Campello aponta problemas na lista de votantes e faz acusações contra Mussa e Monteiro; ambos respondem
O presidente do Vasco da Gama, Alexandre Campello, se manifestou sobre a lista de votantes na eleição de novembro.
Ainda em meio à indefinição sobre as diretas, a política do Vasco da Gama ganhou novos capítulos na última semana por causa da lista de sócios votantes para as eleições de novembro.
Já na semana passada, o presidente da Assembleia Geral, Faues Mussa, não assinou a ATA da reunião da Junta Deliberativa que definiu a lista de votantes e elegíveis na eleição alegando que o que estava no documento no condizia com o que foi dito no encontro.
Passado alguns dias, foi a vez do presidente administrativo, Alexandre Campello, se manifestar sobre o tema. Em entrevista concedida ao site Globo Esporte, o mandatário vascaíno disse que vê uma tentativa de burlar o sistema e apontou algumas irregularidades.
– Primeiro, precisamos entender se houve dolo. Não me parece ser um mero equívoco. Todos podem errar, mas quando se coloca 50 nomes que não estavam em nenhuma lista… me parece uma tentativa de burlar o processo. Não sou advogado, não sei se isso pode ser tipificado como ação criminal passível de ser levada adiante. Tem de entender com o jurídico, mas me parece estar longe de ser um mero equívoco.
Monteiro teria incluído 50 inadimplentes na lista
Alexandre Campello disse que ficou nas mãos de Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, a responsabilidade de fazer a ATA da reunião da Junta Deliberativa, dando os números finais à lista de votantes. Segundo o presidente, ele fez a substituição de 50 sócios aptos ao voto por outros 50 que estão inadimplentes e não teriam tal benefício.
– Eu me ofereci a fazer a ata, mas a maioria decidiu que Roberto Monteiro deveria fazê-la. O que deveria ser papel do presidente da Junta Eleitoral, o presidente Mussa, foi delegado ao Roberto Monteiro. Ele deu os números finais à lista. Ele pegou a lista apresentada pelo clube e retirou aqueles que, segundo a Junta, não estariam aptos a votar. Esse número deveria ser 862 sócios. Qual foi a nossa surpresa? Ao fazer o cruzamento entre a lista que fornecemos e a que recebemos, verificamos que havia número maior de sócios alijados do que deveria ter. O número não era de 862, mas 912 nomes diferentes entre as listas. Se concluiu que alguns foram inseridos para que o número final batesse com o que foi acertado. Descobrimos, então, que haviam 50 nomes diferentes, que jamais estiveram na lista. Posso afirmar que todos são inadimplentes, alguns deles eliminados do quadro social e, portanto, sem condição de votar. Alguns, desde 2018. Levantando os nomes, identificamos que são nomes ligados ao grupo Identidade Vasco, que é liderado pelo Roberto Monteiro. Isso, realmente, causou surpresa.
Monteiro nega que tenha tentado se beneficiar
Também em contato com o Globo Esporte, Roberto Monteiro negou que tenha feito a troca de 50 por 50, e afirmou que todo nome que foi retirado teve incongruência financeira. O presidente do Conselho Deliberativo disse que não tem interesse em favorecer o seu grupo (Identidade Vasco), citando que não é candidato e que 50 votos não decidem eleição.
– Não teve troca de 50 por 50. Todo o nome retirado teve incongruência financeira. Eu vou querer favorecer o meu grupo? Eu não sou candidato, não inseri nada. Não são 50 votos que vão decidir a eleição. Quero saber quem é ligado a mim que entrou. Ora, cabe à Junta de Recursos impugna-los. É a Junta que decide, não sou eu. Eu defendo a lisura da lista desde o começo. Qual o benefício que vou ter se não sou candidato? Eu estou mexendo no interesse da muita gente na eleição, aí ocorrem essas situações.
Roberto Monteiro ainda disse que, se notada alguma irregularidade, o caso tem que ser questionado na Junta de Recursos, e que tudo isso se trata de uma tentativa de encobrir o erro na questão dos sócios anistiados. Segundo ele, Alexandre Campello e Faues Mussa querem adicionar 750 nomes, mas não podem, e explicou a situação dos sócios gerais.
