Castan explica importância de Ramon em 2020 e relembra problema com Sá Pinto
O zagueiro Leandro Castan explicou como o técnico Ramon Menezes foi importante para o Vasco da Gama dentro e fora de campo em 2020.
O Vasco da Gama caiu no Campeonato Brasileiro de 2020 e não subiu mais até aqui, o que está próximo de mudar. Naquela campanha, a equipe vascaína teve um total de três técnicos, começando por Ramon Menezes, continuando com Ricardo Sá Pinto e fechando com Vanderlei Luxemburgo.
O primeiro citado esteve em pauta na participação de Leandro Castan no Flow Sport Clube, transmitido ao vivo nesta quarta-feira (17). O ex-zagueiro explicou o tamanho da importância do comandante no Gigante, entre jogadores e funcionários, e contou como foi o tamanho do impacto com sua demissão.
– Ramon (Menezes) era um cara da casa, ou seja, sabia dos problemas que vivíamos financeiramente, conhecia cada um, sabia quem podia ficar dois meses sem receber salário, ajudava os funcionários que estavam com salário atrasado. Era como se fosse uma família, a gente sofria junto – contou o ex-zagueiro, que continuou:
– Foram 10 dias afastado, acho que pegou Covid-19. Ficou um tempo fora e o time foi eliminado da Copa do Brasil pelo Botafogo, ele voltou e perdemos para o Atlético-MG, lá em Belo Horizonte, e para o Bahia, em Salvador. Foram duas goleadas, nosso time foi muito mal, e aí antes do clássico contra o Flamengo manda ele embora. Ficamos assim: “E agora? Nem recebemos, o treinador estava aqui com a gente, quem vem?”.
Sá Pinto
A declaração do veterano volta a indicar que a demissão de Ramon Menezes, mesmo depois de um início de competição impressionante com um elenco limitado, impactou no elenco e contribuiu diretamente para o rebaixamento. O substituto foi o português Ricardo Sá Pinto, que não fez um bom trabalho. O capitão, inclusive, relembrou uma confusão com o gringo.
– Chega um treinador de fora, a gente com um monte de salário atrasado. Até dei uma entrevista falando dele (Ricardo Sá Pinto) e ficou bolado comigo, mandou mensagem para mim: “Se você não for lá e falar de novo, pedir desculpa, vou falar de você”. Eu falei: “Cara, pode falar de mim. Cada um expressa a opinião que tem que falar”. Quis mesmo cutucá-lo porque ele foi embora como se estivesse tudo certo – disse Castan, que finalizou contando que o técnico não conhecia o elenco:
– Ele não conhecia o nosso grupo porque era só de molecada. Acabou 2019, quando a gente quase foi para a Libertadores com Vanderlei Luxemburgo, que foi embora e veio Abel Braga em 2020. Subiu 20 meninos da base para o profissional. Eles chagavam e diziam: “Pô, Castan, parece que você desceu para o Sub-20”. Só tinha molecada no time, aí ele chegou e não conhecia os caras, não é nem culpa dele. Lembro que me chamou na sala e disse: “Você é o capitão do time, mas se estiver mal vou te tirar do time”. Eu falei: “Pô, beleza, nunca ninguém me deu vaga em lugar nenhum. Sempre trabalhei pelo meu lugar”.
Leandro Castan defendeu o Vasco entre 2018 e 2021, com constantes altos e baixos, e uma de suas boas fases aconteceu justamente com Ramon Menezes. Nessa época, o Cruzmaltino chegou a liderar o Brasileirão, conseguiu ótimos resultados, mas o time caiu muito de rendimento conforme o tempo passou, o que era natural pela realidade do elenco, o que se agravou com os técnicos seguintes.