César Maluco garante que Vasco será campeão no domingo

Ex-jogador César Maluco diz: - "tenho certeza de que o Vasco será campeão".

Quando César Maluco chegou à redação da Gazeta Esportiva.Net na tarde de quinta-feira, um temporal caía sobre a cidade de São Paulo. A ventania foi tão forte que derrubou e quebrou um painel de vidro no 12º andar do prédio da Fundação Cásper Líbero, a poucos metros do ídolo do Palmeiras. “Aconteceu isso porque cheguei”, explicou o polêmico ex-jogador, com um sorriso tão alegre quanto a sua camisa multicolorida. Ele chamaria ainda mais atenção ao falar sobre as suas expectativas para a última rodada do Campeonato Brasileiro.

“Tenho certeza de que o Vasco será campeão”, provocou César Maluco. Para a previsão do ex-atacante se confirmar, além de a equipe cruz-maltina derrotar o Flamengo no Engenhão, o Corinthians precisará perder para o Palmeiras no Pacaembu, no domingo. “Não estou dizendo que já ganhamos do Corinthians. Só garanti que o Vasco será campeão. Mas é isso aí, sim. O gol da nossa vitória será do Luan. Ele merece, já que está sempre ajudando o time. Deus abençoou o Adriano recentemente. Agora é a vez do Luan”, afirmou.

Um barulho interrompeu o raciocínio de César Maluco sobre a decisão do título brasileiro. Era o toque do seu telefone celular: o hino do Palmeiras. “Fala, Maluco! Malucão!”, alguém gritou do outro lado da linha, antes de ouvir alguns “xingamentos carinhosos” do ex-jogador. Não demorou muito para ele atender a mais uma chamada. Desta vez, sacou do bolso da calça jeans um segundo aparelho – decorado com um adesivo com o mascote (o periquito) e o distintivo palmeirenses.

Sobram motivos para a adoração de César Maluco pelo Palmeiras. Natural de Niterói (RJ), o ex-atacante começou a carreira no Flamengo, porém se consagrou no Palestra Itália. Foram 324 partidas disputadas pela equipe paulistana, entre 1967 e 1974, com 170 vitórias, 91 empates, 63 derrotas e 180 gols marcados – 14 deles sobre o rival Corinthians. “É por isso que digo que vai dar Vasco contra o Flamengo. E olhe que sempre fui rubro-negro. Mas o que está em jogo é mais importante”, priorizou o ídolo alviverde.

O anticorintianismo de César Maluco ficou mais evidente em sua visita ao arquivo da GE.Net. Ao folhear fotografias do período como jogador, ele olhou enojado para uma em que aparecia com a camisa do Corinthians. “Isso é montagem!”, acusou, sarcasticamente. Em seguida, concentrou-se em uma imagem de sua apresentação como reforço corintiano, em 1975. “Sabe por que estou com essa cara? Estou pensando: o que estou fazendo aqui, c…?”, contou.

A transferência de César Maluco para o Corinthians ocorreu a contragosto. Flagrado em exame antidoping por ingerir um medicamento para emagrecer, ele acabou afastado do Palmeiras e, depois de absolvição em julgamento, negociado com o rival. Culpou o técnico Oswaldo Brandão (que ajudaria a findar o jejum corintiano de 23 anos sem títulos importantes com a conquista do Campeonato Paulista de 1977) por alguns dos problemas que culminaram na sua saída do Palestra Itália. “Isso vocês podem escrever: vá tomar no c…, Brandão, filho da p…!”, desabafou, quase quatro décadas mais tarde.

César não se sentiu à vontade no Parque São Jorge. Em apenas seis meses de Corinthians, ele jogou 37 vezes e só fez oito gols. Enfrentou o seu amado Palmeiras uma vez, em 30 de novembro, e ganhou por 1 a 0. “Nem me lembro disso”, desconversou, preferindo recordar os clássicos que disputou como palmeirense. “Fui ídolo e dei muita volta olímpica lá. Se eu tivesse continuado no Palmeiras, o Corinthians poderia ter ficado mais uns bons anos na fila. Vou ser bem franco: a gente não se preocupava com eles. Para a torcida, poderia ter rivalidade. Mas, para os jogadores, era barbada. O Santos também era uma barbada, pois dava um azar danado contra nós. O único que nos preocupava era o São Paulo.”

Hoje, na condição de torcedor, César Maluco já admite que o Corinthians “preocupa”. Principalmente porque a fase do Palmeiras não é das melhores. “Enquanto isso, o Andrés [Sanchez, presidente corintiano] está fazendo um grande trabalho no Corinthians porque fala o português do boleiro”, analisou, sem desmerecer o presidente palmeirense Arnaldo Tirone. “O Tironinho, conhecido como Pituca, é um cara que veio da arquibancada. O pai dele foi meu diretor. Mas ele assumiu o Palmeiras em uma época ruim. Poderia ter esperado até o estádio ficar pronto para se candidatar. Agora, está sentado em uma sala na rua de trás de um Parque Antártica todo quebrado, em obras, sem área social nem nada. Ele está sofrendo. Quase 5.000 associados já se afastaram do clube.”

César Maluco também defende as presenças de atletas polêmicos – como ele mesmo foi – no Palmeiras. “Não vou revelar quem me falou, mas me disseram há uns três meses que o Valdivia não interessava mais por pegar muita mulher, ser mau-caráter, bebum e coisa e tal. Por que estão dizendo o contrário hoje? Ele vai ser o cara do Palmeiras”, advogou. “E o que aconteceu com o Kleber é o mesmo que acontecia comigo. Sei lá… Ele daria muito mais alegrias ao Palmeiras do que aqueles que estão jogando no lugar dele atualmente. O Kleber falou a verdade e, infelizmente, caiu do cavalo”, acrescentou.

Kleber deixou o Palmeiras depois de se desentender com o técnico Luiz Felipe Scolari. Para César Maluco, ambos trabalharão juntos novamente, no Grêmio. “O Felipão foi um defensor do Kleber. Já escutei que, no ano que vem, eles irão se reencontrar. A briga deles não foi nada feia, querido. Sei bem como é isso”, sorriu, com o falecido Oswaldo Brandão em mente.

Em meio a tantas especulações, o próprio César se candidata a ajudar o Palmeiras como dirigente. “É claro que sim, pois sinto amor pelo clube. O Roberto Frizzo [vice-presidente de futebol] é um cara íntegro, independente, correto, mas deveria ter mais amigos que entendem de futebol ao lado dele. Não basta só o César Sampaio [gerente de futebol]. Já fiz parte da diretoria no ano passado, levado pelo Salvador Hugo Palaia, mas fiquei só três meses. Dancei depois da eleição. Eles me tiraram sem dar nem satisfação. Gostaria de voltar”, confessou, minutos antes de deixar a redação da GE.Net. Naquele momento, a tempestade lá fora havia acabado. O maluco ídolo palmeirense foi às ruas com um semblante lúcido, ávido para que um bando de loucos seja contrariado pela sua profecia para o final de semana.

Fonte: gazeta esportiva

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