Confira os pontos abordados por Duque Estrada e Osório sobre a proposta da 777

Vice-presidentes do Vasco defendem a proposta da 777 Partners para a compra da SAF do Clube, prometendo resultado imediato no futebol.

Duque Estrada e Osório no estúdio da Vasco TV
Duque Estrada e Osório no estúdio da Vasco TV

Roberto Duque Estrada e Carlos Roberto Osório, vice-presidentes do Vasco, concederam entrevista coletiva nesta sexta-feira para defender o contrato assinado entre clube e a 777 Partners, referente à venda de 70% dos ativos da Sociedade Anônima de Futebol.

A diretoria tenta convencer os associados a confirmar o negócio em Assembleia Geral Extraordinária, que ainda será marcada. Eles novamente prometeram investimento imediato no futebol, com a obtenção de resultados já nos primeiros três anos de contrato, quando os americanos serão obrigados a investir R$ 700 milhões nos cofres da SAF.

Confira os principais tópicos abordados

Investimento no futebol: “Hoje, temos o clube e a 777. Essas duas entidades vão se reunir e criar uma nova entidade, a SAF. O Vasco contribui para a SAF com os ativos e os passivos relacionados ao futebol. Já a 777 Partners aporta R$ 700 milhões, R$ 70 milhões já foram transferidos, como empréstimo. A partir do dia 1 da SAF, serão mais três aportes, após 12, 24 e 36 meses, com os valores corrigidos pela inflação.

O primeiro objetivo que temos com esse investimento é voltar a disputar títulos. Por que o Vasco está fazendo o movimento de criar a SAF? Não tem dinheiro suficiente para fazer o aporte no elenco para conquistar títulos”.

Exemplos de Palmeiras e Atlético-MG: “Queremos entrar num círculo virtuoso. Vou usar o exemplo do Palmeiras e Atlético-MG. Como esses times fizeram? Tiveram mecenas/patrocinadores que injetaram dinheiro e a roda começou a girar. O Vasco terá a SAF para esse círculo. Qual é a vantagem do Vasco? O clube não está sujeito ao humor das pessoas. Temos um contrato que estará em vigor, com obrigações das partes”.

Investimento após os três primeiros anos: “Na primeira fase, os investimentos estão muito claros no futebol, nesses três anos. O objetivo dessa fase inicial, com muita clareza, é romper o ciclo vicioso no futebol, com investimento no futebol, até atingir uma estabilidade e perenidade de desempenho. A partir de 2027, começamos a ver o futuro para sempre. Temos métricas bastante claras. Temos campeonatos a nível nacional, internacional, para o Vasco seguir seu curso. E o investidor tirar seu dividendo. Eles estão olhando o Vasco como uma fonte de recursos no futuro. Precisamos estar no patamar dos top-5 do Brasil. Queremos que uma parte da receita seja investida na qualidade do elenco. Mas se a 777 for extremamente eficiente, nenhum problema, conseguir os resultados que queremos com menos. O que o Vasco quer é conquistar títulos. Tomara que sejamos o mais eficiente possível. O resultado da parceria é bom também para a 777. O que nos interessa é título”.

Transição em caso de venda aprovada: “Na versão original da proposta, tinha a dúvida se a CBF autorizaria a transferência dos ativos do clube para a SAF antes do final da temporada. Tanto que falávamos em dois aportes, de ativos do Vasco. O futebol teria uma gestão compartilhada. Mas a CBF atendeu a demanda do Vasco e de outros clubes e liberou a transferência desses registros no curso do campeonato. O Vasco vai aportar seus ativos de uma só vez. Deve levar uma semana. Já a 777 fará um aporte inicial e, depois, mais três parcelas.

Vamos continuar trabalhando com todos os profissionais integrados. Ao longo do segundo semestre, a SAF vai definindo com quem ficará. Já no futebol, a transição será imediata. Fora do futebol, os profissionais migram gradativamente. Imaginamos que no fim, teremos bem definido quem é SAF, quem é clube”.

