Confira os fatores que levaram Rafael Paiva a ser demitido

Rafael Paiva foi dispensado do comando técnico do Vasco da Gama após a quarta derrota seguida do Cruzmaltino no Campeonato Brasileiro.

Rafael Paiva em Vasco x Athletico-PR
Rafael Paiva em Vasco x Athletico-PR (Foto: André Durão)

Demitido neste domingo, no ato contínuo à derrota por 3 a 1 para o Corinthians na Neo Química Arena, Rafael Paiva perdeu o vestiário do Vasco e provocou irritação da diretoria e de jogadores por algumas escolhas recentes – entre elas, a insistência pela escalação de Galdames.

O prestígio adquirido pelo técnico de 40 anos pelo bom início de trabalho no comando do Vasco, com classificação para a semifinal da Copa do Brasil e reação no Brasileirão, caiu em declínio nas últimas semanas. O time vem de uma sequência de quatro derrotas na competição: para Botafogo, Fortaleza, Internacional e Corinthians.

Antes da má fase, o discurso era de que a possibilidade de permanência de Rafael Paiva seria discutida depois do Brasileirão. Depois, a chance foi descartada, mas ainda havia o desejo de mantê-lo até o final do Brasileirão – o presidente Pedrinho era o principal defensor dessa hipótese. Mas a forma como o time foi derrotado em São Paulo, em especial a atuação no primeiro tempo, colocou um fim ao trabalho de Paiva.

Na Neo Química Arena, o Vasco foi atropelado pelo Corinthians nos primeiros 23 minutos de jogo, tempo que os donos da casa precisaram para abrir 3 a 0 no placar. A facilidade com a qual os jogadores adversários trocaram passes e entraram na área vascaína nos lances chamou atenção.

A demissão de Paiva já era discutida nos bastidores nos últimos dias, e houve pressão para que ele fosse desligado logo depois da derrota para o Inter em São Januário, na rodada passada. A princípio, Pedrinho não queria mexer no comando técnico faltando quatro rodadas para o fim do campeonato e foi o principal responsável por segurá-lo.

A diretoria não queria tomar nenhuma decisão de “cabeça quente”.

A avaliação neste domingo, no entanto, é de que a situação tornou-se insustentável. O presidente vai anunciar em coletiva neste segunda-feira, marcada para 16h (de Brasília), quem vai assumir a equipe. A tendência é de que Felipe “Maestro”, hoje diretor-técnico, seja o treinador interino – ele já manifestou o desejo de comandar o time e se colocou à disposição.

Os bastidores

Internamente, é unânime a opinião de que Rafael Paiva perdeu o vestiário do Vasco.

Algumas escolhas do treinador provocaram isso, sendo a principal delas o apego por Pablo Galdames, que foi de última opção no meio de campo a titular em sequência. O chileno de 27 anos, que tem contrato só até o mês que vem e não vai ficar no clube, atuou nos últimos cinco jogos – nos três mais recentes (Fortaleza, Inter e Corinthians), começou jogando.

Neste domingo, Galdames participou diretamente do terceiro gol do Corinthians, cometendo grande falha ao furar a tentativa de corte e deixar a bola limpa para Garro finalizar de fora da área. Veja o lance:

Na derrota para o Corinthians em particular, outras decisões irritaram a diretoria, como não iniciar o jogo povoando o meio (Hugo Moura e Galdames foram os únicos volantes), voltar a optar pela dobra de laterais (Leandrinho e Puma Rodríguez começaram improvisados na ponta) e tirar Vegetti no intervalo, quando o time já perdia por 3 a 0.

Artilheiro da equipe na temporada, com 20 gols, Vegetti era um dos jogadores mais incomodados com as escolhas recentes de Paiva, sobretudo a falta de repertório em bolas paradas e a ausência de alternativas táticas. O argentino não gostou de ser substituído, mas não houve qualquer evento fora do normal no vestiário durante o intervalo.

Entrar em conflito com o capitão e principal referência do elenco abriu o caminho para que Paiva perdesse o vestiário. O treinador passou a ter suas escolhas questionadas, e a impressão era de que ele havia perdido o comando sobre os jogadores. Voltar a apostar em atletas antes escanteados, como Galdames e Rossi, também não foi bem recebido entre alguns atletas.

Na opinião de Pedrinho e seus diretores, o mantra de “não negociar a forma de jogar” foi deixado de lado nos últimos jogos sob o comando de Paiva, principalmente nas quatro derrotas em sequência. O último lampejo de boa atuação foi na vitória por 3 a 2 sobre o Bahia, na 31ª rodada.

Fonte: Globo Esporte

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