Brazil explica integração e projeta até 60% do elenco formado por jogadores da base
O gerente executivo do Vasco da Gama, Carlos Brazil, pretende que o profissional adote o modelo que tem sido utilizado na base desde 2018.
Gerente executivo do Vasco da Gama, Carlos Brazil participou do programa Seleção SporTV na última terça-feira (11). O dirigente, com passagem longa pela base, contou o modelo de integração dos garotos com a equipe principal. Ele acredita num modelo verticalizado e continuidade do trabalho.
– Vejo que a base tem uma metodologia que a gente construiu em 2018 respeitando a cultura do Clube, a história. Isso vem sendo respeitado até hoje. Acho que tem como a gente fazer um processo verticalizado, acredito muito nisso, apesar de ter objetivos diferentes, a gente entende que a ideia facilita para que você traga o treinador adequado, jogadores com perfis delineados para cada posição e essa formação facilita a transição quando você tem essa ideia, modelo, metodologia na equipe principal. A gente, infelizmente, tem a cultura de toda hora estar trocando o treinador, que muitas vezes o substituto não é da mesma filosofia do anterior ou do Clube. Isso é muito ruim porque não há um desenvolvimento da ideia.
Para Carlos Brazil, que foi gerente da base entre 2018 e 2021, a transição é facilitada para os meninos a partir desse modelo, já que estariam acostumados com a forma de jogar. O dirigente citou que, nesse processo, por exemplo, garotos do Sub-15 sobem para o Sub-17 e jogam da mesma forma. Para ele, esse mesmo método precisa ser adotado no profissional.
– É evidente que a partir do momento que se tem uma ideia, implantada, verticalizada, essa transição fica muito mais fácil para os meninos o entendimento. Vejo na base do Clube o menino do Sub-15 vai para o Sub-17 e joga da mesma maneira, o Sub-20 da mesma maneira, então porque não joga da mesma forma no profissional. Ele tem que entender que a ideia de jogo é praticamente a mesma, que ele pode chegar ali e se adaptar com facilidade. A gente está tendo muito cuidado com isso, contratamos um coordenador de transição, que é o Cadu, que ficou muito tempo no rival. Ele vai a treinos do Sub-20, observa a metodologia que está sendo implantada lá é mais ou menos próxima ao que temos a fazer no profissional.
O gerente executivo também pediu valorização aos profissionais que estão no Gigante neste momento, para que tenham tempo e tranquilidade para colocar em prática. Para Carlos Brazil, existe uma base percentual de garotos no elenco vascaíno que vê como o ideal nesse processo, entre 50% e 60%, e ainda citou o exemplo do River Plate, da Argentina.
– Precisamos valorizar os profissionais que estão no Vasco agora para que possamos caminhar nessa direção da ideia, da filosofia, que não é uma coisa que a gente faça em curto prazo. Nós vamos fazer isso a médio e longo prazo. Há de se ter paciência para que a gente consiga fazer isso no elenco profissional da mesma forma que tem na base. Acredito também num percentual de jogadores, não uma coisa tão rígida, mas pelo menos 50% a 60% do elenco pode ser formado no Clube. Tenho exemplos de outros clubes, até do exterior, o River Plate, que conversei muito na época com o Gustavo Gros, o profissional que hoje está no Internacional. Fui até lá conhecer o modelo, o River Plate tem um modelo muito do que temos como ideia. São quatro anos com o mesmo treinador, cinco, lógico que eles entenderam que aquele era o modelo de jogo ideal, e muitos jogadores formados na base do clube. É um projeto de muito sucesso e temos que estar muito ligado naqueles projetos que têm sucesso.
Atualmente, o Vasco conta com muitos jogadores oriundos da base no elenco, parte deles que já mostram boa contribuição, casos, por exemplo, de Juninho, Gabriel Pec, Figueiredo e Andrey Santos. Há muito tempo, as categorias inferiores têm mostrado um futebol envolvendo, que encanta a torcida, mas o mesmo não passa nem perto de se repetir na equipe principal.