– Antes de divulgar, tem de recorrer. Antes de fazer juízo de valor de qualquer pessoa, que se questione na Junta de Recursos. Para se ter qualquer conclusão, tem de esperar o julgamento dos recursos. Isso é uma desfaçatez para encobrir o erro nos anistiados. São 750 nomes que o Campello e o Mussa querem colocar na lista, mas não podem. A votação de agora foi 4 a 1, e o Campello não se posicionou a favor dos anistiados. Se ele não o fez, como vai reclamar agora? O sócio geral é uma categoria que não adquire o titulo de sócio. Ele é inserido em uma categoria que, passados os três meses de inadimplência, perde o título. E tem de comprar um outro. Ele foi inserido no sistema e foi colocada a data retroativa. O presidente não pode dar anistia a quem perdeu o título. Eles não têm regularidade.
Ele ainda reafirmou que não tem interesse algum na situação, citando ainda que na lista estava presente o nome de Lorena Campello, esposa de Alexandre Campello, que foi retirado por causa de incongruência financeira.
– Não há nenhum interesse na causa. Há interesse em não legitimar a fraude eleitoral. Por exemplo, havia o nome da esposa do presidente Campello na lista e, por haver incongruência financeira, foi retirado. Eu não estou aqui dizendo que houve má fé. Se houve erro, com eventual recurso, a Junta vai corrigir.
Mussa diz que foi contra a lista e nega autorização a Monteiro
Outro que foi procurado pela reportagem do Globo Esporte foi Faues Mussa. Sobre as declarações de Alexandre Campello, ele lembrou que não assinou a ATA da reunião justamente por considerar que houveram erros na lista de votantes, e negou que tenha concordado que Roberto Monteiro fizesse a checagem, dizendo que os presidentes dos outros poderes não deixaram que ele mesmo assumisse.
– Não é verdade. Eu não concordei que o Monteiro deveria checar a lista. Isso é atribuição minha, mas os quatro presidentes não deixaram. Eu não assinei nada pois eles tiraram muitos nomes, a listagem mudou muito e eu desconfiei. Tem gente que votou na AGE e agora não poderá votar na AGO. Achei que tinha algo errado e não quis assinar. Não afirmo que houve má intenção, mas ao meu ver há erro. O presidente Campello aprovou a lista, eu não assinei. Eu fui contra. A votação foi 4 a 1. Senti que tinha problemas, então, não quis fazer parte. Agora que ele está vendo isso? Por qual motivo ele não concordou comigo? Por qual motivo eu fui voto vencido? Quem fazia as atas das reuniões que eu presidia era o João Riche. Mas os quatro presidentes foram contra. Eles colocaram em votação, e o Monteiro ganhou. Então, ele fez a ata. E também não é verdade a questão do e-mail. Eu quis desde o começo que os sócios pudessem fazer impugnações pelo e-mail.
Nesta terça-feira (08), Faues Mussa divulgou uma nota com sua resposta completa sobre o caso, onde faz críticas a Alexandre Campello.
Sobre os 50 nomes citados acima, o Globo Esporte apurou que na verdade são 46, porque quatro deles estão duplicados na listagem final. Lembrando que a lista de sócios aptos ao voto foi publicada ainda na última sexta-feira (04), no site oficial do Clube.
Antes da definição, houve uma reunião presencial da Junta Eleitoral em São Januário, ela que é formada pelos presidentes dos poderes do Vasco. Nela, ficaram definidos os critérios para elaboração da lista de votantes, os mesmos usados na Assembleia Geral Extraordinária.
– Um ano de associação com pagamento em dia;
– Ser maior de 18 anos;
– Exclusão de sócios gerais anistiados;
– Inclusão de Beneméritos Remidos, Remidos e Sócio Campeão mesmo não recadastrados desde que tenham até 90 anos.
Utilizando os critérios citados acima, o Vasco apurou a lista com 8.843 sócios votantes na eleição de novembro, sendo que a mudança em relação à listagem da AGE foi a inclusão dos sócios que ingressaram nos meses de julho e agosto de 2019, e a exclusão dos que não pagaram as mensalidade de julho e agosto de 2020.
O golpista ja esta tentando da outro golpe #foratraidor
#foracampelllo