Em 88, assim como Alecsandro, Vivinho fazia um golaço pelo Vasco sobre
O ponta Vivinho recebeu cruzamento de Mazinho da esquerda e, de emendada, aplicou três chapéus no volante rubro-verde Capitão antes de fazer o gol.
Um dos destaques da segunda rodada do Brasileirão no último fim de semana foi o golaço de bicicleta marcado por Alecsandro, que deu a vitória por 1 a 0 ao Vasco sobre a Portuguesa, no Canindé. Após o cruzamento de Fagner pela direita, o centroavante girou o corpo no ar e pegou de primeira, estufando as redes do goleiro Gledson, em lance de rara precisão.
A pintura de Alecsandro fez lembrar outra obra-prima de autoria de um atacante vascaíno, exatamente sobre o mesmo rival, há quase 24 anos. O jogo valeu pela terceira rodada do primeiro turno do Brasileiro de 1988. O Vasco, que tinha acabado de se sagrar bicampeão carioca, recebeu a Portuguesa, que vinha de bom começo na competição, em São Januário.
A Lusa começou aprontando, quando o meia Toninho (que jogaria no próprio Vasco nos anos 90) acertou um belo chute de fora da área. Mas logo no primeiro minuto da etapa final, os cruz-maltinos empatariam com um gol antológico: o ponta Vivinho recebeu cruzamento de Mazinho da esquerda e, de emendada, aplicou três chapéus no volante rubro-verde Capitão antes de bater de primeira, com o pé esquerdo, em chute cruzado e rasteiro para vencer o veterano goleiro Waldir Peres.
O gol de empate foi o empurrão que o Vasco – melhor no primeiro tempo, mas esbarrando na combatividade da Lusa – precisou para chegar à vitória. O zagueiro Fernando, de cabeça, Sorato e William, cobrando falta, virariam o placar, com Toninho novamente descontando. “Aquele gol de Vivinho acabou com a gente”, reconheceu após o jogo o técnico da Portuguesa, Jair Picerni.
Para o ponta-direita, que andava insatisfeito com o pouco espaço na equipe e pensava em voltar para Uberlândia (MG), de onde tinha vindo, o gol valeu um renascimento, uma sobrevida em São Januário e uma placa no hall de entrada da sede do clube. Em 1990, Vivinho foi negociado com o Botafogo. E por ordem do então vice de futebol do clube, Eurico Miranda, a homenagem foi retirada.
E pra você, torcedor? Qual dos dois gols foi o mais bonito?
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FICHA TÉCNICA
VASCO 4 x 2 PORTUGUESA
Estádio de São Januário (Rio de Janeiro) – 11 de setembro de 1988
Campeonato Brasileiro – primeira fase, primeiro turno, terceira rodada, Grupo B
Árbitro: Carlos Rosa Martins (RS)
Público: 7.285 pagantes
Cartões Amarelos: Célio Silva, Leonardo (VAS); Márcio Araújo, Luciano (POR).
Gols: Toninho 19′/1ºT (0-1); Vivinho 1′ (1-1), Leonardo 19′ (2-1), Sorato 27′ (3-1), Toninho 29′ (3-2), William 41′/2ºT (4-2)
VASCO – Acácio; Paulo Roberto, Célio Silva, Fernando e Mazinho; Zé do Carmo, França (Ernâni), Bismarck e William; Vivinho e Roberto Dinamite (Sorato). Técnico: Zanata.
PORTUGUESA – Waldir Peres; Chiquinho, Márcio Araújo, Eduardo e Luciano; Capitão, Zenon (Bento) e Toninho; Jorginho, Kita e Wanks. Técnico: Jair Picerni.
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