Blogueiro diz que Cristóvão foi injustiçado
Cabe à mídia analisar o que fez o técnico Cristóvão Borges e explicar porque o xingamento que recebeu é muito injusto.
Não se pode esperar coerência da massa. Torcedor na arquibancada, em geral, não analisa o jogo, apenas “sente” o clima do jogo. Se dependesse da maioria, seu time entrava com 11 atacantes. Claro, não é o emprego dela que está em risco, muito menos a responsabilidade de comandar times grandes. Cabe ao treinador, então, observar, analisar prós e contras, medir se é melhor dar um passo atrás para dar dois à frente, se melhor garantir um pássaro na mão ou ver dois voando. Assim, não adianta tentar ensinar a torcida. Cabe à mídia, isto sim, analisar o que fez Cristóvão Borges e explicar porque o xingamento que recebeu é muito injusto.
O que facilitaria muito a vida dos técnicos seria a torcida observar que (sem contar o jogo desta quinta entre Deportivo Quito e La U), nenhum jogo de ida das oitavas da Libertador teve vitória por mais de um gol de diferença. A regra do gol fora de casa como critério de desempate muda completamente a estratégia de todos os times.
O Vasco vinha muito bem, sem medo de levar gols, até o árbitro marcar pênalti para o Lanús (depois se arrependeu), no segundo tempo. Nesse momento, o time foi tomado pela “ficha caída” do medo de levar um gol. E começou a se acautelar, antes mesmo da substituição de Felipe.
Do banco, Cristóvão via, sem nada poder fazer, a reação emocional de seu time, e o rival começando a atacar por conta dela. Ficou ante a seguinte opção: tentar jogar o Lanús de volta para trás, e com o que tinha no banco só Carlos Alberto talvez pudesse fazer isso, ou se segurar tentando ficar num 2 a 0 que seria excepcional – e aí as opções eram várias.
Pela lógica do regulamento, em casa, ganhar de 2 a 0 é melhor do que ganhar de 3 a 1. Ou seja, Cristóvão acerta ao tentar se defender. Aí fica a dúvida entre tirar Juninho ou Felipe. Eu tiraria Felipe, pois Juninho, em caso de pressão adversária, tem um ótimo lançamento e teria mais chances de organizar contra-ataques. Sem contar a possibilidade de faltas ou pênaltis.
Se fosse para a torcida pegar no pé de alguém, deveria pegar no de Fágner, que pelo segundo jogo consecutivo marca a bola num lançamento longo em sua direção – contra o Botafogo foi encoberto e Maicossuel marcou, e nesta quarta foi de novo encoberto no lance do gol argentino.
Mas, como já disse, não dá para esperar coerência da massa.
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