Adversários de hoje, Vasco e Flu têm bastidores agitados por disputa pelo Maraca

Disputa entre Vasco da Gama e Fluminense pelo Maracanã ganhou novos capítulos nos últimos dias e criou tensão entre torcidas.

Estádio do Maracanã, a casa do futebol carioca
Estádio do Maracanã, a casa do futebol carioca

Fluminense e Vasco entram em campo às 21h deste sábado, no Maracanã, em meio a uma disputa que tem esquentado os bastidores dos dois clubes. A briga pela administração do estádio, que hoje é feita pelo Tricolor junto com o Flamengo, ganhou novos capítulos nos últimos dias, e o aumento no tom da discussão criou tensão entre torcedores.

O clima faz aumentar a preocupação com a segurança neste sábado. Como já acontecia no Campeonato Brasileiro nos últimos anos, a torcida do Fluminense será maioria, e os vascaínos terão direito a 10% da carga de ingressos.

Briga pelo Maracanã

Quando a 777 Partners assumiu a SAF do Vasco, em setembro de 2022, o grupo americano já tinha como meta participar da administração do Maracanã. O clube preparou uma proposta para a licitação, que acabou adiada, buscou parceiros e reforçou em diversos momentos o interesse no estádio. Inclusive, foi à Justiça para ter o direito de participar da cessão temporária, que foi renovada pela oitava vez consecutiva à dupla Fla-Flu. A decisão incomodou a SAF.

Nos últimos meses, os clubes trocaram farpas sobre o assunto. O Vasco defende o direito de jogar no Maracanã, “um bem público”, enquanto o Fluminense alega que o gramado não suporta tantos jogos. A partida entre Vasco e Palmeiras, pela segunda rodada do Brasileirão, só aconteceu no estádio porque a SAF acionou a Justiça. Agora, o clube também solicitou aos rivais a liberação do Maraca para o jogo contra o Santos, no dia 14 de maio, pela quinta rodada.

Entrevistas de dirigentes

Após o jogo contra o Palmeiras, Fluminense e Vasco foram a público e esquentaram ainda mais a discussão. Em entrevistas ao programa “Seleção SporTV”, dirigentes dos dois clubes deram sua versão sobre a disputa.

No ano passado, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, já havia criticado decisão da Justiça que autorizou o Vasco a jogar no Maracanã: “A prioridade é dos clubes que fazem a gestão e que têm sua programação para jogar no estádio”, disse na ocasião. Desta vez, ele voltou a citar as condições do gramado como principal motivo para a negativa ao pedido do Vasco.

– A gente investe no estádio, joga com chuva, com sol, jogos do campeonato estadual no meio de semana, que são deficitários. A gente passa por todas as dificuldades para manter o estádio. Mas quando você acha que é um jogo “maracanizável”, você vai lá, entra na Justiça e exerce o direito de jogar. O Vasco entrou com a liminar, jogou contra o Palmeiras e destruiu o gramado – disse Mário.

No dia seguinte à entrevista de Mário Bittencourt foi a vez de o Vasco se posicionar sobre o tema. O CEO da SAF, Luiz Mello, rebateu as declarações do presidente do Fluminense, reforçou o direito de jogar no Maracanã, se colocou à disposição para o diálogo e chamou de “vergonha” a renovação do Termo de Permissão de Uso (TPU) à dupla Fla-Flu.

– É um bem público, o Governo quando diz que não teve tempo para fazer uma nova TPU se coloca numa posição ruim. Estamos avisando ao Governo desde outubro que queremos participar da licitação e também da cessão temporária. Uma vergonha o que o Governo fez. Se tivermos que ir até as últimas consequências, o Vasco vai brigar pela sua torcida. São Januário é meu, o Maracanã é nosso – respondeu Luiz.

Clubes pedem paz entre torcidas

As declarações públicas esquentaram o clima, e torcedores passaram a trocar ofensas nas redes sociais nas últimas duas semanas. Percebendo o ambiente hostil, os clubes publicaram um pedido de paz antes do jogo. Neste ano, várias ocorrências graves de brigas foram registradas nos clássicos cariocas, e Vasco e Fluminense tentam impedir novos episódios violentos.

A nota do Vasco

“Vasco e Fluminense são adversários históricos. Grandes jogos desse clássico fazem parte da vida dos dois clubes. Temos nossos momentos inesquecíveis, eles também, afinal vencer ou perder faz parte do esporte.

O que não faz parte é transformar uma disputa esportiva em ameaças ou agressões, em violência, seja ela física ou virtual. Violência não combina com o esporte, não faz parte da nossa história, não combina com esse grande clássico.

Dentro de campo, quando a bola rolar, cada lado vai batalhar pela vitória. Fora dele, nos bastidores, cada um vai defender seus interesses, mas sempre na bola, sem agressão.

Chega de violência!
Chega de briga!
Paz no Esporte!”

A nota do Fluminense

“O Fluminense FC endossa a nota emitida pelo Vasco da Gama e reitera à sua torcida o pedido para que cessem imediatamente quaisquer manifestações que extrapolem a rivalidade sadia, especialmente aquelas que reproduzam discursos de ódio e busquem incitar qualquer tipo de hostilidade entre as instituições e suas torcidas. As discussões entre os clubes a respeito de seus posicionamentos e divergências serão travadas nos foros adequados e de lá não devem se afastar.

A posição institucional do clube a respeito da gestão e utilização do Estádio do Maracanã é fundamentada exclusivamente nos aspectos eminentemente técnicos que permeiam o tema. Ainda que seja perfeitamente natural que tais manifestações provoquem divergências e debates, é fundamental reafirmar que o Fluminense nunca deixará de dispensar tratamento respeitoso e condizente com a dignidade e tradições históricas de qualquer clube rival.

O Fluminense insiste que nada é mais importante do que a paz no futebol. Sem um ambiente pacífico nos estádios, teremos arquibancadas vazias e um espetáculo sem brilho. E todo o resto perde o sentido”.

Fonte: Globo Esporte

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