Vasco com as de Flamengo e Fluminense para o mesmo período.

O clube tomou conhecimento da negativa na noite de terça-feira, depois de fazer o pedido para alugar o estádio cerca de uma semana atrás. Nesta quarta-feira, entrou com pedido de reconsideração ao Complexo Maracanã, rebatendo os argumentos dados pela empresa.

– O Vasco da Gama recebeu com surpresa e estupefação o veto à realização de nossa partida contra o Sport no Maracanã. Os argumentos utilizados são pueris e fazem parecer que há de fato um desejo do Consórcio de afastar o Vasco e sua torcida de um bem público que ajudamos a construir. Esperamos que o bom senso possa prevalecer e o conceito óbvio que todos os grandes clubes do Rio devem ter o mesmo tratamento no Maracanã seja de fato cumprido – pontuou o vice-presidente Carlos Roberto Osório.

Em comunicado nesta quarta-feira, o Vasco afirmou:

“Essa ‘regra’ (do impedimento de receber partidas com intervalo de 24 horas) aparentemente só foi criada para justificar a negativa para a realização da partida do Vasco da Gama contra o Sport no Maracanã. Em breve levantamento feito pelo clube, constatou-se que o fato é recorrente no Maracanã, principalmente em jogos envolvendo o CR Flamengo ou o Fluminense FC, inclusive na atual temporada do Campeonato Brasileiro. Em um período de 11 a 17 de outubro do ano 2020 chegaram a acontecer quatro jogos em apenas sete dias. Essa justificativa não pode ser aceita como razoável. O cerceamento do direito do Vasco da Gama de atuar no Maracanã configura, mais uma vez, a falta de igualdade de condições para utilização do estádio pelos grandes clubes do Rio de Janeiro, o que fere diretamente o disposto no termo precário de permissão de uso firmado com o Governo do Estado.

Em outra justificativa infundada para recusar o jogo do Vasco, o Consórcio declara que “já havia um cronograma de jogos no estádio do Maracanã no mês de julho de 2022, que prevê a realização de, no mínimo 08 (oito) partidas de futebol no referido mês, podendo chegar a 10 (dez) partidas, dependendo do desempenho de CR Flamengo e Fluminense FC na Copa do Brasil”. A verdade é que, pelo atual calendário oficial da CBF e Conmebol, se CR Flamengo e Fluminense FC de fato avançarem na Copa do Brasil, o número máximo de jogos no mês de julho no Maracanã somente chegaria a 9 (nove) partidas. Dessa forma não haveria nenhum impedimento para a realização da partida CR Vasco da Gama x Sport Clube do Recife no dia 3/7/2002, que seria a 10ª partida prevista pelo Consórcio para o mês de julho.

Em sua resposta negativa o Consórcio também alega que o Vasco solicitou a disponibilidade do estádio muito próxima da data do jogo, o que não é verídico já que a consulta foi feita com 18 dias de antecedência, no dia 15 de Junho.

Levando em consideração a importância do jogo (segundo contra o quinto colocado da série B, em disputa direta pelo acesso a Série A), no sucesso de público que foi o jogo Vasco x Cruzeiro (inclusive com caravanas e excursões de torcedores vindas de todas as regiões do país), movimentando a economia, gerando receita e renda para empreendedores individuais e para o Estado, o Vasco da Gama repudia a tentativa de impedir que um maior número de seus torcedores possam acompanhar o clube com a utilização de um equipamento público que capacidade três vezes maior que o estádio de São Januário e fica no aguardo de nova manifestação do Consórcio Maracanã”.

Fonte: O Globo

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1 comentário
  • Responder

    Estão com medo sabe que vamos quebrar o recorde de público pra nós sempre foi assim a final somos a resistência contra tudo e contra todos não querem somos o clube dois negros sempre será difícil

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