Colegas de posição colocam Fernando Prass entre os melhores para o Bra

A análise feita entre os próprios goleiros, coloca Fernando Prass do Vasco entre os melhores para o Campeonato Brasileiro.

Jefferson tem um jeito diferente de olhar. Um jeito de boxeador. Parece um daqueles sujeitos que possuem a mesma atenção das corujas, que carregam tudo sob a mira e que, por isso mesmo, precisam de poucos gestos para se localizar no espaço. São características que formam um bom goleiro – ações pontuais, matemáticas, sem margem de erro. Talvez seja justamente por isso que o camisa 1 do Botafogo foi o mais votado pelos atletas do Campeonato Brasileiro como favorito a melhor goleiro da competição.

Pesquisa do GLOBOESPORTE.COM e da revista “Monet” ouviu a opinião de mais de 300 jogadores das Séries A e B sobre diferentes temas. A impressão sobre o melhor goleiro esteve na lista. Jefferson ganhou com relativa tranquilidade. Teve 12% dos votos. Surpreende o segundo mais votado: é o corintiano Julio Cesar, que acaba de ir para o banco, substituído por Cássio. Na sequência, aparecem Fábio (7,8%), do Cruzeiro, Felipe (6,9%), do Flamengo, e Rafael (6,6%), do Santos.

A votação sustenta o bom momento do atleta. Aos 29 anos, ele vem sendo convocado para a Seleção Brasileira. Tem inclusive chances de disputar as Olimpíadas de Londres como um dos atletas com mais de 23 anos. No ano passado, foi eleito o melhor goleiro no prêmio “Craque Brasileirão”.

Jefferson recebe a maior parte dos votos entre jogadores de todos os cantos do campo somados. Porém, quando a análise fica restrita à opinião dos próprios goleiros, o atleta do Botafogo é quase ignorado. Ele recebeu apenas um voto. Os mais citados por jogadores de luvas foram Fábio, do Cruzeiro, e Fernando Prass, do Vasco, com cinco menções cada.

Jefferson diz que poderia elogiar vários nomes. Mas prefere valorizar Diego Cavalieri, do Fluminense. Abaixo, em entrevista exclusiva, o goleiro fala sobre o reconhecimento dos colegas, analisa seu bom momento no Botafogo, contrastado com a ausência de títulos do clube, e fala sobre a responsabilidade de talvez ser o goleiro titular da Seleção na Copa do Mundo de 2014.

– Não tenho medo. A bola vai ser redonda – diz o goleiro.

Você foi apontado pelos próprios jogadores do Campeonato Brasileiro como principal candidato a melhor goleiro da competição. A diferença é que não é a opinião da imprensa ou de torcedores, e sim de seus colegas. Como você recebe isso?

Para mim, é uma honra. É um fato inédito na minha carreira. Desde que voltei para o Botafogo, estamos fazendo um trabalho muito bom, e fico feliz de ter esses frutos, de ser reconhecido pelos jogadores, pelos atletas. É importante o respeito que tenho na competição. Jogadores vêm me dar parabéns pelo trabalho. Isso é gratificante, até porque prova que estamos no caminho certo. Tenho que manter os pés no chão, ter humildade, porque a gente tem muita coisa para conquistar ainda.

E quem você destaca entre os goleiros do campeonato? Quais você admira?

São vários. Sou a favor dos goleiros. Goleiros às vezes passam por momentos difíceis com suas equipes, mas analisamos o goleiro de outra forma. Se for para citar um, posso citar o Diego Cavalieri, um goleiro experiente, um goleiro tranquilo. Ele até parece ter um pouco das minhas características. É um goleiro que respeito bastante. É um exemplo a ser seguido.

Você fala em características parecidas com as suas. Quais são as características que você percebe em você mesmo?

Cada um tem suas qualidades e defeitos. Minha principal caracaterística, que gosto de ver, é a tranquilidade. Durante a partida, é fundamental, principalmente para meus companheiros. Procuro manter a frieza, a tranquilidade. Se cometer algum erro, tenho que manter a personalidade. É isso que faz um goleiro ter sucesso: a personalidade.

Você tem uma série de reconhecimentos pessoais, mas o Botafogo não consegue engrenar nos títulos. Ganha pouco. Isso não te incomoda?

Passei um momento muito difícil no Botafogo em 2003, 2004 e 2005. Joguei aqui, fiz dois anos excelentes, fui para a Turquia e voltei. A gente sabe das dificuldades pelas quais o clube passa, inclusive financeiramente, em contratações. Mas o Botafogo é um time grande, um time que chega, que bota respeito. Falta uma coisinha ou outra para a gente engrenar. Fico feliz de poder ajudar o Botafogo. Independentemente de qualquer coisa, eu gosto de jogar aqui. Eu me sinto muito feliz aqui.

Você ainda tem paciência de esperar, como você mesmo disse, essa “coisinha ou outra” acontecer? Não cansa isso de jogar bem, ser reconhecido, mas ganhar poucos títulos?

Acho o seguinte: enquanto o Botafogo demonstrar interesse em ficar comigo, não tenho razão para sair. Sabemos que o Botafogo vem fazendo de tudo, com contratações, nos valorizando financeiramente. Enquanto o Botafogo demonstrar que entra nas competições para vencer, eu fico aqui. Se em algum momento a gente ver que vai entrar para não ser rebaixado, ou se enxugar a folha, se atrasar, aí fica difícil para mim e para todos os jogadores.

Você ser eleito principal candidato a melhor goleiro do campeonato apenas comprova seu bom momento. E temos uma Copa do Mundo dentro de dois anos. E mais: uma Copa do Mundo no Brasil. Como você lida com isso?

A expectativa é grande. Mas temos que ir passo a passo. Fui convocado em quatro jogos, e vou procurar fazer grandes jogos. Temos as Olimpíadas também. Se estiver na convocação, vou tentar fazer meu melhor. A Copa é consequência. É algo em que todo jogador pensa. Mas não fico pensando naquilo que pode ou não acontecer. Vou vivendo conforme as coisas vão acontecendo. É assim que vou sonhando.

Não bate um medo? Porque se você mantiver essa situação por duas temporadas, e isso não é tanto tempo assim, tem chances até de ser titular. E é uma Copa do Mundo no Brasil. É um dos momentos mais importantes do futebol brasileiro…

Todos os jogadores sonham com isso, principalmente por ser no Brasil. Sabemos como é a pressão. Mas é algo que sabemos fazer. Não tenho medo. De repente, me bateria um medo se me colocassem para jogar vôlei ou basquete, coisas que não sei fazer. É só ter tranquilidade e fazer o que a gente sabe. A bola vai ser redonda. Serão 22 jogadores em campo. É o que sabemos fazer.

Você consegue ter essa frieza?

Tem que ter. Temos que manter o emocional bem controlado. Se Deus quiser, vai dar tudo certo.

globo esporte

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