Arthur Bernardes revela como Loide deve ser escalado no Vasco
O técnico Arthur Bernardes avaliou o desempenho de Loide no Vasco e deu dicas de como ele deve ser escalado no time.

O técnico Arthur Bernardes, de 69 anos, tem uma grande experiência no futebol brasileiro e teve passagem por clubes importantes como Fluminense, Flamengo, Botafogo, Atlético-MG, Bahia e outros. Durante a carreira, Arthur Bernardes trabalhou com inúmeros jogadores e muitos deles africanos.
Aliás, o treinador chegou a comandar clubes africanos, sendo um desses exemplos o Petro de Luanda, de Angola. Neste sentido, a Agência RTI Esporte fez uma entrevista exclusiva com Arthur Bernardes para falar em especial de três jogadores africanos: Bastos, do Botafogo, Yannick Bolasie, do Cruzeiro, e Loide Augusto, do Vasco.
Inicialmente Arthur Bernardes fez uma avaliação a respeito de como os brasileiros enxergam o futebol africano neste momento. De acordo com o profissional, se faz necessário o Brasil ampliar o seu horizonte com jogadores oriundos da África.
“Os brasileiros não têm um olhar afetuoso para os africanos. Os africanos tem muito potencial físico e muitas vezes boa técnica, mas não valorizam muito a parte tática. É um assunto de paciência e repetição. No Brasil também temos atletas com dificuldade na parte tática. É uma questão cognitiva”, disse Arthur Bernardes, que completou.
“O futebol africano é promissor faz tempo. Vemos isso no futebol europeu. Jogadores com grande capacidade de força. Precisamos simplificar o trabalho para eles e determinar situações de jogo que eles possam fazer dentro da capacidade cognitiva deles. No um pra um também são jogadores de qualidade”, completou Arthur Bernardes.
Ainda neste tema, o treinador, que tem grande experiência no exterior, citou que muitos jogadores que nasceram no continente africano ainda não vistos com desconfiança no Brasil. Além disso, não conseguem encontrar espaço nos maiores clubes do país.
“Acho que no Brasil tem muita desconfiança em cima dos africanos. Não posso dizer preconceito. Mas também aqui no Brasil são muitos jogadores de alto nível e que também não têm oportunidades. Então entre trazerem um africano ou teremos um uruguaio e argentino, eles preferem um que está mais próximo”, avaliou Arthur Bernardes.
Bastos, Bolasie e Loide Augusto
Ainda durante a entrevista exclusiva à Agência RTI Esporte, Arthur Bernardes comentou sobre os três jogadores africanos que estão em maior destaque no Brasil. Aliás, o zagueiro Bastos até mesmo foi campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores com o Botafogo.
“O Bastos é um zagueiro angolano e a adaptação dele foi rápida. Mas isso depende da boa vontade de quem direciona o trabalho. No Botafogo, a maioria dos treinadores são portugueses e o Bastos vem de um país de colônia portuguesa”, disse antes de prosseguir:
“As vezes por essa questão de entendimento na língua pode ter ajudado. Não creio que seja só isso, mas ele tem qualidades que favoreçam a ele entender o que é jogar no Brasil e num clube do tamanho do Botafogo”, disse Arthur Bernardes.
Sobre Yannick Bolasie, que teve sucesso no Criciúma na Série A do Campeonato Brasileiro de 2023, mas ainda não despontou tudo o que é esperado pelo Cruzeiro, Arthur Bernardes destacou que será necessário um trabalho especial.
“O (Yannick) Bolasie sempre observei muito. Jogador diferente e rápido, chega muito bem na área. No Cruzeiro é necessário ter um bom entendimento em cima dele. Quem comanda precisa entender. O Leonardo Jardim tem que explorar isso e corrigir as dificuldades que ele tem”, garantiu Arthur Bernardes.
Por fim, o treinador falou sobre Loide Augusto, reforço do Vasco e que ainda está em busca de seu espaço na equipe comandada por Fábio Carille. De acordo com Arthur Bernardes, jogadores africanos com a característica de Loide Augusto podem até mesmo ser utilizados mais adiantados no ataque.
“Na primeira vez que vi o Loide Augusto eu gostei. Lá em Angola tinha um atleta chamado Zé Kalanga, que jogou comigo. Tinha as mesmas características do Loide, muito veloz e bom no um para um. Mas ele pode ser mudado de posição também. A maneira como o treinador enxerga o atleta africano é diferente”, destacou antes de finalizar:
“O jogador africano sempre cria alegria dentro do grupo e isso é ótimo também. Todo atleta tem virtude e é preciso saber explorar essas valências. As vezes o Loide Augusto pode jogar mais próximo do (Pablo) Vegetti para finalizar também.”
Neste momento, dos três africanos, Bastos é aquele que tem tido o melhor êxito, tanto com seu rendimento quanto num aspecto geral de conquistas. No momento o zagueiro se recupera de uma lesão e não vem jogando pelo Botafogo. Já Bolasie e Loide Augusto estão em busca de espaço nos times de Cruzeiro e Vasco, respectivamente.
Fonte: RTI Esporte