A-CAP, que controla a 777 Partners, negocia venda do futebol do Vasco

Durante apresentação do diretor executivo, Pedrinho revelou que se reuniu com a A-CAP e deu detalhes sobre o futuro da SAF do Clube.

Pedrinho durante entrevista coletiva
Pedrinho durante entrevista coletiva (Foto: Leandro Amorim/Vasco)

O presidente do Vasco, Pedrinho, atualizou a situação da relação com a 777 Partners. Nesta sexta-feira, em entrevista coletiva para apresentar o diretor de futebol Marcelo Sant’Ana, o dirigente disse ter sido informado de que a empresa norte-americana não controla mais o futebol dos clubes que comprou. Revelou ter tido uma reunião com a A-CAP, seguradora que agora administra a 777, e afirmou que negocia a venda do futebol vascaíno.

No entender de Pedrinho, o Vasco escapou de ser administrado por uma massa falida. O presidente defendeu a ação judicial que deu o controle do futebol à associação:

– Fui informado de que a 777 não é mais controladora do futebol, de nenhum time de futebol. Eles, através do Josh e sua diretoria, foram destituídos do controle do futebol. Isso prova para muitas pessoas que bateram na liminar que nós estávamos corretos. Nós salvamos o Vasco de uma massa falida, que isso fique claro. Como nós já havíamos previsto isso, conseguimos nos estruturar para que não acontecesse o pior.

– Eles (A-CAP) vieram ao Brasil, tivemos uma reunião muito cordial. Eles não têm interesse em tocar o futebol, obviamente a relação ficou muito melhor. Eles vieram de Chicago, tivemos reunião de duas horas e meia, três horas. Para, obviamente juntos, buscarmos um novo investidor. Para quem dizia que a ação causaria uma instabilidade jurídica, pelo contrário. Ela trouxe uma estabilidade. (…) O clube foi tratado com irresponsabilidade financeira, queremos passar ao mercado interno e externo que o Vasco hoje tem estabilidade para tocar o futebol.

Pedrinho confirmou que, com a atual situação, o Vasco não receberá mais o aporte financeiro previsto em contrato da 777. Seriam R$ 270 milhões em setembro. Segundo o dirigente, o clube tem conseguido honrar os compromissos mesmo assim:

– Se nós não estivéssemos no controle, talvez os atletas nem salários tivessem. Já fizemos contato com alguns empresários de jogadores para regularizar as luvas dos atletas. É bom conversar com alguns empresários para entenderem a realidade. Essa definição (financeira) já está definida através de investimentos para que possamos honrar os compromissos até o final da temporada.

Pedrinho deu detalhes de como foi a conversa entre Vasco e A-CAP:

– Primeiro ponto foi passar o cenário financeiro para A-CAP, alguns descumprimentos do ex-sócio. Além da realidade financeira que entregamos para eles, e eles vão avaliar em duas semanas, acho, somos muito justos. Se nós quiséssemos uma relação ruim, nós deixaríamos tocar, porque a gente sabe que por todo o cenário, descumprimento, o rombo financeiro… Não existiria mais nada para fazer. A gente estaria muito tranquilo, mas a gente não quer isso. A gente quer um acordo amigável, no qual não haja nenhum prejuízo financeiro para a A-CAP, que era a maior credora da 777.

– Como eles foram cordiais e gentis, a gente espera que a relação termine também de uma forma boa para ambos os lados. A busca por um novo investidor não é somente financeira, porque isso é o que a gente mais tem recebido do mercado. É saber quem vai fazer parte da instituição Vasco da Gama, para que a gente não cometa o mesmo erro que foi cometido – disse, para completar:

– Temos conversas com alguns investidores, mas a gente tem que ter muita calma nesse momento. Meu primeiro objetivo é o que falei, já temos uma estrutura financeira para cumprir com todas as despesas até o fim de 2024, tentar ser certeiro na janela, de forma muito responsável. Potencializar os nosso atletas, que já vimos que podem dar muito mais, para sermos competitivos até o fim do ano. E aí sim, com outra cara para a próxima temporada, a gente botar muito mais do que a gente imagina e pensa sobre planejamento esportivo. É um ano muito atípico. Nenhum presidente passou por esse processo. Sair de alguns princípios e valores esportivos, ter flexibilidade para entender o momento faz parte de uma gestão. Ter a humildade de mudar de rota. É isso que a gente está fazendo pelo semestre que a gente tem, que é muito atípico de qualquer realidade esportiva no Brasil.

Pedrinho mostrou incômodo com a maneira pela qual o Vasco era administrado na época da 777. Afirmou que a mentalidade era perdedora e deu detalhes de como os contratos eram celebrados com jogadores:

– Uma coisa que me chamou atenção foram gatilhos de cláusulas contratuais onde os clubes teriam bônus se o Vasco não caísse, isso me irrita profundamente porque já coloca uma mentalidade perdedora. Desculpa, mas as pessoas que estavam no Vasco não entenderam o Vasco. São gatilhos extremamente caros. Eu tenho um gatilho incompatível com o mercado se o Vasco não cair, estou falando de muita grande. Isso me aborrece profundamente. Desde que cheguei, meus gatilhos são: classificação para Libertadores, Sul-Americana…

Outras declarações de Pedrinho

Como fica a arbitragem do contrato com a 777?

