Castan ativa o modo ‘sincerão’ e detalha o rebaixamento do Vasco em 2020

Capitão do Vasco da Gama, Leandro Castan revelou detalhes sobre a temporada de 2020, que culminou no 4º rebaixamento do Clube à Série B.

Leandro Castan
Leandro Castan (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Em uma sincera entrevista a um podcast do portal Globo Esporte, o zagueiro e capitão do Vasco da Gama, Leandro Castan, detalhou o processo de rebaixamento do Gigante da Colina no Campeonato Brasileiro 2020, o quarto na história do Clube.

Inicialmente, Castan opinou que o rebaixamento cruzmaltino teve início ainda em 2019, quando Vanderlei Luxemburgo deixou o comando da equipe rumo ao Palmeiras e os jogadores estavam com salários atrasados há vários meses.

No entanto, o defensor não tirou sua própria responsabilidade de culpa, admitindo que estava muito mal fisicamente na temporada passada.

– Para falar de 2020, tem que começar antes da pandemia. Começou tudo errado naquele início quando perdemos o Vanderlei. A gente se reapresenta com meses e meses de salários atrasados, mas, antes de falar disso, quero colocar um ponto: acho que o principal culpado do meu ano ruim fui eu mesmo. Eu não coloco a culpa em ninguém. Chegou um momento do ano em que, fisicamente, eu morri, não conseguia mais jogar, não tinha mais força – revelou.

Complementando, o zagueiro disse que chegou a alertar o então presidente, Alexandre Campello, que, se nenhuma atitude fosse tomada para reverter o panorama financeiro do Clube, o rebaixamento, que já havia batido à porta em 2018 e 2019, dessa vez não teria escapatória.

– Lembro que, em fevereiro ou março, tivemos reuniões com Campello. Falei bem claramente para ele: ”Presidente, se a gente não mudar nesse ano aqui, vai dar ruim para a gente”. Porque em 2018 aconteceu isso, em 2019 a gente teve tempo de escapar. Quando a gente se reapresentou em 2020, com um monte de gente não querendo se reapresentar e uma confusão danada, senti que ia dar problema – explicou.

O caos financeiro vivido pelo Vasco, inclusive, fez Leandro Castan desanimar em relação à liderança que exercia sobre o elenco.

– Eu tinha sete meses de imagem de atraso e quatro na carteira. Quando a gente se reapresenta, foi o momento, falando fora de campo, onde passei a perder minha liderança dentro do Clube. Realmente me calei porque não me sentia mais líder daquele grupo e sentia que não tinha mais moral para falar alguma coisa com eles – disse.

No entanto, ainda acreditando na palavra da diretoria de que a situação seria resolvida em breve, Castan pediu aos jogadores, que não queriam se reapresentar após o período de recesso ocasionado pela pandemia enquanto pelo menos parte dos salários não fossem quitados, que deixassem a ideia de lado e mantivessem a programação normalmente. E foi atendido.

– É marcada a reapresentação. Tinha uma conversa de que não íamos nos reapresentar enquanto o Clube não pagasse. Foi o momento em que comprei a briga da diretoria. Falei para eles que, se não quisessem se reapresentar, eu não seria mais capitão do time. Mesmo a diretoria estando errada, acho que a gente tinha de voltar e treinar. Naquele momento, todo o grupo comprou a briga comigo e disse: ”Castan, a gente vai voltar por você”. E voltaram – detalhou.

Por fim, Leandro Castan destacou a retomada da confiança com o bom início do então técnico Ramon Menezes, mas que, após os salários voltarem a atrasar, o clima novamente foi ficando pesado e novamente o zagueiro se sentiu desprestigiado perante o elenco.

– A gente volta, faz acordo com o Clube, tem bom início com Ramon, começa a sonhar com coisas grandes finalmente. De repente, começa tudo a desandar de novo, o salário começa a atrasar de novo. Começo a sentir que todo mundo passou a me olhar assim: ”E aí, Castan?”. Senti que não tinha mais o que falar e para onde defender alguém.

Contratado pelo Vasco em agosto de 2018, Leandro Castan, atualmente com 34 anos, tem 110 jogos com a camisa cruzmaltina e dois gols marcados. Com ele em campo, foram 44 vitórias, 34 empates e 32 derrotas.

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4 comentários
  • Responder

    Cobrar uma atitude profissional, de uma pessoa que não está sendo paga para isso, só no mundo dos sonhos. Concordo e replico, quem aqui trabalharia de graça? A culpa da queda está na má gestão, atrasos salariais e contratação de jogadores que não servem nem para a série B. Nunca tinha visto um time tão ruim como ano passado. Mas agora é torcer, acreditar na recuperação. BORA VASCÃO!

  • Responder

    Eu falo isso desde o a ano passado. ( os jogadores não tem culpa desse rebaixamento! se eu fico 2 meses sem receber meu amigo me esquece taco fogo na empresa!) não existe se não pagar os cara não vão jogar simples assim… essa historia de vestir a camisa e jogar como se o mundo fosse acabar mesmo nao recebendo nada isso acabou já faz 40 anos… uma instituição do tamanho do Vasco não conseguir arcar com um salario desse valor é uma vergonha, olha aonde a familia mafiosa miranda largou o Vasco. acabou com o clube e vai levar 20 anos pra reestruturar se fizer tudo certo a partir de agora!!!

  • Responder

    O maior culpado pela queda do vasco foi o castan junto com campello nao merecia mais nem pisar em sao januario

  • Responder

    Sem salário, sem trabalho. Simples assim.
    Qual amigo aqui, leitor desse site, trabalha de graça?

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