Abelairas espera apagar a má fase e fazer sucesso no Vasco
Abelairas garantiu que quer colocar a experiência em competições sul-americanas mais à serviço do Vasco.
Desde que Matías Abelairas chegou ao Vasco, em janeiro deste ano, a torcida se mostrou curiosa: quem é esse gringo que até já deixou Darío Conca no banco? Mas também surgiram dúvidas, pois, como um jogador que chegou a ser titular de um River Plate estrelado poderia ficar quase seis meses sem clube? Aos poucos, o argentino vem tentando dar respostas. E, mesmo que em portunhol, falou ao LANCENET! sobre a adaptação ao Rio de Janeiro e garantiu: quer colocar a experiência em competições sul-americanas mais à serviço do time.
O tempo fora dos gramados ainda o incomoda. Abelairas tenta passar logo uma borracha no assunto e, para que não exista dúvidas de que chegou um “jogador bichado”, como se diz no Brasil, garante que a grave lesão que teve no joelho esquerdo foi superada.
– Nesse tempo que se fica parado, o jogador pensa muitas coisas. Fiquei triste, mas não cheguei a pensar em abandonar a carreira. Tive uma lesão grave no joelho, mas já não tenho mais nada há algum tempo. Sabia que teria essa dúvida, mas cheguei ao Vasco em boas condições. Na pré-temporada, fiz teste e estava entre os quatro melhores – ressaltou Abelairas, hoje com 26 anos.
Ter deixado Conca, ídolo por aqui, no banco não é o único feito de Abelairas no River. O hermano lembra que foi titular de times muito fortes, ao lado de Ortega, Gallardo, Falcão Garcia, Loco Abreu, entre outros. Disputou duas Libertadores e duas Sul-Americanas.
– Posso contribuir com o Vasco com o que já vivi. O time tem espírito bom de Libertadores e tem craques como Juninho e Felipe – disse.
Ainda em fase de adaptação, vem encontrando seu espaço aos poucos no Vasco. Entrou nos minutos finais de algumas partidas e chamou atenção pelo bom toque de bola. Contra o Resende, foi testado no meio de campo e recebeu elogios de Cristovão:
– Aqui no Brasil muitos argentinos tiveram sucesso. O Conca, o Montillo, o D’Alessandro… Espero também dar muitas alegrias aqui.
GOL DE JUNINHO EM 1998 O TRAUMATIZOU
Em 1998, Abelairas ainda não era jogador da base do River Plate. Mas, aos 13 anos, sofreu como torcedor com o gol que Juninho marcou no Monumental, eliminando seu clube de coração daquela Libertadores.
Quando chegou ao Vasco, Abelairas brincou com o Reizinho sobre o feito, que, de certa forma, o traumatizou.
Lembro que o Juninho fez um golaço e que foi importante para o Vasco. Na final, depois, foi campeão. Eu estava assistindo de casa e sofri muito como torcedor. Sofri muito. O River tinha um grande time. Mas o Vasco também. Todo mundo conhece a batida do Juninho e Burgos foi vítima dela – lembrou Abelairas.
Os atos de racismo contra atletas do Vasco, no Paraguai, deixaram Abelairas revoltado. Ele lembra que em seu país isso também é feito como forma de provocação, mas não concorda.
– Não importa a cor da pele. Isso é algo realmente revoltante.
PAIS AJUDAM NA ADAPTAÇÃO AO RIO DE JANEIRO
Solteiro, Abelairas vem contando com o apoio de seus pais para melhor adaptação ao Rio de Janeiro. Assim que o jogador voltou da pré-temporada, em Atibaia, eles chegaram ao Brasil.
– Vieram de carro, dirigindo, trouxeram para cá meu carro porque seria mais cômodo. Estão aqui comigo e me ajudam bastante no dia a dia. A princípio, vieram só para me ajudar nos primeiros meses, mas estão gostando daqui – disse.
Enrique Abelairas, pai do jogador, acaba ajudando como uma espécie de motorista do filho, de casa para o treino. Já sua mãe, Marisa, diz ser a nutricionista. Ela é quem cuida de toda a alimentação fora do clube.
– Ele gosta de frango, carne à milanesa, massas que preparo. Comidas de argentina – revelou a mãe do jogador.
No Brasil, Abelairas conheceu algumas churrascarias, mas, como já era esperado, diz que a carne da Argentina é melhor. Por aqui, gostou do arroz maluco (com presunto, ovo e batata palha), apresentado por Felipe.
BATE-BOLA
Matías Abelairas
Meia do Vasco
O que tem achado do Rio?
Todo mundo falava que o Rio era uma cidade muito gostosa. E é verdade. Fui à praia algumas vezes, mas pouco ainda.
E o português…?
Tenho aprendido nos treinos. Já falo um pouco de portunhol. Algumas palavras a gente escuta e fica na memória.
No Brasil, muito se falou sobre você ter deixado Conca no banco.
Isso acontece em clube grande, às vezes não te valorizam. O Conca havia voltado ao clube e eu era titular. Não me considero melhor do que ele. É um craque, mostrou isso no Brasil. Somos jogadores de diferentes características. Todos os jogadores, na minha opinião, são distintos.
Gosta de música brasileira?
No vestiário escuto bastante. Michel Teló, Gustavo Lima… funk. O Chaparro gosta, ele que me mostrou (risos). É uma música muito alegre, como é o futebol brasileiro, e as pessoas também.
E da mulher brasileira?
(Risos) Já pude conhecer um pouco. Espero encontrar uma namorada por aqui.
No Vasco, você foi testado em um treino como lateral-esquerdo, mas sua posição é meia. No River, como costumava atuar?
Jogava sempre no meio de campo pelo lado esquerdo, com três ou quatro jogadores no meio de campo. Atuava como um segundo volante. Mas não tenho problemas com posição. Se o técnico precisar de mim, estarei à disposição. Quero poder jogar, ajudar.
E tinha vaga num meio de campo estrelado do River Plate.
Realizei o sonho de atuar ao lado de grandes jogadores do River. Aqui no Vasco, também é um sonho jogar com Juninho, com Felipe. Estou muito contente.
E esse tempo todo parado. Foi só a lesão?
Quando voltei de lesão, tinha que ter uma boa recuperação, pois foi problema no ligamento cruzado. Meu contrato estava para acabar com o River e não tive o tratamento que esperava. Aí deixei o clube. Mas nunca deixei de treinar, de fazer atividades físicas. Gosto muito de treinar. Apareceram alguns clubes e o Vasco foi uma grnade surpresa. Foi muito importante para mim ter surgido um clube da grandeza do Vasco para a minha carreira.
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