– Talvez, com acordo com a A-CAP, seja algo mais tranquilo. Desde que estejamos seguros para resolver o problema: a saída da 777 e a busca por outro investidor.

E o Coutinho?

– Com relação ao Coutinho, não é uma negociação simples. Coutinho tem que perder o vínculo com o clube do Catar, se desvincular do Aston Villa para que as coisas aconteçam. É lógico que todo mundo está muito ansioso, inclusive eu, a gente espera e confia muito que seja um final feliz. Mas essa burocracia é demorada e não é culpa de ninguém. Mas é o objetivo principal da gestão.

Investimento do Vasco na janela

– O investimento (na janela) terá que ser certeiro. Eu não vou fazer nenhuma bravata nem nenhuma mentira para o torcedor vascaíno. Encontramos o clube numa situação ruim, então vamos ter que ser certeiros. Isso vai machucar o torcedor? Pode machucar, mas não vou falar mentira de forma nenhuma, porque eu não entrei para isso.

Efetivação de Rafael Paiva

-As pessoas precisam ouvir uma posição (sobre treinador). A gente acompanha o dia a dia. Paralelo a isso, temos entrevistas com alguns treinadores, mas eu também acompanho o dia a dia do Paiva e a evolução que a gente tem. Tivemos uma evolução nítida de comportamento, eu não preciso usar uma palavra efetivado para, daqui a pouco, termos um desequilíbrio dentro do campeonato. Eu tenho muita tranquilidade para avaliar as melhores decisões.

Divulgação do balanço financeiro do clube associativo

– Estamos trabalhando para que seja mostrada de uma forma muito segura e concreta tudo que foi feito. Todos os responsáveis vão estar responsabilizados de forma positiva ou negativa. Por isso, uma segurança para que a gente entregue isso da melhor maneira.

Ramón Diaz

– Com relação ao Ramon Díaz, juridicamente, a gente espera um acordo bom para ambas as partes. Eu não estava aqui quando aconteceu o episódio, mas a gente respeita muito o Ramón, o Emiliano e toda a comissão. Juridicamente, a gente espera que ninguém se machuque, esperamos um acordo amigável entre as partes.

CT

– O CT tem excelentes equipamentos e profissionais, mas não é compatível com o que foi prometido (pela 777). Então, com planejamento, a gente espera poder fazer melhorias no próximo ano. Atualmente, dá conta da necessidade. Precisamos de mais para competir. Quem tinha de fazer a obra era a 777, o que não foi feito. Queremos fazer no próximo ano, seja lá ou em outro terreno.

Busca por CEO e CFO do Vasco e outras negociações

– O CEO e o CFO serão anunciados muito em breve. Com relação ao Coutinho, é uma burocracia normal. O problema é que as pessoas têm que passar a verdade para os torcedores. Elas ficam cravando para ter furo, que não tem, não sei que fonte é essa. Cadê essas pessoas, quem cobra delas? Quem foi cobrar do jornalista que deu o furo que o Coutinho assinaria o contrato na quarta-feira? Ninguém cobra, passa batido, coloca uma pressão na negociação. Não vai ter nenhum detalhe que não seja bem elaborado pra ambas as partes, para o Vasco e para o Coutinho. É uma transição demorada, complicada, muitos ajustes. A gente manda para lá, os representantes do Coutinho mandam para cá.

– Estamos falando de uma grande referência esportiva. O esforço é enorme que o Coutinho fez, e também o que eu estou fazendo para que aconteça. O que a gente mais quer é que termine logo e com um final feliz. Com relação ao Alex (Teixeira) e ao Souza, dependendo de como terminar a contratação do Coutinho ou não, eu passo obviamente para vocês sobre essas contratações. O Emerson (Rodríguez) eu só falo que está fechado quando a tinta estiver no papel, mas está (risos)… Está correndo na velocidade 20 (risos).

São Januário

– Vou sofrer com a retirada da quadra de futsal. Vivi ali. Tive uma reunião, e há possibilidade de sair de 47 para 57 mil pessoas de capacidade, com ampliação de setor popular. Espero que isso seja confirmado. Temos relações com investidores para compra do potencial construtivo. Temos de ver quem vai tocar a obra. Se isso acontecer até setembro, a gente espera iniciar a obra em dezembro ou janeiro. O prazo é de obra por três anos. Pode bater com o centenário do estádio (abril de 2027). Se der, vamos inaugurar antes, claro.

– Onde jogar? Queremos ter uma parceria para poder fazer alguns jogos no Maracanã. Poderemos ter parceria com a Portuguesa na Ilha, fazendo algumas reformas lá. Podemos conversar com o Botafogo para atuar no Nilton Santos. E, fora do Rio, dependemos do calendário para amenizar o problema com logística. A torcida do Vasco é gigante, então, podemos atuar em Brasília, por exemplo

Fonte: Globo Esporte

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4 comentários
  • Responder

    Isso mesmo presidente.
    O papo é reto, papo de cria.

  • Responder

    Muito bom. Se não tiver tretas o Vasco é outro. Chega de cartolas tirando vantagens.

  • Responder

    Bora Pedrinho pra cima tô contigo presidente

    • Rafael Paiva merece o cargo de Auxiliar técnico definitivo pois se chegar um treinador e não der certo o mesmo é responsável por acompanhar e assumir os treinamentos Fora que ja prepara ele pra ser o técnico da próxima temporada.

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