Conheça a ‘Vasconha’, movimento que faz sucesso em São Januário em dias de jogos

Trata-se de uma união de amigos torcedores do Vasco da Gama que viralizou recentemente, contando até com o apoio do influenciador Casimiro.

Bandeira da Vasconha
Bandeira da Vasconha

Você já deve ter ouvido, principalmente na arquibancada de São Januário, um canto específico ecoar com força ao final dos jogos que o Vasco está vencendo. Este canto diz ”Vasconha, Vasconha, Vasconha! Sem maconha o Vasco não ganha!”. A palavra que inicia a música fez a cabeça até de personalidades como o influenciador digital Casimiro. Mas de onde surgiu? Como começou? Quem são? Contamos abaixo.

Para começar, não: a Vasconha não é uma torcida organizada. E também não: não há um movimento organizado que bola o melhor momento e puxa o grito na Colina Histórica. O que existe é um grupo de precisos 20 amigos que se identificam desta forma, se reúne num ponto específico do estádio cruz-maltino em dias de jogos e, mais recentemente, viram o canto tomar grandes proporções. E cada vez mais descentralizado. Independente deles.

No Whatsapp, eles são o ”QG Vasconha”. Mas bem antes do aplicativo, a internet ainda engatinhava no Brasil quando, num setor de São Januário antes conhecido como varanda, algumas pessoas diziam:

– Se não acender, não vai ganhar, não vai sair o gol. Acende que é vitória – era dito a cada jogo. Quase que por superstição.

Era final dos anos 1990, início dos anos 2000. A frase foi virando canto, e também no Maracanã, um ponto específico da arquibancada foi sendo escolhido como o local preferido do grupo. Na Colina, eles passaram para outro setor. E as pessoas foram entrando e saindo deste círculo de amizade naturalmente. Hoje, ainda há integrantes do grupo, digamos, original. Mas o canto pós-jogos é iniciado por muitos mais que aqueles 20.

O boné que veste cabeças famosas dos tempos atuais foi patenteado em setembro de 2017 e, então, comercializado. Mais recentemente, o número de pedidos aumentou exponencialmente, então uma nova remessa – também de camisas – foi encomendada. Antes de Casimiro aparecer em live com um eram dez entregas por mês, em média. Hoje, são cerca de 400. Confeccionados em rateio dos integrantes, que já fizeram até ações sociais com o valor arrecadado. Cada unidade é vendida a R$ 70.

Já o canto é iniciado por qualquer pessoa, quase sempre de fora do QG. Mas mesmo no Quartel General – acredite – basta ser vascaíno para participar dos eventos.

– É real. Pelo menos 25% da rapaziada não fuma. Para fazer parte da rapaziada não precisa fumar, isso não existe. Se o cara for vascaíno e sangue bom, ele vai estar ali com a gente – garante, ao LANCE!, Vinícius Santos, conhecido como Cabeça.

Os amigos têm poucos adereços. Além do boné, poucas faixas e bandeiras, mas uma talvez esteja no seu imaginário. Ela ganhou a internet em 2015, quando Pepe Mujica esteve no Rio de Janeiro. O histórico político à época era senador, mas pouco antes fora o presidente do Uruguai que liderou a legalização da maconha no pais vizinho – a legalização é pauta do grupo. Mas nenhuma dessas peças costuma aparecer nas partidas do Vasco.

– Como não somos torcida organizada, não temos autorização do Bepe (Batalhão Especializado em Policiamento de Estádios) para entrar com materiais nos estádios. Não queremos isso, até porque, sinceramente, não me imagino chegando numa reunião com o 6º Batalhão da Polícia Militar (Tijuca) com um boné da Vasconha. Complicado (risos) – explicou Vinícius, antes de ponderar:

– Embora a galera da Rasta vá. São uma torcida organizada. Nós não nos entendemos como torcida organizada, por isso preferimos não ter hierarquia, presidente, líder… decidimos tudo democraticamente. Sempre numa boa, conversando. Não que todo mundo vá concordar com aquilo, mas se for uma maioria acabamos aplicando. Isso valeu, por exemplo, para a criação do boné – explicou.

