Candinho segue abandonado após parceria do Vasco com Instituto Fair Play

O Vasco da Gama ainda estuda meios de voltar a utilizar o Candinho, imóvel que marca o local de fundação do Clube.

Fachada do Centro Cultural Candinho, onde o Vasco foi fundado
Fachada do Centro Cultural Candinho, onde o Vasco foi fundado

O Centro Cultural Candido José de Araújo, o Candinho, imóvel que marca o local de fundação do Vasco, segue sem reformas, abandonado e não foi aberto ao público quase 10 meses após o clube anunciar parceria com o Instituto Fair Play.

O que aconteceu

O Vasco anunciou a parceria em julho do ano passado. A reportagem esteve no local e verificou o estado de abandono e sujeira. Além disso, o painel que havia no segundo andar do prédio estava preso por apenas um dos pontos, expondo a fachada.

A ideia original era que o centro cultural pudesse funcionar ao público e o instituto utilizasse uma outra área do imóvel. Uma exposição sobre a história vascaína teria de estar disponível. Objetos do museu que chegou a funcionar no endereço estão na casa de um dos idealizadores.

“O busto do Candinho e a placa do local estão conosco desde aquele período em que o imóvel chegou a estar para alugar, e à espera dos novos passos do projeto. Não aconteceu coisa alguma que foi prometida pelo Vasco. Nós, torcedores, conseguimos manter o local com ajudas, e foi um sucesso”, disse Raphael Pulga, membro do Guardiões da Colina.

O Fair Play é alvo de investigações do MPRJ sobre corrupção e o compliance do clube fez um alerta à diretoria. O Cruz-Maltino deu espaço ao instituto para defesa, mas, desde então, não houve mais evolução no projeto.

Segundo o MPRJ, “dos R$ 15 milhões pagos pela Fundação Ceperj ao Instituto Fair Play, para a realização de atividades do programa “Esporte Presente”, aproximadamente R$ 5 milhões foram repassados para empresas individuais” do empresário Ricardo Pires de Oliveira.

No início do mês, o TCE-RJ determinou que o instituto devolva R$ 16 milhões aos cofres públicos.

Procurado, o Cruz-Maltino disse “torcer para que tudo possa se resolver e que o Instituto Fair Play possa continuar fomentando o esporte”. O Instituto Fair Play não respondeu aos contatos.

O UOL apurou que há tentativas para uma reunião entre as partes, e um distrato da parceria não está totalmente descartado.

O clube estuda ainda meios de voltar a utilizar o Candinho. Paralelamente a isso, avalia a possibilidade de retomar a exposição até mesmo em outro endereço.

A cronologia do “Candinho”

O imóvel foi, inicialmente, alugado ao grupo Guardiões da Colina, que o transformou no Centro Cultural com doações e trabalhos voluntários. O nome, uma homenagem ao primeiro presidente negro do clube, foi escolhido em uma votação popular e a inauguração aconteceu em 2020.

Em março de 2021, o contrato terminou e, sem chegar a um acordo com a nova diretoria do clube, o proprietário colocou o estabelecimento para alugar.

Em setembro de 2021, Vasco e Brahma lançaram a campanha “Candinho – Nossa História Viva”. O clube anunciou que “a ação arrecadou cerca de R$ 70 mil para custear a reforma do espaço e a curadoria da exposição, além do aluguel do imóvel patrocinado pela Ambev”.

Em maio do ano passado, o Candinho esteve em meio a um impasse. As chaves foram entregues ao proprietário, e o clube buscava parcerias para voltar a utilizá-lo.

Fonte: Uol

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