Bernardo: emoção à flor da pele desde criança

Bernardo foi herói do clássico de domingo, que deixou o Cruz-Maltino ainda com chances de título.

Emoção à flor da pele. Algo que serve para resumir o ano do Vasco, mas que pode ser utilizado também para tentar explicar um pouco a personalidade de Bernardo, herói do clássico de domingo, que deixou o Cruz-Maltino ainda com chances de título.

O LANCE! ouviu algumas pessoas que participaram do crescimento de Bernardo no futebol. Todos concordam que trata-se de uma joia que precisa ser cuidadosamente lapidada. Mas de um brilho raro.

A emoção que Bernardo deixa aflorar constantemente já chegou a ser confundida com indisciplina. No próprio Vasco, ele, após uma dividida com um companheiro, explosivo, chutou a bola para longe. Foi repreendido. Além disso, até hoje é mantido certo mistério quanto ao choro do meia durante um treinamento. Ninguém revela o motivo.

Já na época de criança, lembra Hélio, ex-jogador e pai do meia, precisava acalmar os ânimos dos pais de outros garotos, insatisfeitos pelo excesso de vontade de Bernardo nos campeonatos no interior de São Paulo. Mas isso sempre o fazia estar entre os vencedores.

Nos tempos de Cruzeiro, seu temperamento o prejudicou. Na base, chegou a ser malvisto por dirigentes por sair em defesa de seus companheiros de time. Personalidade forte que carrega até hoje.

Nessa época, Bernardo também precisou de um acompanhamento mais próximo, pois, aos 16 anos, já era pai. O aumento da responsabilidade o atrapalhou em algumas situações, tanto que já teve que deixar o treino para cuidar dos filhos. Mas, quem o acompanhava na época, viu o menino dar lugar ao homem, mesmo que precocemente. E o bom futebol nunca faltou.

Situações como essas ajudam a entender o choro de Bernardo ao marcar o gol decisivo no último domingo. Emoção à flor da pele que o meia nunca conseguiu deixar fora dos gramados. E que o fez virar xodó e herói vascaíno.

Hélio
PAI DE BERNARDO

Desde criança tinha esse jeito explosivo

Sempre foi um menino que queria vencer a qualquer custo. Ainda criança, eu tinha até que acalmar os ânimos dos pais das outras crianças. Ficavam bravos porque o Bernardo chegava junto, mas na bola. Era sempre o melhor do time.

Eu e minha esposa sempre falamos para ele tomar mais cuidado, ser mais calmo. Mas é da personalidade dele. E ele usa isso para o bem, para tentar vencer. Acho que o Vasco está enxergando isso nele.

 

Bate- Bola com Eugênio Carlos
EX-TREINADOR E COORDENADOR DA BASE DO CRUZEIRO

-1- Como foi seu primeiro contato com Bernardo?

– Bernardo veio para o Cruzeiro por meio de uma indicação. Eu era coordenador da base, ele tinha 12 ou 13 anos. Desde novinho tinha personalidade forte.

-2- E ele já mostrava esse jeito emotivo, até explosivo…

– A leitura sempre foi essa. Sempre foi muito emotivo, muito explosivo, com vontade de vencer. Fiquei vendo ele chorando, falando da avó. Ele mistura muito essas coisas do lado pessoal e leva para o campo. Mas consegue fazer disso algo positivo.

-3- E havia um acompanhamento?

– Eu sempre o apoiei. Lembro que, às vezes, ele tinha que levar os filhos para o treino. Os outros garotos pegavam no pé, pois Bernardo tinha que ficar saindo do treino para tomar conta. Eu dava uns toques, ajudava no que podia. Mas ele ficou muito maduro nessa época. Nossa psicóloga também apoiava.

-4- E como era a relação com os outrosgarotos? Tinha problemas?

– Pelo contrário. Ele defendia os amigos quando via injustiça. Alguns dirigentes não gostavam. Não queriam nem que eu o levasse para a Copinha, em 2009. Levei mesmo assim e ele foi nosso artilheiro.

Fonte: lancenet

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