Comissão e transparência: “Como funciona a comissão? Temos uma sala. Cada membro da comissão tem uma cópia do contrato. Está tudo guardado, ele senta na sala da comissão e checa o contrato. Como são muitos contratos, separamos em três grupos. Um contrato é de licenciamento. Um contrato é do uso de São Januário. Tem o contrato de CTs, como a SAF faz o uso dos CTs, e o do investimento. O prazo da comissão é de 15 dias, prorrogáveis por mais dez. Tenho três relatores, vendo o acordo de investimento, tem o acordo de acionistas, e tenho o grupo do contrato da marca, CTs, e São Januário, eu já produzi uma parte. É uma consolidação do trabalho. O nosso esforço é que ao longo da próxima semana, tenhamos tudo pronto. Vai ser um relatório extenso.

A comissão é representativa de vários membros do conselho deliberativo. Estamos lidando com parceiro que tem questões estratégicas, por isso a confidencialidade. Ela mostrou que investe em diversos clubes de futebol, eles contrataram uma série de gestores, tem questão ali o que não interessa ao torcedor, e não podemos revelar questões que a 777 impôs confidencialidade. O detalhamento é a transparência. No trabalho da comissão, mostraremos que investimentos que serão feitos. Se não forem feitos, caso a 777 não cumpra, o que acontece. Tudo isso estará apresentado no relatório. Mas tem questões estratégicas que não dependem de nós”.

Receita do clube pós-SAF: “Não posso dizer quanto do aluguel de São Januário e dos royalties representará percentualmente do total da receita do clube, mas o que temos é um valor fixo de aluguel anual, de São Januário, isso somado à retirada do ônus do estádio. E o segundo são os royalties, com um valor fixo e outro percentual, dependendo da venda dos produtos licenciados. Também teremos a receita do nosso sócio estatutário. Não podemos ver esse sócio apenas como a pessoa que quer ingresso. Acreditamos na identidade do vascaíno, sua ligação com o clube. O sócio do Vasco, para poder votar, eleger o presidente, o seu representante dentro do conselho de administração da SAF, terá de seguir sócio estatutário. É importante que o sócio saiba da importância da sua manutenção como sócio estatutário do Vasco.

Projeta-se receita anuais do clube na ordem de R$ 10 milhões, depois da SAF. R$ 6 milhões virão de sócios estatutários. As demais arrecadações, ligadas à SAF, aproximadamente R$ 3,5 milhões. Tivemos melhorias na negociação, um grande avanço. Na área de licenciamento, tudo que é licenciamento, o que pertence ao futebol, é da SAF, o que é ligado aos esportes olímpicos, é do clube. O negócio mudou. Discutimos isso e avançamos no conceito. O Vasco vai participar com percentual do total de produtos licenciados, incluindo os do futebol. Serão 65% das receitas com sócios estatutários, o restante vindo da SAF”.

São Januário: “O Vasco não abre mão da propriedade de São Januário. Fazemos questão do complexo de Sâo Januário. Alguns investidores não entenderam, se você investe no clube, quer ter o estádio. Você quer o direito à arena. No contrato com a 777, São Januário segue com a propriedade. Uma reforma pode acontecer de três maneiras. Uma, o Vasco bancando a reforma. Neste caso, já temos previsto uma mudança dos termos contratuais do aluguel. Se está maior, vai render mais ao Vasco. Outra é terceiros investirem. A terceira é, se a SAF resolver fazer o investimento, se forem fazer esse investimento, colocarão dinheiro adicional no clube e gostariam de discutir a propriedade do estádio do Vasco. Se esse tema voltar, se tem interesse ou não de levar à frente o projeto, o sócio é quem decidirá. Hoje, está na mesa a locação de São Januário.

Pagamento de dívida: “Essa questão é um dos pilares do negócio. É para resolver o problema crônico do passivo do Vasco, que é um passivo com diversas naturezas. Quem assume a divida toda é a SAF. Todas as dívidas apresentadas pelo Vasco em balanço em um devido corte de tempo. As dívidas parceladas no Regime Centralizado de Execuções, ela vai pagar com o tempo previsto, imaginamos. As demais dívidas, a SAF vai honrar. É natural que ela busque renegociar essas dívidas. O clube vai sair zerado. O que existe é o pagamento da dívida, de até R$ 700 milhões”.

Fonte: Extra

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