O uso recreativo da maconha é um tabu no Brasil. A pena para quem é flagrado fumando, atualmente, é de advertência, prestação de serviços à comunidade ou medidas educativas. O julgamento da descriminalização do uso pessoal no Supremo Tribunal Federal (STF) foi iniciado em 2015 e já esteve para ser retomado por duas vezes em 2019. O placar está 3 a 0 em favor da descriminalização, e o próximo voto é do ministro Alexandre de Moraes. Ainda não há data definida para o julgamento prosseguir.

Já a comercialização é lida pela constituição como a de qualquer substância ilícita: tráfico, logo proibida e com pena mais pesada.

A Vasconha é um grupo de poucos, mas é também um canto de todos que quiserem. O ”QG” faz questão de não se tornar torcida organizada.

– Somos uma ideia. Entendemos que qualquer pessoa a favor da ideia pode ser ”Vasconha”. Não temos carteirinha. É muito democrático. Um vascaíno no Nordeste pode usar nosso boné e nos representar – concluiu.

Fonte: Lance!

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18 comentários
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    Deus me livre em usar Boné q faz apologia às drogas, ainda mais compactuar com o Vasco time do meu coração cm essa baixaria q é essa torcida, essa torcida toda vez q tivesse jogo do Vasco eles deveriam ficar presos…pra não fazer o clube passar vergonha..

  • Responder

    ” Logo agora q o gigante da colina começou a mostrar o poder da sua volta p/ onde realmente é o seu lugar ”
    Então não queiram envolver o clube nisso pq as sansões estão aí p/ punir, principalmente o Vasco… q qdo se fala em injustiça no futebol, o Vasco é o 1° da lista…!!!

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    Veja a história do Vasco, suas ideologias e o que o Vasco defendeu ao longo dos anos, eu como um vascaíno raiz não compactou nem me associaria a nada que denegrise a imagem do Vasco, e a maconha faz isso não só com o Vasco mas com a imagem do ser humano!!!!

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    Nasci em Vasconha e tenho honra nesse fato, favor não relacionar com a herva, da qual não faço uso nem recomendo.
    Vasconha é junto de Queirã e pertence a freguesia de Vouzela.

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    Vergonha para imprensa querer embarcar na maconha, heim?
    Maconha destrói a vida de várias famílias. Não é por isso que o Vasco vai bem.

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    Sou contra, só serve para denegrir a imagem do meu Vasco.
    Trabalhar é para os fortes
    Usar maconha é para oa fracos e derrotados.

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    O pior é que tenho familiares nascidas em Vasconha, Viseu, Portugal, e essa matéria é noinimo ridícula.

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    O vasco não depende de uma erva para alcançar os seus objetivos!!! Nem a torcida deste tipo de apologia, para ser diferenciada. Onde os nossos filhos se encaixam nisso?!! Vergonhosa a mídia dando ibope para este tipo de conteúdo!

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    Muito triste é saber de um movimento em favor de algo que não corresponde à história do Vasco.
    O nosso clube está muito acima dessas idiotices.
    Ridículo.

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    Reportagem ridícula!!! Não tem o que fazer , é por isso , que merda em .

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    Patético.

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    Não queiram impor aos que não apoiam essa sandice Da liberação do uso dessa droga, não estou falando do uso medicinal da cannabis, mas sim do tal “uso Recreativo”, que Vicia e, consequentemente, na grande maioria dos usuários partem para drogas mais pesadas. Maconha é droga, por isso defendam essa maldita bandeira de vocês sem usar o Clube de Regatas Vasco da Gama e sua honrada, maravilhosa e abençoada torcida para esse fim infame.

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    Não achei isso interessante! E a propósito; Onde se compra o tal fumo? Têm toda uma questão, onde às pessoas parecem não perceber à origem.

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    Péssima reportagem,só serve para DENEGRIR a imagem do clube,também não apoio liberação de drogas.
    Somos Família.

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    Lamento profundamente a associação do nome do nosso Vasco da Gama a esse tipo de conduta que tanto mal faz a qualquer pessoa.

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    Vasco sempre a frente, maconha é uma planta, não posso discriminar oq Deus criou. Apesar de não fumar sou totalmente a favor da legalização.

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    VERGONHA. NÃO APOIEM. O VASCO NÃO É LUGAR PARA DISSEMINAR ESTE TIPO DE ABSURDO. A INSTITUIÇÃO E CONSERVADORA E FAMILIAR

    • Sou contra. Não sou a favor e outra coisa pode denegrir a imagem do vasco.

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