Comentaristas defendem permanência de Barbieri e citam o elenco do Vasco

Os comentaristas ponderaram sobre a situação do técnico Maurício Barbieri, no Vasco da Gama, e acreditam que reforços são necessários.

Barbieri durante o jogo contra o São Paulo
Maurício Barbieri durante São Paulo x Vasco (Foto: Marcos Ribolli/ge)

O Vasco sofreu a terceira derrota seguida no Brasileirão e chegou a uma sequência de sete jogos sem vencer, o que só aumenta a pressão em Maurício Barbieri. Apesar de muita cobrança, ele tem o respaldo da diretoria. O treinador deveria ser demitido? Quatro comentaristas ouvidos pelo ge opinam sobre o trabalho.

Até que ponto os maus resultados são culpa do técnico? O time pode render mais? O elenco atual é suficiente para uma mudança de postura do Vasco no campeonato?

– Por mais que possa irritar o torcedor vascaíno, nesse momento, eu não demitiria o treinador. Para mim, Barbieri tem competência suficiente para tocar muito bem esse novo projeto do Vasco, mas a formação do elenco atualmente e a expectativa gerada pelo novo cenário do clube atrapalham mais do que ajudam – avaliou Cabral Neto.

O elenco recheado de carências foi um ponto abordado por todos os comentaristas. Há um senso comum de que faltam opções para o técnico Maurício Barbieri, apesar de que o trabalho já deveria ter evoluído a essa altura da temporada.

– O Vasco pode evoluir coletivamente? Pode. O Vasco pode ser um time que produz um pouco mais com bola? Pode. Isso se o trabalho coletivo caminhar, mas ele está sempre num teto, que é determinado pelos recursos que tem no elenco, e o elenco do Vasco tem diversos gargalos – destacou Carlos Eduardo Mansur.

– Desde que surgiu no futebol, Barbieri era considerado um técnico estudado e adepto dos conceitos do jogo de posição. Mas, para realizar um bom jogo de posição, você precisa ter jogadores com características bem específicas – analisou Marcelo Raed.

Ao lado de Cuiabá, o Vasco é o único clube da Série A que disputa apenas o Brasileirão. As outras equipes dividem suas atenções com Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana. Os principais adversários disputam três competições no momento. Isso deveria ser um facilitador para o trabalho de Barbieri nesse início de campeonato.

– Elenco também é uma questão. O Vasco vai precisar se reforçar na próxima janela. Entretanto, principalmente pelo fato de o time só disputar uma competição, diferentemente dos demais, era para o Vasco estar apresentando mais em termos coletivos – afirmou Pedro Moreno.

Com mais uma semana cheia de treinos, o Vasco volta a campo na próxima segunda-feira, às 20h, para enfrentar o Flamengo, no Maracanã, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Veja abaixo as opiniões completas dos comentaristas:

Cabral Neto

“Ainda não é possível ver o Vasco em campo e enxergar Maurício Barbieri nele. A organização e execução da equipe ainda não atingiram um nível de percepção dos conceitos que ele defende e já mostrou capacidade para realizar. Seu melhor padrão defensivo costuma ser a pressão exercida na saída de bola do time adversário, algo que ainda não funciona atualmente, por exemplo.

Sem contar a falta de repertório na fase ofensiva e o excesso de chuveirinhos na área. Os times de Barbieri costumam tratar melhor a bola, elaborar suas jogadas e ter versatilidade para atacar, usando os passes curtos, aproximações, viradas de jogo para criar possibilidades de enfrentamento individual dos pontas e muita intensidade.

Hoje, não é possível enxergar, de forma padronizada, essas virtudes no time vascaíno, mesmo que seus resultados nas rodadas mais recentes tenham sido piores que suas atuações. Barbieri é um treinador de alto nível e de grande potencial, o atual time do Vasco não reflete essas virtudes.

Sua interferência nas partidas também tem deixado a desejar, o treinador não vem conseguindo impactar positivamente o rendimento do Vasco quando mexe durante os jogos, pelo contrário, a equipe sempre perde rendimento. Mas esse fator é um defeito que ele divide com os dirigentes. A má formação do elenco atrapalha no desenvolvimento do time e no trabalho do técnico.

Um bom exemplo dessas dificuldades é observar que, mesmo com tanto investimento, o Vasco vem jogando com quatro ou cinco jogadores da base ou remanescentes da temporada passada como titulares, sem contar com Andrey e Marlon, que foram cedidos à Seleção sub-20. No último jogo, diante do Fortaleza, oito dos 16 jogadores usados preenchiam essas características e Erick Marcus também deveria ter sido utilizado, mas não saiu do banco.

O maior desafio do treinador nesse momento é dar competitividade e segurança defensiva para estancar a crise atual. E a solidez da marcação nunca foi a melhor virtude das equipes de Barbieri, que costumavam compensar os gols sofridos com o amplo repertório no ataque, mas agora é necessário que a defesa compense a falta de criatividade. Ser mais pragmático, começar a pontuar, deixar o foco da má fase para trás e ganhar tranquilidade para implementar seus reais conceitos.

Por mais que possa irritar o torcedor vascaíno, nesse momento, eu não demitiria o treinador. Para mim, Barbieri tem competência suficiente para tocar muito bem esse novo projeto do Vasco, mas a formação do elenco atualmente e a expectativa gerada pelo novo cenário do clube atrapalham mais do que ajudam”.

