Com elegante trabalho, Paulinho e Arias são peças importantes do clássico
Em 6 jogos disputados, Paulinho acumula média de 1,5 passe-chave por jogo, enquanto Arias, em 18, tem média de 1,9.
Convencionou-se, entre os jargões do futebol, chamar parte das funções menos vistosas no meio-campo de “trabalho sujo”. Mas os meias Paulinho e Jhon Arias, destaques de Vasco e Fluminense no clássico de hoje, às 16h, no Nilton Santos, passam bem longe disso: são os responsáveis por um elegante trabalho de saída de bola e controle do ritmo de jogo, com muita qualidade técnica envolvida.
Capacidade de drible, passe e aceleração para quebrar linhas, se livrar da marcação e iniciar os movimentos de ataque estão no roteiro obrigatório da dupla jogo a jogo. Arias, que atua um pouco mais adiantado, se envolve até no último passe. Na data Fifa, o colombiano cruzou para Borré marcar na vitória por 1 a 0 sobre a Venezuela. Pelo Fluminense, são 13 assistências em 45 jogos na temporada.
Ele é peça importante para o esquema de apresentação e movimento constante de Fernando Diniz. Sua presença pela direita e a dobradinha com Samuel Xavier (suspenso hoje) dão profundidade e opções ao ataque no setor.
— Ele é, desde o ano passado, um dos melhores jogadores do futebol brasileiro. É um cara extremamente decisivo, desequilibrou muitos jogos para a gente — afirmou Diniz após vitória sobre o Santos, em julho, quando Arias distribuiu um de seus passes para gol.
Paulinho, por outro lado, ainda busca o primeiro gol — ele fez um belo contra o Palmeiras, anulado em decisão polêmica do VAR — ou assistência, mas nada que o impeça de ser considerado como um reforço importante. Revelado pelo próprio Fluminense, o meia custou R$ 6,5 milhões ao Vasco, que foi buscá-lo no Al-Shabab-SAU.
Após uma estreia pouco feliz contra o Corinthians, justificou contra o Grêmio, no seu primeiro jogo como titular, o investimento: se infiltrou entre defensores e acionou Gabriel Pec em profundidade, que cruzou para Vegetti marcar o gol da vitória, a primeira do Vasco em mais de um mês, naquela ocasião. De lá para cá, não saiu mais do time titular.
— Fiz a formação toda no Fluminense e hoje tendo a oportunidade de jogar contra eles será um momento especial. Clássico é sempre um jogo diferente. Estamos confiantes, preparados, fizemos uma grande semana de trabalho e temos tudo para fazer um grande jogo. Se fizer um gol eu vou comemorar, sim. A melhor parte do futebol é o gol e, se acontecer, tem que ser celebrado — comentou Paulinho na última quinta-feira.
Os números mostram a influência dos meias de Vasco e Fluminense na construção. Em seus seis jogos pelo Brasileiro, Paulinho acumula média de 1,5 passe-chave por jogo, enquanto Arias, em 18, tem média de 1,9. A taxa de acerto de dribles também é significativa: o meia tricolor, que atua mais pelos corredores, acerta 64% deles, enquanto o vascaíno, mais centralizado, tem taxa de 56% de sucesso.
Objetivos em jogo
O clássico, válido pela 23ª rodada do Brasileirão, mexe com objetivos das equipes neste fim de temporada. Na semifinal da Libertadores, o Fluminense começa a ver a classificação via Brasileiro para a competição ameaçada: o Athletico encostou no G6 e está a um ponto dos 38 do tricolor. Hoje, tem os retornos de Marcelo e Marlon, mas Ganso, com dores no joelho direito, será desfalque. Alexsander deve ser titular.
O Vasco, por outro lado, com 17 pontos, tenta seguir caminhando por uma saída da zona de rebaixamento, hoje a oito pontos de distância com dois jogos a menos (contando com o clássico). O cruz-maltino deve ter o retorno de Puma Rodríguez à lateral, no lugar de Robson Bambu. Ramón Díaz também testou opções na vaga de Serginho no ataque, enquanto Maicon segue titular com a suspensão de Medel. Payet, por enquanto, volta a iniciar no banco.
Fonte: Extra