Arma do Vasco para final contra o Palmeiras, André tem história de superação
Joia do Vasco da Gama. André é um dos destaques do time que encara o Palmeiras, nesta terça (21), pela final da Copa do Brasil Sub-17.
Aos 16 anos de idade, André é um dos principais nomes da equipe sub-17 do Vasco, que começará a decidir o título da Copa do Brasil da categoria nesta terça-feira, no jogo de ida contra o Palmeiras. O atacante tem sete gols marcados no ano, dois deles na semifinal contra o Bahia, duas semanas atrás. Em junho, assinou seu primeiro contrato profissional, válido até maio de 2025.
A história no Vasco começou em 2017, mas a que os pais costumam lembrar ao testemunharem a ascensão do filho na base do clube é uma que ocorreu em 2001, quatro anos antes de André nascer. Por muito pouco ele não deixou de vir ao mundo. Antes de se tornar esperança de gols no sub-17 do Vasco, André foi fruto de muita fé do Seu Ricardo e da Dona Vailde.
Vasco e Palmeiras fazem nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque, o jogo de ida da final da Copa do Brasil Sub-17. O SporTV transmitirá a partida. A volta, em São Januário, será no próximo domingo.
Em 2001, o mestre de obras Ricardo Robson Delço e a pedagoga Vailde Gomes da Silva esperavam um filho. Ele deveria nascer no dia 18 de julho daquele ano, data marcada para a cesária do menino que se chamaria Miguel. “Até então estava tudo bem, tudo direitinho, o coração estava batendo…”, se lembra Ricardo.
Pai de outros três, o casal durante meses juntou dinheiro para fazer a laqueadura, cirurgia que liga as trompas uterinas e impede a mulher de engravidar. Estavam certos de que, depois de Miguel, não queriam ter mais filhos. No dia agendado para o nascimento, no entanto, receberam no hospital a notícia de que a criança dentro da barriga não tinha mais vida.
– Minha esposa ia operar, a gente já estava com o dinheiro para pagar a cirurgia dela. Depois disso, resolvemos não operar mais. Voltamos para casa e, como temos fé em Cristo, optamos por entregar toda situação a Deus – contou Ricardo, o pai.
– E é aí que começa a história do André – completou.
Com a retirada da criança da barriga, Vailde, que na época tinha 33 anos, ouviu dos médicos que dificilmente conseguiria engravidar novamente. Só que quatro anos depois, em 2004, sem qualquer tipo de planejamento, ela descobriu que seria mãe mais uma vez.
E durante o acompanhamento pré-natal, com a gravidez já avançada, o hospital marcou a cesárea: 18 de julho. André nasceria exatamente no mesmo dia em que deveria ter nascido Miguel. Ricardo e Vailde que não comentaram nada com o médico, tratando-se de uma feliz coincidência do destino.
– Na realidade, o André não era para estar aqui se o Miguel estivesse. Mas coube a Deus confortar nosso coração com a presença do André na nossa vida – finalizou o pai do atacante do Vasco.
Cria de São Gonçalo
André é nascido e criado na cidade de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ele começou a jogar bola na escolinha do Futebol Performance, por onde, ainda novinho, foi campeão e artilheiro de um campeonato que reuniu equipes das redondezas.
Na ocasião, recebeu uma medalha na Câmara de Veadores de Niterói e tudo. O pai Ricardo sempre ao lado, orgulhoso.
André, que completa 17 anos daqui a um mês, chegou ao Vasco com 11. Ele faz parte de uma safra que deve render bons frutos ao clube – o lateral-direito Paulinho e o meia Guilherme Estrella são outros nomes de destaque na categoria. Até o ano passado ele jogava ao lado de Andrey, volante que é hoje uma realidade no time profissional.
– (O Andrey) serve de motivação, sim. Eu tive a oportunidade de jogar com ele no ano passado, vi que ele trabalhou muito para isso. Acredito que, na hora certa, isso também vai acontecer comigo – afirmou o atacante ao ge.
Sobre os gols que selaram a classificação sobre o Bahia, nas semifinais, André resumiu:
“É uma sensação incrível, fazer gol em semifinal de uma competição nacional é incrível, ainda mais em São Januário, com a família presente. Acredito que vou fazer mais e ainda dar muita alegria para a torcida vascaína”.
Fonte: Globo Esporte