Carlos Eduardo Mansur

“Sob o ponto de vista da comissão técnica, é trabalho dela fazer o time render melhor. O Barbieri pode fazer o Vasco jogar mais. Ainda assim, a avaliação do trabalho precisa levar em conta as limitações do elenco. Hoje, o elenco do Vasco impõe limitações bastante claras e, especialmente, em alguns gargalos do elenco. Um dos mais claros deles é a posição de meio-campo, agravada agora com a saída do Andrey e com a passagem do Marlon Gomes pela Seleção.

O Vasco, por exemplo, não encontrou o seu melhor camisa 5. E tem uma enorme dificuldade de achar. Não tem no elenco um meia mais criativo. Aparentemente, o Barbieri está tentando e, a última tentativa foi trazer o Jair para a posição de 5 para, pelo menos, ter um jogador de melhor passe por trás, já que ele não tem dois meias tão criativos e coloca na frente dele dois jogadores de mais disputa, de mais luta, mas não tão refinados.

O resultado é que o time novamente se desequilibra, porque a frente da área do Vasco tem ficado mal protegida. Nesse último jogo muito claramente. O Thiago Galhardo, do Fortaleza, tinha muita facilidade para trabalhar. Então, esse é só um exemplo. Na zaga não é simples a reposição. Você agora teve uma queda de rendimento do Puma, mas a entrada do Paulo Henrique também não supriu em termos de nível de jogo.

O Vasco pode evoluir coletivamente? Pode. O Vasco pode ser um time que produz um pouco mais com bola? Pode. Isso se o trabalho coletivo caminhar, mas ele está sempre num teto, que é determinado pelos recursos que tem no elenco, e o elenco do Vasco tem diversos gargalos: na posição do primeiro volante, na posição do meia criativo, dificuldade de reposição na zaga, lateral… Enfim, é não é simples”.

Marcelo Raed

“Desde que surgiu no futebol, Barbieri era considerado um técnico estudado e adepto dos conceitos do jogo de posição. Com o tempo, aprimorou o jogo defensivo, até para conseguir preservar o emprego. Sempre bom lembrar que o calendário do futebol brasileiro é um triturador de técnicos e atletas.

Mas, para realizar um bom jogo de posição, você precisa ter jogadores com características bem específicas: defensores com bom passe, meias com inteligência para identificar espaço e pontas com capacidade de quebrar a marcação. A janela do Vasco ofereceu ao técnico algumas soluções: Pumita, Piton, Léo. A base complementa as carências do elenco, mas para propor jogo ainda falta”.

Pedro Moreno

“Avalio o trabalho de Barbieri no Vasco como regular. Conseguiu encontrar uma equipe competitiva em menos tempo do que se imaginava, conforme vimos em campo nos clássicos pelo Estadual. Porém, ainda é um time muito irregular, com carências e limitações, principalmente quando enfrenta adversários que exigem que o Vasco construa. O time encontra muita dificuldade quando precisa articular para criar os espaços e vem desperdiçando as oportunidades diante de equipes que dão espaço para contra-atacar. Por exemplo, contra Santos, São Paulo e Fortaleza, o Vasco finalizou um total de 51 vezes, somando as três partidas, e só fez dois gols.

Elenco também é uma questão. O Vasco vai precisar se reforçar na próxima janela. Entretanto, principalmente pelo fato de o time só disputar uma competição, diferentemente dos demais, era para o Vasco estar apresentando mais em termos coletivos.

Mas, na atual sequência de sete jogos sem vitória, em termos de performance, entendo que o Vasco teve resultados piores do que a atuação da equipe sugeriu. Vejo capacidade de recuperação no trabalho, mas precisa reencontrar a solidez defensiva e aproveitar melhor as oportunidades que surgem”.

Fonte: Globo Esporte

5 comentários
  • Responder

    Se colocar na ponta do lápis o elenco do Vasco e bem melhor que o do Santos e o Odair melhorou muito o time do Santos o Dorival no São Paulo na minha opinião é um time não muito diferente do que o Vasco e olha o rendimento com o Dorival e todos os 2 times estavam uma merda que nem chegaram na semi final do Paulistão. O técnico faz muita diferença em um time…

  • Responder

    Falaram os doutores passadores de pano para técnicos medíocres do nosso combalido futebol. Ter a cara-de-pau ou coragem de defender esse eterno estagiário de técnico que hoje está à frente do Vasco é no mínimo não ter nenhum respeito por seus torcedores… Vão se catar seus mequetrefes e convidem Paulo Bracks e o estagiário para um cafezinho em vossas casas…

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    todos com vontade de ver o Vasco na segunda divisão outra vez….qual é o time deles????

  • Responder

    Queria saber se estes doutores em futebol estão sendo sérios em seus comentários. Respeitem a torcida do Vasco pois, está parecendo opinião comprada.

  • Responder

    Engraçado é ouvir uma explicação de caras que se julgam entendedores de futebol. O time foi montado com o Barbieri já como técnico. Ele participou das escolhas . É um incompetente sim! Não tem capacidade para comandar um time de torcida. E vocês comentaristas não são os donos da verdade. Quem gosta de um esporte seja ele qual for, vê o jogo com sua própria visão e sabe tirar suas conclusões. Vocês parecem ter rabo preso com alguns mandantes do futebol brasileiro. Tirando um ou outro, todos são tendenciosos. Se o nosso futebol está no nível baixo, e isso até cego vê, vocês comentaristas, “doutores em futebol”, tem muita culpa. Pois são coniventes com dirigentes incompetentes e desonestos. Vocês não sabem nada a mais que o torcedor que vivencia o futebol com paixão pelo clube, mas também pelo esporte. O torcedor não é pago para opinar. Ele opina muitas vezes levado pela paixão, mas sempre comprometido com sua própria opinião. Por isso, o que vocês falam ou escrevem, para quem realmente gosta de futebol, é nada.

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